COVID-19. Dezenas de empresas estão a mobilizar-se para ajudar na resposta à crise. E o apoio assume diversas formas.

A Renascença fez um apanhado de empresas de vários ramos têm tomado iniciativas para doar material de protecção, alimentos, chocolates e até lavagem de roupa aos profissionais de saúde, que estão a combater a COVID-19. E a Human Resources acrescentou mais algumas.

 

Estes são alguns exemplos, do ensino à energia, da banca à construção, passando pelo desporto até aos produtos de consumo e aos serviços.

O Santander juntou-se ao movimento tech4COVID19, para apoiar o Projecto Material Hospitalar. O objectivo é responder rapidamente às necessidades de material, com a angariação de equipamentos de protecção individual, ventiladores e testes de despiste ao COVID-19 para os profissionais de saúde. Nesta fase, «o Santander vai contribuir com um apoio de €50.000 para adquirir 50.000 máscaras P2». O material será entregue às Administrações Regionais de Saúde. Este projecto é formado por um grupo de startups tecnológicas portuguesas, que inclui mais de 250 empresas de áreas diferentes e mais de 3700 pessoas.

Para evitar a deslocação de doentes infectados com COVID-19, a Altri e a Navigator ofereceram um aparelho de raio-x ao Hospital Distrital da Figueira da Foz, «reduzindo-se assim o tempo de diagnóstico e o risco de infecção, que é muito elevado em doentes com COVID-19».

A Galp ofereceu 29 ventiladores ao SNS, disponibilizou apoio ao INEM para as ambulâncias e viaturas de recolha de amostras, entregou um pacote energético a mais de 500 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e cedeu meios à Direcção-Geral da Saúde (DGS) para uma campanha de sensibilização à escala nacional.

A EDP, juntamente com o accionista chinês China Three Gorges, ofereceu 50 ventiladores ao Estado, 200 monitores médicos e respectivos equipamentos de suporte, num total de quatro milhões de euros.

O Colégio Luso Internacional do Porto (CLIP) anuncia que «doou o único ventilador disponível no país ao Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, depois de uma recolha de fundos relâmpago no valor de 20 mil euros, tendo o colégio contribuído com oito mil do total.» A operação decorreu durante seis dias, segundo Francisco Marques, director do CLIP, o que prova «a força da solidariedade da nossa comunidade, a vontade de ajudar».

O PIEP, Centro de Interface Tecnológico da Universidade do Minho para o sector dos Plásticos, «mobilizou-se para desenvolver por impressão 3D, nas suas instalações, viseiras de protecção individual». Já foram entregues 20 viseiras ao Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães.

Também em 3D, vários empresários com impressoras e a startup FAN3D juntaram-se e imprimem agora viseiras, já entregaram 30 ao Hospital de Setúbal e prometem não ficar por aqui.

Na construção, a Mota-Engil também está a ajudar no esforço de combate ao COVID-19 e doou 17.000 batas/fardas protectoras, como equipamento de protecção individual, para os profissionais de saúde do Hospital de São João no Porto e Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHULN).

A Coporgest – Companhia Portuguesa de Gestão e Desenvolvimento Imobiliário entregou ao Ministério da Saúde 10 mil toucas clip e duas mil batas cirúrgicas.

A Super Bock Group e a Destilaria Levira estão a trabalhar juntas, na produção de gel desinfectante para as mãos. O objectivo é converter 56 mil litros de cerveja em 14 mil litros de álcool gel, isto para começar. O produto final vai ser oferecido a três unidades hospitalares da região do Porto.

A L’Oréal lançou um Plano Europeu de Solidariedade para o COVID-19, que em Portugal passa por doações de produtos a hospitais e centros de saúde.

E a Fundação L’Oréal decidiu doar «um milhão de euros às associações parceiras envolvidas na luta contra a precariedade. As associações apoiadas ao longo do ano pela Fundação L’Oréal também receberão kits de higiene (gel de banho e champô) e gel hidroalcoólico para assistentes sociais, voluntários e beneficiários».

A Garnier vai oferecer e distribuir gratuitamente 50 mil unidades de gel hidroalcoólico a todos os clientes europeus na distribuição alimentar, a partir do final de Abril.

La Roche-Posay e a CeraVe, do mesmo grupo, já ofereceram 900 máscaras, juntamente com um kit de cuidado de higiene e hidratação das mãos.

A marca italiana Chicco está a doar mais de 750 intercomunicadores com câmara, «todo o stock que a marca tem disponível em Portugal, com o objectivo de ajudar a minimizar os impactos que a pandemia causada pela COVID-19 está a causar nos hospitais e unidades de saúde do nosso país». Os pedidos devem ser enviados para este email.

O grupo Os Mosqueteiros vai doar meio milhão de euros, para apoiar profissionais de saúde da primeira linha com “equipamentos de proteção individual e material médico”.

A Unilever, fabricante de marcas como a Dove, Knorr e Skip, vai doar 100 milhões de euros em produtos: sabonetes, desinfectantes, lixívia e bens alimentares (a distribuição será feita tendo em conta os valores de venda em loja). As linhas de produção serão também adaptadas, para produzir desinfetantes para hospitais, escolas e outras entidades institucionais.

Especificamente para Portugal, a Unilever FIMA disponibilizou ajuda à DGS, com a doação de produtos, e está a reforçar doações às instituições com as quais já colabora.

A Carglass criou um serviço prioritário e gratuito para Polícia, Bombeiros, Proteção Civil, autarquias, farmácias e hospitais. A empresa oferece a «aplicação de soluções provisórias em vidros laterais e óculos traseiros e uma higienização profissional do habitáculo e condutas do ar condicionado.» Estes profissionais, e apenas estes, podem aceder ao serviço através da linha 225 320 706, nos dias úteis, das 9h00 às 18h00.

A “Dona Rosa” oferece limpeza de roupa a todos os profissionais de saúde, no concelho de Lisboa. Através desta aplicação portuguesa de lavar e engomar e limpeza a seco, quem trabalha nos hospitais e centros de saúde poupa assim este trabalho. Os serviços estão disponíveis através de um email ou de uma mensagem por WhatsApp.

A Imperial ofereceu «mais de 2500 tabletes de chocolates a profissionais de saúde», no Hospital de São João, no Porto, e à Lusíadas Saúde.

A Mercedes-Benz ofereceu o seu apoio na produção de equipamentos médicos. Com o auxílio de impressoras 3D, é possível produzir componentes individuais que são urgentemente necessários na tecnologia médica.

A DPD estabeleceu uma parceria com as entidades Tech4Covid19 e APT3D para fazer chegar a profissionais de saúde, os respectivos equipamentos de protecção individual, bem como lençóis, toalhas e outros materiais para o hospital de campanha do Santa Maria, instalado no Estádio Universitário de Lisboa.

A empresa de brinquedos portuguesa, Science4you adaptou a sua produção no sentido de dar resposta às necessidades do mercado no âmbito da COVID-19. Utilizando as equipas e materiais que normalmente têm como fim a produção de experiências para crianças, a empresa já conseguiu fornecer mais de 300 mil óculos de protecção, estando neste momento a produzir 15 mil unidades por dia.

Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito criou uma parceria entre a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, para a produção de um gel antisséptico à base de álcool, proveniente de aguardente vínica, para desinfecção das mãos, tendo como destino prioritário o Hospital José Joaquim Fernandes.

O IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação da Universidade Europeia desenvolveu um projecto de protecção individual para os profissionais de saúde e para os profissionais que têm de garantir serviços indispensáveis e de atendimento ao público, no âmbito das medidas de combate à propagação da infecção por COVID-19. Consciente da escassez deste equipamento médico na prevenção desta pandemia, a escola desenvolveu de raiz um projecto de design e produção de viseiras que contribuem, com segurança, para a protecção e minimização da propagação do vírus.

A solidariedade passa ainda pelo Desporto, com atletas e clubes a avançarem com doações. Em Portugal destaca-se a iniciativa de Cristiano Ronaldo e do empresário Jorge Mendes, que vão equipar uma ala do Hospital de Santo António, no Porto, para cuidados intensivos.

A Fundação do Futebol da Liga Portuguesa decidiu leiloar equipamento desportivo, o objectivo é angariar fundos para comprar material hospitalar, “nomeadamente máscaras, luvas e batas”. Será possível adquirir bolas e camisolas autografadas por atletas dos semifinalistas da Taça da Liga.

Estes são apenas alguns exemplos de como a comunidade empresarial se está a mobilizar na ajuda à resposta à crise pandémica criada pela COVID-19.

 

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