Colaboradores até 35 anos são os que têm mais vontade de regressar ao escritório. Saiba porquê

O novo relatório da JLL The Future of Office Demand (O futuro da procura de escritórios) conclui que, apesar do teletrabalho ser uma tendência, o escritório físico irá manter a sua importância enquanto espaço facilitador de inovação e colaboração e de saúde, bem-estar e produtividade dos colaboradores e 58% dos colaboradores sentem falta do escritório, com os mais novos, até aos 35 anos, a mostrar um desejo ainda mais forte de regressar (65%).

 

A interacção humana e a socialização com os colegas foi o que mais se sentiu falta durante a ausência do escritório (44%), seguido pelo trabalho colectivo cara-a-cara (29%).

Segundo o estudo da JLL, as estratégias de localização das empresas também poderão mudar, com maior foco num ecossistema mais diversificado. No curto-prazo, haverá uma maior procura em zonas suburbanas e em cidades de segunda e terceira linha, por parte de empresas que necessitam apenas de um espaço que possibilite que os seus colaboradores possam interagir com os colegas em zonas mais próximas de casa.

Esta pode também ser uma tendência pós-pandemia, já que a ausência de deslocações casa-trabalho foi o factor que mais colaboradores apreciaram no teletrabalho, foi essa a resposta de cerca de metade (49%) dos inquiridos num inquérito recente da JLL a 3000 profissionais em vários países, que serviu de base para a elaboração do estudo The Future of Office Demand.

Ao analisar tendências históricas de crises económicas anteriores, tal como a recessão dos anos 90, o crash das dot.com e a crise financeira global de 2008, a JLL conclui agora que o mercado de imobiliário corporativo recuperou à medida que a economia também foi sendo reconstruída. As incertezas em torno da pandemia e a possibilidade de uma segunda vaga do surto tornam, contudo, difícil prever em quanto tempo se iniciará a recuperação. Ainda assim, a criatividade dos empregadores para aumentar a produtividade com estratégias de rotatividade das equipas no regresso aos escritórios e a aposta por espaços de trabalho socialmente distantes dão uma perspectiva encorajadora para a procura de escritórios.

Por outro lado, os escritórios encorajam a colaboração, a inovação, o mentoring e o team building, ou seja, situações que a tecnologia tem dificuldade em replicar.

«O teletrabalho foi também estudado em Portugal e concluiu-se que existe a necessidade de reequilibrar o tempo passado a trabalhar em casa com o tempo passado no escritório. Isso vai ter implicações nos escritórios enquanto activo imobiliário, mas acreditamos que será sobretudo a nível da estruturação do espaço e na redefinição dos requisitos de localização, e não necessariamente na perda de área total ocupada. Se é claro que o teletrabalho e a pandemia exigem tendências de menor densificação no espaço de trabalho, devido às prudências do distanciamento social, também é verdade que as empresas reconhecem cada vez mais os ganhos de produtividade, colaboração e inovação que a partilha de um espaço físico traz. Isso não vai mudar», comenta Mariana Rosa, head of Office & Logistics Agency & Transaction manager.

 

 

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