COVID-19. Mais de metade das empresas quer legislação sobre atrasos de pagamentos

Mais de metade das empresas portuguesas quer ver introduzida legislação que resolva o problema dos atrasos de pagamentos, enquanto 34% defendem a adopção de iniciativas voluntárias, segundo um estudo da Intrum hoje divulgado.

 

«[…] Mais de metade dos inquiridos portugueses (55%) revelou ter interesse na introdução de nova legislação, percentagem superior à média europeia», apontou, em comunicado, a empresa de serviços de gestão e crédito.

Segundo o European Payment Report (EPR) da Intrum, que analisou o impacto da pandemia COVID-19 nos pagamentos das empresas europeias, 34% dos inquiridos portugueses defendem a adoção de iniciativas voluntárias das empresas para resolver este problema.

A nível europeu, perto de metade dos inquiridos (47%) gostaria de ver iniciativas voluntárias, um aumento de 15% face ao período homólogo, e 50% querem ver introduzida nova legislação, uma subida de 5% face a igual período do ano anterior.

Esta análise revelou ainda um aumento na adopção da directiva de atrasos de pagamento da União Europeia, com 23% das empresas da Europa a afirmarem que a aplicam sempre, quando, no período homólogo, 71% dos entrevistados indicaram não conhecer esta directiva.

«Neste cenário de mudanças, muitas empresas estão a lutar pela sobrevivência. Manter a liquidez e o cashflow, garantindo o pagamento pontual, tornou-se a sua salvação e, para algumas empresas, a pandemia pode resultar no fim da sua jornada», considerou, no mesmo comunicado, o director-geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra.

Para este responsável, «constituir uma cultura de pagamentos sustentáveis exigirá uma mudança de comportamentos», que já está a acontecer.

Para a realização deste relatório, cuja pesquisa decorreu em 29 países europeus, entre 14 de Fevereiro e 14 de Maio de 2020, foram consideradas 9980 empresas de 11 sectores de actividade. Em Portugal, 289 empresas participaram no inquérito.

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