![](https://hrportugal.sapo.pt/wp-content/uploads/2020/10/bill-gates.jpg)
Como construir uma fortuna de milhões de dólares? Estes foram os hábitos que ajudaram Bill Gates a lá chegar
Bill Gates, o rapaz que gostava de mexer em computadores, é agora uma das pessoas mais ricas do mundo. Segundo a Forbes, em Março de 2023, o seu património líquido era de uns impressionantes 100 mil milhões de euros.
Actualmente, Gates está mais interessado em dar o seu dinheiro do que guardá-lo. Em 2010, juntamente com a sua agora ex-mulher, Melinda, e o também multimilionário Warren Buffett — co-fundou o The Giving Pledge, que incentiva os mais ricos do mundo a doar a maioria das suas fortunas para caridade.
Bill Gates doou pelo menos 32,8 mil milhões de euros em acções da Microsoft, a empresa que co-fundou, à sua própria Fundação Bill & Melinda Gates e, em 2021, fizeram uma promessa plurianual de 13,7 mil milhões de euros para a fundação, revelou o The Chronicle of Philanthropy.
Porém, a sua fortuna não nasceu de um dia para o outro, o Yahoo partilha alguns hábitos que ajudaram Bill Gates a ocupar um lugar na História.
Tem sede de conhecimento
Gates frequentou a Universidade de Harvard por pouco tempo antes de desistir, mas atribui o seu sucesso ao tempo que lá passou.
«Foi um privilégio incrível (estudar em Harvard) e, embora tenha saído cedo, os meus anos em Harvard, as amizades que fiz e as ideias em que trabalhei transformaram-me», declarou Gates num discurso de formatura em 2007.
Gates estudou Informática, mas também se dedicou a muitos outros assuntos que o interessavam na universidade da Ivy League. «A vida académica era fascinante. Costumava assistir a muitas aulas em que nem sequer estava inscrito», afirmou durante o discurso.
Esta sede de conhecimento e a sua vontade constante de melhorar e aprender contribuíram para o crescimento do seu negócio. Por isso é um acérrimo defensor da educação. A Fundação Bill & Melinda Gates lançou o Programa Global de Educação em 2018, com foco no ensino de competências de Leitura e Matemática para crianças na África Subsariana e na Índia.
Teve o apoio dos pais
Em 1998, Gates revelou que os pais eram os seus modelos e também alimentaram e apoiaram o seu interesse por computadores, mesmo depois de ter decidido abandonar os estudos em Harvard. O pai de Gates, Bill Gates Sr., declarou à Forbes que a decisão do filho de abandonar a faculdade «não era propriamente o que tínhamos imaginado para nenhum dos nossos filhos».
No entanto, os pais de Gates apoiaram-no totalmente nos seus esforços depois disso. A mãe de Gates, falecida em 1994, ajudou o filho «a conseguir o contrato que levou a uma relação lucrativa com a IBM para a sua nova Microsoft Corporation», relatou o The New York Times.
Quanto ao seu pai, Bill Gates há muito que o cita como inspiração para o seu trabalho filantrópico, que ocupa o seu tempo e energia desde que deixou a sua função na Microsoft em 2008. Até à sua morte em 2020, aos 94 anos, o pai de Gates esteve activamente envolvido no trabalho filantrópico do filho e chegou mesmo a passar o primeiro cheque para a fundação de Gates.
Bill Gates é pai de três filhos: Jennifer, Rory e Phoebe, nascidos em 1996, 1999 e 2002, respectivamente. Em entrevistas e discursos, deu à sua ex-mulher crédito por 80% da educação dos filhos, e disse que seguiram o método parental “amor e lógica” da década de 70.
Lê muito
Na entrevista à Forbes, o pai de Gates disse que adorava ler em criança. «Quase todos os tipos de livros o interessavam — enciclopédias, ficção científica, etc.», referiu. «Fiquei entusiasmado por o meu filho ser um leitor tão ávido, mas lia tanto que tivemos de instituir uma regra: nada de livros à mesa de jantar.»
Isso não mudou. Em 2021, em homenagem ao Dia Mundial do Livro, Gates escreveu um tweet sobre a sua paixão. «Tento ler todos os dias, quer tenha um dia agitado no escritório ou saia para uma caminhada», escreveu. «É uma das minhas formas preferidas de aprender coisas novas e de compreender melhor o mundo.»
É provável que a leitura tenha contribuído para o património líquido de Gates, pois ajudou-o a adquirir os conhecimentos necessários para se tornar um empresário de sucesso. No seu blogue, GatesNotes, faz recomendações de leitura.
Escolheu um grande parceiro de negócios
Gates tomou inúmeras decisões brilhantes, muitas das quais envolveram as pessoas com quem escolheu trabalhar.
«Diria que as minhas melhores decisões empresariais têm realmente a ver com as pessoas que escolhi. Decidir fazer uma parceria com Paul Allen está provavelmente no topo da lista», afirmou na entrevista de 1998.
Paul Allen e Bill Gates eram amigos de infância e co-fundaram a Microsoft em 1975. Allen deixou a empresa oito anos mais tarde, após um diagnóstico de doença de Hodgkin. Companheiro filantropo que doou mais de 1,8 mil milhões de euros, Allen era proprietário dos Seattle Seahawks da NFL e dos Portland Trail Blazers da NBA na altura da sua morte, aos 65 anos, em 2018, devido a complicações de saúde.
Ao longo dos anos, a relação dois dois foi «complexa», tal como Allen descreveu no seu livro “Idea Man”. Contudo, Gates atribui o sucesso inicial da Microsoft à sua parceria com Allen e às muitas lições que aprenderam pelo caminho.
Manteve a paixão pelo seu trabalho
Como todos sabemos, para ter sucesso é preciso amar o que se faz. Bill Gates apaixonou-se pelos computadores em criança e passou uma vida inteira a construir uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo.
«É preciso gostar do que se faz todos os dias, e, para mim, isso é trabalhar com pessoas muito inteligentes», comentou Gates em 1998. «É trabalhar em novos problemas. A competição, as descobertas, a investigação fazem com que a área em que estou seja, na minha opinião, a mais excitante de todas.»
Apesar de ter deixado a sua função na Microsoft há mais de uma década, Gates foi presidente do conselho de administração da empresa até 2020, para se concentrar exclusivamente no seu trabalho filantrópico. À medida que a pandemia varreu o mundo, Gates reinventou-se novamente, emergindo como um dos principais defensores de políticas baseadas na ciência, doando centenas de milhões de euros para pesquisas relacionadas com o coronavírus.
Manteve a confiança no seu sonho e na sua visão
Gates teve a sorte de frequentar a Lakeside School, uma escola privada de elite em Seattle que lhe deu acesso a computadores quando estava no sétimo ano. Em vez de ensinar os alunos apenas a usarem computadores no sentido convencional, a escola «libertou-os», segundo Gates. Olhando para trás, disse que as suas experiências na escola lhe deram a visão e o incentivo de que precisava para fazer o impossível.
A sua visão mentém-se, embora numa frente diferente. O seu objectivo agora é preparar melhor o mundo para combater a ameaça de futuras pandemias. Em Janeiro de 2022, a Fundação Gates doou mais de 1,8 mil milhões de euros para vacinas e outros esforços relacionados com a COVID-19 e, nesse mesmo ano, lançou o livro, “Como prevenir a próxima pandemia”.
Tinha um fundo de emergência para a Microsoft
Gates aprendeu cedo que, para ser bem-sucedido, tinha de acumular um grande fundo de emergência para a Microsoft, que manteria a empresa à tona se esta alguma vez encontrasse obstáculos financeiros.
«Sempre tive de ter cuidado para não contratarmos muitas pessoas», partilhou em 2018numa entrevista no “The Ellen DeGeneres Show”. «Estava sempre preocupado porque as pessoas que trabalhavam para mim eram mais velhas e tinham filhos, e pensava sempre: “E se não nos pagarem? Será que consigo pagar os salários?”.»
Aprendeu com os seus erros na Microsoft
Todos nós cometemos erros. A chave, porém, é aprender com esses erros, e é exactamente isso que Bill Gates faz.
Num evento Village Global de 2019, Gates revelou que o seu maior erro foi não entrar em competição com a Apple após esta ter lançado o seu primeiro iPhone em Junho de 2007. A Google fez precisamente isso com o seu dispositivo Android em 2008.
«São mercados onde o vencedor domina tudo. Portanto, o maior erro é qualquer má gestão da minha parte que fez com que a Microsoft não fosse o que o Android é», afirmou. «Isso era uma coisa em que a Microsoft venceria naturalmente.»
Dorme sete horas por dia
Embora muitos homens de negócios bem-sucedidos gostem de se gabar da falta de sono, Gates é o oposto. Sabe que o sono é necessário para que a sua curiosidade intelectual esteja no seu melhor.
«Gosto de dormir sete horas. Apesar de ser divertido ficar acordado toda a noite — talvez num voo durante a noite —, se tenho de ser criativo, preciso de sete horas», explicou ao The Seattle Times em 1990.
E isso não mudou. Numa mensagem de Dezembro de 2019 no seu blogue, questionou «Será que todos precisam mesmo de sete ou oito horas de sono por noite? A resposta é que quase de certeza que sim, mesmo que se tenham convencido do oposto. Nas palavras do Dr. Thomas Roth, do Hospital Henry Ford, em Detroit, “o número de pessoas que podem sobreviver com cinco horas de sono ou menos sem prejuízo, e arredondado para um número inteiro, é zero”.»
Aprende com os que o rodeiam
Gates e o lendário empresário Warren Buffett tornaram-se amigos há 30 anos, quando se conheceram por acaso — e não por motivos profissionais – no fim-de-semana do 4 de Julho de 1991, em Seattle. Gates celebrou essa amizade, e o 90.º aniversário de Buffett, no seu blogue em 2020, e falou sobre uma das formas como Buffett o influenciou.
«Como o próprio Warren disse há alguns anos, quando falámos com alguns estudantes universitários, “avançamos na mesma direcção das pessoas com quem nos associamos. Por isso, é importante associarmo-nos a pessoas que sejam melhores do que nós”», escreveu Gates. «Os amigos que tiverem vão formar-vos ao longo da vida. Façam alguns bons amigos, mantenham-nos para o resto da vida, mas que sejam pessoas que admiram e de quem gostam.»
Diversificou o seu portefólio privado
Quando Gates estava a construir a Microsoft, dedicou a maior parte do seu tempo, energia e talento criativo a torná-la, sem dúvida, a maior empresa de tecnologia do mundo. Todavia, quando ficou rico, fez o que a maioria dos consultores financeiros recomenda, independentemente do seu património líquido: diversificou. Quando abandonou o conselho de administração da Microsoft, em Março de 2020, possuía cerca de 1% das acções da empresa, noticiou a Forbes.
Usou o dinheiro para investir em várias acções e outros activos que protegiam o seu vasto portefólio de uma calamidade de segurança única. A Forbes afirmou que detém acções da Canadian National Railway e da AutoNation, e que está entre os maiores proprietários de terras agrícolas norte-americanas. A CNBC noticiou em Abril de 2022 que é também investidor na Motif FoodWorks, uma empresa de alimentos à base de plantas.
Soube quando as parcerias tinham cumprido os seus objectivos
A parceria da Microsoft com a IBM formou a espinha dorsal da revolução do computador pessoal dos anos 80. As duas empresas colaboraram para criar os sistemas operativos que deram vida à maioria dos PC. No início da década de 90, porém, a parceria estagnou, e Gates determinou que a Microsoft estaria melhor se trabalhasse sozinha.
E tinha razão. Quando a separação ficou concluída, em 1992, a IBM saiu com o sistema operativo OS/2 criado em conjunto, e a Microsoft com o software que a tornaria rainha: o MS-DOS e o Windows. Em 2016, a Forbes escreveu sobre Gates: «A sua decisão de se “divorciar” da IBM é uma das melhores que tomou. A Microsoft assumiu o controlo do seu próprio destino.»
Aprendeu a abdicar do controlo
Segundo um relatório de 2019 da Inc., Gates só teve sucesso depois de aprender a confiar nas pessoas que contratou e a delegar-lhes responsabilidades. Isso, no entanto, exigia que fizesse algo que ia contra toda a sua personalidade: abdicar do controlo.
Nos primeiros anos da Microsoft, Gates mantinha um controlo apertado sobre tudo o que acontecia e fazia ele mesmo tudo o que podia, mas como fazer a Microsoft crescer até ao seu potencial máximo se passava o dia todo a escrever ou a editar código? Não dava.
Em vez disso, desenvolveu relações com os principais colaboradores, baseadas na confiança mútua. Descobriu que essa nova mentalidade lhe permitia assumir o papel de mentor em vez de microgestor e que, afinal, até lhe assentava bem.
Esta capacidade de ser criativo, trabalhar com a sua equipa e ter uma reserva de dinheiro suficientemente grande para crescer de forma constante e experimentar coisas novas contribuiu muito para o sucesso da Microsoft e, eventualmente, para a fortuna de Gates.