Criação de emprego está a aumentar a nível mundial. Há uma região que se destaca (e Portugal não aparece no top 10)

O Índice Global de Emprego da Robert Walters, em parceria com a Vacancysoft, analisa os anúncios de emprego publicados nos sites das maiores organizações de todo o mundo. Os novos dados publicados esta terça-feira, 18 de Fevereiro, destacam a dinâmica de mudança na criação de emprego em todos os sectores e regiões.

Em Janeiro, registou-se um aumento de 54% na publicação de ofertas de emprego profissionais (de colarinho branco) pelas principais empresas do mundo do que nos últimos três meses (desde Outubro de 2024).

«Dadas as pausas generalizadas nas contratações a que assistimos em Dezembro, esperávamos um aumento em Janeiro – principalmente porque os dados comparativos eram de uma base muito baixa», refere Toby Fowlston, CEO da Robert Walters.

«No entanto, o facto de os volumes de emprego de Janeiro estarem ao mesmo nível de Outubro de 2024 é um sinal positivo, uma vez que começámos o ano com vários factores globais que causam fluxo no mercado.»

Países a liderar o caminho

Os EUA continuam a ser o país líder na criação de emprego em funções de “colarinho branco” nas maiores empresas do mundo, representando 31% do total em Janeiro de 2025, seguidos pela Índia (16,61%) e Reino Unido (7,72%).

A Polónia (1,62%) surge pela primeira vez no Top 10 em Janeiro de 2025, principalmente para funções nos serviços financeiros e serviços profissionais.

Toby Fowlston acrescenta: «A Polónia continua a atrair investidores que procuram estabelecer e expandir as suas operações em Varsóvia e noutras cidades importantes. Uma força de trabalho altamente qualificada e económica, aliada à forte integração do país na UE e à sua localização geográfica estratégica, torna-o um destino atractivo para as empresas. Só no ano passado se verificou uma onda de actividades de offshoring e nearshoring que sublinha o crescente apelo da Polónia no panorama global.»

A procura por apoio ao negócio, procurement e supply chain e especialistas de RH aumentou em quase todos os principais sectores em Janeiro

Serviços profissionais

As vagas de emprego aumentaram 38,16% nas principais empresas de serviços profissionais do mundo em Janeiro, em comparação com a média mensal dos últimos seis meses de 2024.

De facto, apenas quatro países (dos 10 primeiros no emprego nos serviços profissionais) reportaram um declínio em Janeiro em relação à média mensal do segundo semestre de 2024 – Alemanha (-29,91%), Austrália (-8,36%), França (-4,72%) e Itália (-3,30%).

A Índia liderou as tabelas de criação de novos empregos em Janeiro (+58,13% vs média mensal do segundo semestre de 2024) nos serviços profissionais.

Os cargos em RH, procurement e supply chain, tecnologia e consultoria estavam entre os mais procurados no sector dos serviços profissionais em Janeiro de 2025.

«Os dados de Janeiro para as empresas de serviços profissionais estão geralmente alinhados com o que vimos em 2024, onde o sector como um todo não foi tão duramente atingido como outros», explica o CEO da Robert Walters.

Serviços financeiros

Os serviços financeiros registaram um aumento de 57,51% na criação de novos postos de trabalho em Janeiro de 2025 (face a Dezembro de 2024). Quando se compara Janeiro de 2025 com o mês homólogo de 2024, os volumes de emprego aumentaram 11,16%.

Analisando o volume de emprego de Janeiro face à média do segundo semestre de 2024, verificou-se uma queda marginal de -0,15%.

Os especialistas jurídicos e reguladores são os profissionais mais requisitados no sector dos serviços financeiros – as funções tiveram um aumento de 13,97% em Janeiro, quando comparado com a média mensal de 2024.

Bens de consumo e serviços 

Embora as vagas de emprego tenham aumentado em 73,42% em Janeiro de 2025 (em comparação com Dezembro de 2024) em todo o sector, na realidade caíram -14,64% quando comparado com a média mensal do segundo semestre do ano anterior.

Os EUA registaram a maior queda de funções no sector em Janeiro, sendo -26,15% inferior à média mensal do segundo semestre de 2024.

«Com o novo presidente a tomar posse apenas no final de Janeiro, a confiança dos consumidores manteve-se num estado de fluxo, uma vez que as pessoas ainda não têm a certeza do que esperar. À medida que a confiança dos consumidores estabiliza e cresce, observamos um impacto positivo no fluxo de emprego no sector, mas não prevemos que isso aconteça antes do primeiro trimestre», conclui.

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