COVID-19. Quase 40% dos empresários assume perdas superiores a 80%
A COVID-19 já está a afectar os rendimentos dos profissionais independentes e do sector dos serviços em Portugal, com 38% a sofrer um impacto superior a 80%. Esta é uma das conclusões do segundo inquérito da Fixando, plataforma nacional para a prestação de serviços locais.
«Em Março, logo no início do estado de emergência, apenas 23% dos inquiridos estimava quebras nos rendimentos superiores a 80%, o que, infelizmente, podemos verificar agora que a situação piorou», revela Alice Nunes, directora de Desenvolvimento de Negócio da Fixando.
Os resultados mostram ainda que são já 79%, o total de portugueses que viram os seus rendimentos baixar, com destaque para os trabalhadores por conta própria, onde mais de 57% sentiu uma quebra também superior a 80%.
Já 74% dos inquiridos foi ou conhece alguém que alvo de despedimento, lay-off ou redução de horário.
«Em suma, percebemos que os profissionais independentes e pequenos empresários sentem falta de apoio do Estado, na medida em que o acesso a medidas de apoio é demasiadamente burocrático, demorado e inacessível para aqueles que, por algum motivo, têm dívidas para com o próprio Estado», adianta ainda Alice Nunes.
O que dizem os empresários? O que devia ser feito? (que preferiram anonimato)
«Na minha humilde opinião o nosso governo poderia fazer mais força no BCE e tentar dar mais dinheiro às pessoas, em vez de fazer créditos às empresas para poderem manter os funcionários. Se dessem dinheiro directamente as pessoas as empresas ficariam sem encargo nenhum e quando voltasse tudo ao normal as pessoas poderiam manter os seus empregos e a economia ficaria mais ou menos como estava. Mas sem poder pagar as despesas mínimas (porque com os lay-off vão receber muito pouco) quando isto acabar, as pessoas vão ter dívidas e contas atrasadas, e não vão voltar a consumir tão cedo. Enfim poderia estar aqui o dia todo a descrever a miséria que aí vem.»
«O Estado apoiar também os trabalhadores em situações precárias, sem contratos de trabalho, como as empregadas domésticas entre outros. E distribuição de cestas básicas para todos os carenciados, principalmente os idosos que vivem sozinhos e mães solteiras.»
«Para já o que está mais premente e salta à vista são os impostos que as entidades, quer sejam particulares ou empresariais, têm que pagar. Aquelas empresas que não estão a facturar neste período de pandemia deviam ser aliviadas de tais propósitos.»
«Parar com a burocracia, papelada a mais e condições exageradas que impede o acesso às ajudas. Quer para as empresas como para as famílias. 75% das empresas não vão ter ajuda nenhuma pois tem dividas ao fisco e segurança social. Os Bancos recebem dinheiro do Banco central com juros negativos, – 0.75% e querem emprestar com juros de 3% a 5%, Imoral. Para os empregados, independentes e talvez os sócios gerentes mais de 50% também não terão acesso a nada pois também tem dividas. Tudo isto é uma farsa, show político, show para as televisões e enganar os portugueses. Caminhamos para a recessão, depressão mais grave do século e os Governos não sabem o que fazer.»
«Isenção de cargas fiscais as empresas que não despeçam nem coloquem em lay-off seus funcionários neste período. isenção de alguns impostos em bens essenciais, tais como água, e alguns produtos alimentares.»
«Colocar empresas a fazer outras actividades e a se adaptar a outros tipos de produção para vários ramos de actividade.»