Cibercrime está a crescer. E a procura de profissionais qualificados também. Mas sabe que competências exigir (para além de domínio de linguagem de programação)?

A cibersegurança já integra o léxico das empresas e dos meios de comunicação social graças à aceleração da transformação digital – em muito provocada pela pandemia – registada por diferentes sectores de actividade, e até pelo facto de grandes empresas e alguns meios de comunicação terem sido alvo de ataques cibernéticos. Factos que tornam centrais o tema dos dados e o uso da telemática na gestão de uma organização.

Por Tiago Elias, Country manager da Targa Telematics Portugal

 

Importa relembrar que Portugal não é excepção no que respeita ao crescimento do cibercrime, o CERT.PT, do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), registou, em 2021, um aumento de 26% do número de incidentes de cibersegurança, comparativamente ao ano anterior. A edição de 2022 do relatório de “Cibersegurança em Portugal Riscos e Conflitos”, revela que os sectores mais afectados foram a banca (13% dos incidentes), as infraestruturas digitais (8%) e os prestadores de serviços de Internet (6%).

O mesmo relatório reporta ainda que as pequenas e médias empresas (PME) são quem mais reconhece sofrer de ciberataques. Contudo, e independentemente da sua dimensão, é fulcral que a empresa ou organização aposte em profissionais qualificados e em trabalhar com parceiros que garantam a cibersegurança das soluções que disponibilizam. Quando falamos por exemplo em IoT (Internet of Things) aplicada a uma frota corporativa ou operacional, é essencial ser-se criterioso na escolha do parceiro de telemática, pois este deve ser dotado de soluções que garantam a total segurança, confidencialidade e rastreabilidade dos dados, permitindo assim à empresa proteger um dos seus principais activos: informação e dados.

Não é assim de estranhar a crescente procura por profissionais altamente qualificados que encontram na cibersegurança um futuro desafiante. Desafio que se torna ainda mais ambicioso quando falamos de uma sociedade em constante mudança e cada vez mais interconectada, com a sustentabilidade como exigência transversal, quer do ponto de vista individual como colectivo e corporativo.

Importa assim que o profissional de IT domine a arte de conhecer a infraestrutura dos sistemas e suas funções para ser capaz de criar acessos, controlar contas e sistemas e implementar procedimentos de segurança para teste de vulnerabilidades. Deve também conhecer diferentes linguagens de programação e ser exímio “detective” no que respeita à identificação de problemas nas redes e clouds às quais os devices estão ligados. Outra vantagem é o profissional ter conhecimento sobre Inteligência Artificial.
Desafios que crescem à medida que a sociedade é mais interconectada, até na própria mobilidade, com o automóvel a tornar-se um objecto conectado, com comunicação constante de dados entre o fabricante e quem os trata de modo a poder prestar determinado serviço, como alugar um carro sem uso de chave, numa soma de possibilidades reais que levarão a que a IoT (Internet of Things) seja parte dos veículos e das casas das gerações que começam agora a dar os primeiros passos na escola.

Contudo, a identificação e mitigação de um ataque cibernético exige também que o profissional seja dotado de várias soft skills, como a atenção permanente ao detalhe, olhar analítico, predisposição para aprendizagem contínua, capacidade para resolução de problemas e para trabalhar em equipa e uma grande capacidade de resiliência e motivação. E quando falamos em mobilidade sustentável é ainda importante o gosto pela inovação e a preocupação em melhorar o mundo do qual faz parte.

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