Como os videojogos ajudam a desenvolver competências profissionais (da resolução de problemas à decisão sob stress)

Na fase de pandemia, os hábitos que marcavam o ritmo das nossas vidas tiveram de mudar. O distanciamento social tornou-se norma e levou a uma mais intensa utilização de momentos digitais. A escolha de uns recaiu no visionamento de séries e filmes. Outros optaram por uma maior interacção em redes sociais, na consulta de informação ou mesmo no jogo de videojogos. Jogar videojogos passou a ser uma das armas que utilizei para ajudar a superar o isolamento social. Permitiu que a minha interacção humana passasse a ser feita online sem sobressaltos de maior. Ao longo deste período estabeleci contacto com várias pessoas de países e culturas novas. Os jogos digitais foram também uma fonte de crescimento e de desenvolvimento de competências.

 

Por Tiago Almeida, Web developer da Decode

 

É sabido que a conectividade e os videojogos ajudam ao desenvolvimento de diversas “soft skills” por parte de quem faz dela grande uso. Posso enumerar valências ao nível do: pensamento crítico; criatividade; capacidade de resolver problemas; colaboração; comunicação; e capacidade de decidir em situações adversas. Estas características são bastante importantes no mundo “exterior” seja para criar e estreitar amizades na vida social ou em âmbito profissional. Quem trabalha em equipa, está a partilhar uma experiência de entreajuda semelhante àquela tarefa requerida num jogo online, por exemplo.

Existe evidências que sugerem que os videojogos podem ser um lugar seguro para promover interacções sociais e o desenvolvimento de todo o tipo de pessoas, inclusive as que têm perfis mais vulneráveis:  com transtornos do espectro do autismo; com sintomas depressivos; com ansiedade social; inseguras ou tímidas.

Pessoalmente, aprendi e continuo a aprender muito em ambiente de videojogos. Passei a ter a percepção e a capacidade de ver um problema de diversos ângulos, por exemplo. Muitas das vezes chega-se a um ponto no jogo em que nos encontramos bloqueados na acção. Ao longo dos anos adquiri capacidade de controlar o temperamento, aprendi também que o erro não é o fim do mundo, mas sim uma oportunidade de melhorar a performance. Para nos podermos tornar bons num jogo é preciso conhecer bastante bem as regras e desenvolver certas competências. Para isto tudo acontecer e necessário falhar muitas vezes fazendo assim parte de um processo de aprendizagem.

Resumindo, jogar online no tempo de lazer ou em fases extremas como a de pandemia é uma arma útil para promover conexões e, ao mesmo tempo, desenvolver competências que ajudam uma pessoa a ter uma melhor vida profissional e pessoal. Os videojogos recolhem a preferência de muitas crianças e jovens e devem ser reconhecidos como uma fonte de apoio social e de desenvolvimento.

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