Como serão as carreiras dos millennials?

Segundo o estudo “Millennials@Work”, sucesso e o empreendedorismo não estão no topo das preocupações dos millennials, sendo que metade espera sair da organização onde trabalha no decurso dos próximos cinco anos.

 

Esta é uma das conclusões do estudo “Millennials@Work: expectativas sobre as empresas e lideranças em Portugal”, desenvolvido em parceria por BCSD, Deloitte Portugal e Sonae, com o objectivo de conhecer a visão e as expectativas dos millennials (jovens nascidos entre 1983 e 2000), relativamente às organizações, e analisar os desafios da atracção e retenção destes jovens nas empresas.

O estudo revela que carreiras boomerang, flexibilidade, equilíbrio entre vida profissional e pessoal e espaço para o crescimento e desenvolvimento do talento jovem, são alguns dos desafios colocados pela geração millennial às empresas, no que respeita à gestão de pessoas. Para esta geração, as cinco maiores prioridades de vida são o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, o desafogo financeiro, ter filhos e constituir família, e poder viajar.

Os millennials ambicionam novas oportunidades e novas experiências profissionais, sendo que 50% dos inquiridos espera sair da organização onde trabalha nos próximos cinco anos e apenas 29% pensa ficar mais do que cinco anos na actual organização. Na base da satisfação e motivação para se manterem numa organização estão as oportunidades de aprendizagem e de aplicação de competências, a variedade de experiências e o reconhecimento.

Na altura de escolherem a organização onde querem trabalhar os millennials preferem as que proporcionam equilíbrio entre vida pessoal e profissional, sendo este visto como uma forma de reconhecimento, respeito e flexibilidade do trabalho. Trabalho à distância (59%), flexibilidade de horários (56%) e utilização de dispositivos móveis (45%) são encaradas como alavancas à produtividade.

 

Desenvolver competências e capacidade de liderança

Os millennials acreditam que o seu trabalho teria mais significado e impacto se dedicassem mais tempo ao desenvolvimento de competências, à discussão de novas ideias e abordagens e se estivessem envolvidos em programas de coaching e mentoring. Estes jovens sentem que passam demasiado tempo com a gestão de emails  e sentem que não é investido o tempo necessário ou suficiente no desenvolvimento das suas competências.

No que toca à liderança, a maioria dos inquiridos considera que as suas competências de liderança não estão a ser suficientemente desenvolvidas e percepciona uma certa escassez de oportunidades nesta área. Apesar de a carreira não surgir no topo das prioridades de vida dos millennials, 81% aspira tornar-se líder na sua carreira ou área de especialidade. Nesse sentido, a aposta e o desenvolvimento de novos líderes são considerados pelos millennials factores importantes de retenção de talento nas organizações.

Valores sociais mais valorizados

A maioria dos millennials acredita que o sector privado (45%) e o governo (28%) são os agentes com maior capacidade de influência na sociedade. Pouco mais de metade (53%) reconhece que as empresas actuam em conformidade com os princípios éticos.

 

Retracto dos millennials licenciados, empregados há mais de seis meses e a trabalhar em Portugal:
– Privilegiam ter novas experiências e novos desafios ao longo da sua carreira, pelo que não pretendem ter um emprego para a vida;
-Ambicionam o equilíbrio entre as suas vidas pessoais e profissionais, colocando o worklife balance como a prioridade;
– Valorizam ter um trabalho com significado, onde existam oportunidades de crescimento, desenvolvimento e aplicação das suas competências e talento;
– Ambicionam assumir posições de liderança;
– Gostariam de usufruir de condições de trabalho mais flexíveis, tendo maior liberdade para gerir os seus próprios horários e local de trabalho;
– Decidem de acordo com os seus valores pessoais;
– Gostariam que as organizações, no geral, passassem a incluir outros objectivos nas suas agendas para além dos objectivos financeiros;
– Valorizam os temas da sustentabilidade e da ética das organizações.

 

Como gerir os Millennial@Work
– Repensar o conceito de carreira para além da organização
– Promover a flexibilidade e o worklife balance
– Apostar no desenvolvimento do talento e dos novos líderes
-Incluir e disseminar a perspetiva orientada para o propósito
-Fomentar uma estratégia de sustentabilidade

Participaram nesta pesquisa perto de 2000 millennials (55% do género feminino e 45% do género masculino), licenciados, empregados há mais de seis meses e a trabalhar em Portugal.

 

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