Criação de empresas cresceu quase 10% em 2021 (mas ainda está 16% abaixo de 2019)

Em 2021 foram criadas em Portugal 41 656 novas empresas, um número 9,6% superior a 2020, mas ainda 15,9% abaixo de 2019, o último ano antes da pandemia ter vindo a afetar significativamente o empreendedorismo. Os dados são do Barómetro da Informa D&B, divulgado hoje.

 

Segundo o Barómetro da Informa D&B, o ano termina com um sinal positivo, com a evolução trimestral da constituição de novas empresas a mostrar uma aproximação aos valores de 2019 a partir do segundo trimestre.

Os sectores das Actividades imobiliárias, das Tecnologias de informação e comunicação (TIC) e da Agricultura e outros recursos naturais são os únicos que em 2021 ultrapassaram o ano de 2019 na criação de novas empresas.

De acordo com o barómetro, em 2021, nasceram 5316 novas empresas no sector das Actividades Imobiliárias, um crescimento de 5,4% face a 2019 e de 31,8% quando comparado com 2020, sendo o segundo sector onde estão a nascer mais empresas. Este crescimento verifica-se em todo o país, com excepção dos grandes centros urbanos como Lisboa, Porto e Coimbra.

Também as Tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão a recuperar o ritmo de crescimento de novas empresas registado antes da pandemia, quando eram um dos setores com maior crescimento neste indicador. Em 2021, nasceram 2524 novas empresas neste sector, o que representa um crescimento de 3,4% face a 2019 e de 20,1% face a 2020. Os maiores crescimentos em número absoluto ocorreram no subsetor da Informática e nos distritos do Porto, Funchal e Santarém.

A pandemia e as restrições à circulação criaram oportunidades para áreas de atividade específicas, como é o caso do retalho online. A constituição de empresas neste subsector cresceu significativamente nos últimos dois anos, passando das 389 novas empresas em 2019 para as 570 em 2020 e 615 em 2021.

Três quartos do total são empresas jovens e em 2020 mais de metade delas viram aumentar o seu volume de negócios, num crescimento agregado de 82%, valor muito superior ao que se passa na generalidade das empresas com a mesma idade.

Associado ao crescimento do empreendedorismo neste subsector, surge também o aumento das novas empresas de distribuição, que em 2021 cresceram 44% face a 2020 e 18,5% face a 2019.

Já os sectores dos Transportes, do Alojamento e restauração e dos Serviços gerais são aqueles em que o empreendedorismo continua afectado pela pandemia, mostrando valores mais distantes de 2019. Em relação ao último ano antes da pandemia, a criação de novas empresas nos Transportes registaram um recuo de 55%, enquanto a queda no Alojamento e restauração e nos Serviços gerais é de -27% e -26%, respectivamente.

O barómetro indica também que os encerramentos e as insolvências mantêm-se relativamente baixos, registando valores inferiores a 2019, devidos em grande parte às medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas.

O ano passado encerraram 12 900 empresas, menos 13,6% que no período homólogo e menos 27,5% do que em 2019. Todos os sectores registaram níveis inferiores a 2019 e apenas o sector da Construção têm em 2021 mais encerramentos do que em 2020.

Já 1951 empresas iniciaram um processo de insolvência, valor que representa uma descida de 14,1% face a 2020 (menos 321 novos processos) e de -11,3% face a 2019 (menos 248 novos processos). A esmagadora maioria dos sectores de actividade encontra-se em níveis inferiores a 2019, com a excepção do Alojamento e Restauração (+90 novos processos) e dos Serviços Gerais (+31 novos processos).

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