Como está a saúde em Portugal?

Os Indicadores fundamentais de saúde apontam para uma melhoria nos últimos anos, embora alguns mantenham níveis inferiores às médias da União Europeia (UE). É o que revela dados do Instituto Nacional de Estatística, divulgados por ocasião do Dia Mundial da Saúde que se comemorou ontem, 7 de Abril.

«Esta informação retrospectiva ganha particular pertinência por permitir enquadrar a informação que diariamente é disponibilizada sobre a pandemia Covid-19», destaca o INE.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2019, metade da população com 16 e mais anos avaliava como bom ou muito bom o seu estado de saúde, 34,8% avaliava-o como razoável e 15,1% como mau ou muito mau.

Apesar da melhoria recente na apreciação positiva que os residentes fazem do seu estado de saúde (mais 4,1 pontos percentuais (p.p.) de 2014 para 2019), Portugal continua a ser um dos países da UE-28 em que esta avaliação é mais baixa: 49,3% em 2018, quase 20 p.p. menos que a média obtida para a UE-28 (69,2%).

Em 2018, a expectativa de vida para uma pessoa com 65 anos era de cerca de 19,5 anos (17,6 anos para os homens e 20,9 anos para as mulheres da mesma idade). No entanto, a expectativa de número de anos de vida saudável aos 65 anos era bastante menor, 7,3 anos para a população em geral, 8,2 anos para os homens e 6,9 para as mulheres.

 

Há mais serviços médicos privados
De acordo com os dados divulgados pelo INE, em 2018, existiam 230 hospitais em Portugal, mais cinco que no ano anterior, dos quais 111 pertenciam aos serviços oficiais de saúde (107 hospitais públicos e quatro em parceria público-privada).

Estavam disponíveis 35,4 mil camas para internamento imediato de doentes (68,1% em hospitais públicos ou em parceria público-privada e 31,9% em hospitais privados). Apesar do aumento do número de camas de internamento em 2018 relativamente ao ano anterior, o seu nível está ainda ligeiramente abaixo do registado em 2008 (35,8 mil), tendo-se observado ao longo da década uma redução progressiva do peso relativo do sector público na oferta deste serviço.

Os hospitais públicos ou em parceria público-privada continuaram em 2018 a ser os principais produtores de serviços médicos, assegurando mais de 80% dos atendimentos em urgência, 75% dos internamentos, perto de 70% das cirurgias e cerca de 64% das consultas médicas.

No entanto, foi no conjunto dos hospitais privados que esta produção mais aumentou em relação ao ano anterior, com mais 12,5% de cirurgias, mais 10,4% nos atendimentos de urgência, mais 6,9% nas consultas médicas e mais 4,3% de internamentos.

 

Mais profissionais de saúde do que na União Europeia
Segundo o INE, em 2018, estavam inscritos na Ordem dos Médicos 53 657 profissionais, mais 14,7 mil que em 2008, atingindo-se uma relação de 5,3 médicos por mil habitantes (3,7 em 2008). Este aumento tem vindo a ser mais elevado (3,4% em média anual de 2009 a 2017) que o registado na UE-28 (1,3%).

Já na Ordem dos Enfermeiros estavam registados 73 650 profissionais, mais 16,9 mil que em 2008 (eram 56 709 em 2008), tendo o rácio de enfermeiros por mil habitantes atingido 7,2 (5,8 em 2008).

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