Como se gere uma equipa de Fórmula 1?

Na gestão de colaboradores de alta performance são necessários os mesmos elementos base da Fórmula 1. David Ferreira, manager da Randstad Inhouse Services Portugal, diz-nos quais.

Tendo em conta o histórico da Randstad na Fórmula 1 (F1) com a Williams, a empresa de Recursos Humanos partilha-nos um conceito diferenciador, que se baseia no paralelismo entre a optimização da gestão da força de trabalho numa empresa, com base na produtividade e flexibilidade, e a gestão de uma equipa de F1.

A Human Resources Portugal foi conversar com David Ferreira, manager da Randstad Inhouse Services Portugal.

No workshop “E se tivesse que gerir uma equipa de Fórmula 1” que a Randstad conduziu no final do ano passado, quais é que foram os principais ensinamentos?
A competição na F1 é uma combinação entre engenharia automóvel, competência do piloto e pro-eficiência da equipa no “pitstop”. No ambiente corporativo, quando analisamos e gerimos colaboradores de alta performance, necessitamos dos mesmos elementos base da F1: uma grande liderança, uma organização altamente competitiva, especialistas e equipa de suporte.

Que paralelismos podem ser feitos entre gerir uma equipa de Fórmula 1 e uma equipa corporativa?
Se analisarmos os factores que influenciam e tornaram a F1 num desafio sem paralelo, poderemos sobrepô-los aos das organizações. Isto é:
Liderança – Cada equipa de F1 é desafiada em função e papel para o alcance de um objectivo comum, colocando talento, tecnologia, e “expertise” a seu favor. Esta visão tem demonstrado sucesso e resultados significativos em todo o mundo. Neste caso, a liderança entende que o sucesso tem como premissa imperativa o desenvolvimento e a melhoria contínua.
Nas organizações a questão que se coloca é: está a imprimir a liderança necessária para a construção de equipas com colaboradores eficientes e eficazes para que se possa destacar da sua concorrência? A resposta está numa construção holística de gestão de equipas, procurando criar o equilíbrio óptimo entre colaboradores directos e flexíveis. Esta é uma área onde é claro e evidente o impacto que causará na melhoria dos resultados corporativos. Isto é, colocar as pessoas certas nos momentos necessários.
“Expertise” – Para ultrapassar a concorrência no desporto, a excelente gestão de “expertise” é essencial. Tanto no desenho do motor, chassis, como na avaliação das condições de pista… Estas permitem às equipas de F1 pequenas vantagens que podem fazer a diferença para atingir o sucesso. Uma das grandes forças da F1 é a capacidade de identificar deficiências, desenvolvendo a correcções apropriadas para a resolução ou por outro lado para as antecipar. O mesmo se passa nas organizações! Nos dias de hoje, um dos grandes desafios das organizações é o mesmo, procurando no mercado laboral os colaboradores/talentos com as “expertise” que necessitam.
Busca dos melhores – Este é um dos segredos da F1, a busca dos melhores colaboradores para a equipa! Aqueles que provam a sua habilidade e sucesso estão sempre no topo das preferências. Uma das condições promotoras da mudança é o salário, mas existem outros factores, focando por exemplo nos intangíveis: a história, a marca, as personalidades, tempos record – todos eles fazem parte da decisão dos pilotos de F1.
Estamos certos que nas organizações não procuramos pilotos de F1, mas qual será o impacto na sua organização se não conseguir atrair rapidamente os colaboradores/talentos para as posições em aberto? Esta habilidade para atrair os melhores da sua concorrência directa e indirecta bem com reter os já conquistados, trará às organizações vantagens distintas para excelente execução hoje e no futuro.

Na prática, que conselhos é que a F1 pode deixar às empresas?
A construção e alinhamento de equipas F1 é um desafio ímpar, os seus pilares base aproximam-se da realidade corporativa e podem ser tomados como ponto de partida e aplicados no desenvolvimento da sua força de trabalho. O facto de apostarem na melhoria contínua e de procurarem soluções/suporte externo, demonstram o dinamismo e atitude necessária para o sucesso organizacional. Paralelamente, este alinhamento poderá ser suportado por outras soluções de gestão de talento na força de trabalho. O parceiro certo, com o modelo alinhado com desafios estratégicos, trará o êxito necessário à organização!

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