Como fazer um pitch de alto impacto sobre a sua empresa?

Imagine entrar num elevador, deparar-se com um grupo de colaboradores recém-contratados, e ter hipótese de apresentar, ali mesmo, em pouquíssimo tempo, a missão, a visão e os valores da empresa. Que termos escolheria para resumir os costumes, os hábitos e o conjunto de crenças da organização? O que destacaria para fazer uma apresentação de alto impacto e difundir a cultura corporativa? Descubra o conceito de “elevator pitch”.

 

Por Eduardo Adas, sócio fundador da SOAP – State of the Art Presentations

 

“Pitch” remete ao discurso do vendedor. Isto é: uma apresentação rápida, objectiva e que instiga a comunicação entre quem tem algo a vender e quem deseja comprar, seja um produto, um projecto ou mesmo uma ideia. O conceito pode (e deve) ser aplicado ao dia-a-dia das organizações, seja em elevadores, salas pequenas ou até em grandes espaços: o importante é que a mensagem seja transmitida de forma clara, concisa e correcta, despertando a atenção e o interesse do outro – ou de um grupo.

O objectivo é deixar o ouvinte entusiasmado, para que, em momento mais oportuno, você possa fazer uma apresentação mais elaborada e com mais tempo. É perfeito para um primeiro contacto com novos colaboradores.

Há, contudo, vários modelos de “elevator pitch”, que podem ser praticados de acordo com a ocasião e com o perfil do colaborador: seja ele um director, um analista sénior ou um assistente. O que diferencia o “pitch” dos discursos tradicionais é o tempo de apresentação, que pode ser de até um minuto. O “elevator pitch” não garante que os valores corporativos vão ser inteiramente assimilados – estamos a falar de uma interacção inicial. Mas, é o primeiro passo para alcançar dessa meta. Pode ser, por exemplo, uma excelente saudação de boas-vindas aos novatos. Quando bem feito, demonstra atenção da área de Recursos Humanos e maturidade da organização em si.

Assim sendo, qual seria o segredo para se fazer um bom “elevator pitch”? O conteúdo pode variar de acordo com o modelo de negócios da empresa, do perfil dos colaboradores e do tempo disponível para a apresentação. Cabe ao gestor de Recursos Humanos elencar aqueles conteúdos que fazem sentido à sua apresentação. Nesta altuta, vale a criatividade e a ousadia. Por isso, planeje o seu “pitch”, e, depois de estruturá-lo, treine bastante. Não esqueça de procurar apoio. Para isso, aproveite as oportunidades disponíveis no ecossistema da sua própria organização.

 

Os segredos de um bom “pitch” são:

1 – Mensagem: o primeiro passo é decidir qual a ideia e quais os valores corporativos precisa transmitir. Tenha atenção à mensagem e como irá transmiti-la. Frases curtas, que resumam a missão, a visão e os valores da empresa, costumam causar um bom efeito.

 

2 – Forma: é preciso adequar a forma de comunicar a mensagem ao momento, ao público e à situação. Adapte o seu discurso a cada uma das ocasiões. E prepare-se para alterações constantes.

 

3 – Anote: se fosse publicar um artigo numa revista, iria ler, reler e rever várias vezes. Para fazer um “pitch”, é preciso ter o mesmo cuidado. Escrever palavra por palavra permite que você verifique se realmente se trata da mensagem que pretende transmitir.

 

4 – Ensaie: quanto mais você ensaia, mais natural a apresentação fica. Pratique a sua fala como se estivesse a conversar. Não se trata de decorar as palavras, mas de memorizá-las. Grave-se a falar. Quando se vir e se ouvir, poderá avaliar a sua aparência, o seu tom de voz, se está a falar muito rápido, ou se se esqueceu de alguma parte importante.

 

5 – Convide: todo o bom “pitch” termina com uma “call-to-action.” Ou seja: uma chamada para acção. Recomendo que, antes de sair do elevador, convide o grupo de colaboradores recém-contratados do início deste artigo para uma conversa mais longa. Eles, certamente, ficarão encantados.

 

 

 

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