COVID-19. PRO.VAR prevê “perdas incalculáveis” nos próximos dias e pede apoio ao Governo

A PRO.VAR – Associação Nacional de Restaurantes pediu que o Governo «encontre uma forma de apoiar substancialmente as empresas», prevendo «perdas incalculáveis» nos próximos dias, depois de terem sido apresentadas novas medidas restritivas de combate à pandemia.

 

Em declarações à agência Lusa, o presidente da PRO.VAR, Daniel Serra, adiantou que havia solicitado ao Governo, na passada sexta-feira, que não apresentasse medidas «ao ponto de retirar o fluxo de clientes aos restaurantes», referindo que a testagem obrigatória provocaria «perdas enormes ao sector».

«[…] Aquilo que nós vamos assistir é que os restaurantes vão estar fechados de porta aberta, sem clientes», observou, lembrando que, apesar de ter reduzido os dias previstos em discussão, o Governo optou por seleccionar «dias muito importantes».

De acordo com Daniel Serra, a melhor solução para muitos restaurantes seria o encerramento total e receberem apoios do que estarem abertos, porque, segundo o mesmo, existe um conjunto de despesas acrescidas.

«Aquilo que estamos a prever realmente é que são alguns dias em que prevíamos um nível de facturação razoável e está perdido. […] Estamos a pedir que o Governo encontre uma forma de apoiar substancialmente as empresas. Sugerimos o [Programa] Apoiar, na reunião falámos disso. Falámos na questão da descida do IVA da restauração para o futuro», atentou.

Para Daniel Serra, o Governo e o Partido Socialista deviam comprometer-se com a redução do IVA da restauração para resolver os problemas no sector.

«São 19 meses – uma grande parte – em perda. E agora este final de ano com uma perda incalculável que estamos a prever. É uma dificuldade muito grande, porque, ainda por cima, o primeiro trimestre do ano é normalmente um trimestre de menor faturação e as empresas tinhas esse período [Natal e Ano Novo] para ganhar robustez», indicou.

Daniel Serra referiu ainda que já há empresas «sobre-endividadas» e que ficarão ainda mais fragilizadas, adiantando que muitos empresários «já estão a pensar em despedir trabalhadores».

O acesso a restaurantes, casinos e festas de passagem de ano vai exigir a realização de um teste negativo à COVID-19 com esta obrigatoriedade a abranger os dias 24, 25, 30 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro.

A medida foi anunciada hoje pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de no final da reunião extraordinária do Conselho de Ministros que aprovou medidas adicionais para conter a propagação de contágios por COVID-19.

«Para dias 24 e 25 deste mês, 30 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro passa a ser obrigatória realização e exibição de teste negativo para acesso a restaurantes, casinos e festas de passagens ano», disse o primeiro-ministro.

O Governo decidiu antecipar para o dia 25 de Dezembro o período de contenção que inicialmente estava previsto começar apenas em 2 de Janeiro.

É ainda passa a ser obrigatório um teste negativo para entrar em hotéis e estabelecimentos de alojamento local bem como no acesso a cerimónias familiares, como casamentos e batizados, e eventos empresariais.

Estão ainda proibidos ajuntamentos de mais de 10 pessoas bem como o consumo de álcool na via pública.

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