Criação líquida de emprego continua a subir e deverá atingir 16% no segundo trimestre do ano. São estes os sectores que mais vão contribuir para isso

Embora 50% dos empregadores esperem manter, no próximo trimestre, o seu actual número de colaboradores, 32% pretendem recrutar, face a 16% que antevêem reduzir as suas equipas. Os dados são do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, que revela uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +16% para o segundo trimestre do ano um valor já ajustado sazonalmente e que reflecte uma subida de quatro pontos percentuais face aos primeiros três meses do ano.

 

No entanto, esta projecção traduz ainda uma descida considerável de 13 pontos percentuais, quando comparada com o período homólogo de 2022, quando Portugal começava a sair do contexto da crise pandémica. Estes valores posicionam Portugal abaixo da média global e da região da EMEA (Europa, Médio Oriente e África), com apenas oito países deste território a terem perspectivas de contratação mais pessimistas, entre os quais, Espanha, Grécia e Hungria.

Os empregadores dos nove sectores analisados em Portugal esperam aumentar as suas equipas no segundo trimestre do ano, e cinco destes registam sinais de maior dinamismo nas intenções de contratação, face aos primeiros meses de 2023. Por outro lado, oito dos sectores reduzem as suas projecções face ao período homólogo de 2022.

Os Serviços de Comunicação, que incluem telecomunicações e media, apresentam as perspectivas mais robustas, com uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +35%, um valor que se destaca de forma significativa da média nacional e que traduz uma subida considerável de 17 pontos percentuais face ao trimestre anterior.

Entre os sectores com a projecção mais robusta surge também o das Tecnologias da Informação com +32%, o que representa uma subida de 4 pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior, e uma descida semelhante face ao mesmo trimestre de 2022.

Também o sector de Energia e Utilities avança com uma projecção saudável de +29%, mas que, na comparação com o trimestre passado, traduz uma diminuição de 14 pontos percentuais. Segue-se o sector de Bens e Serviços de Consumo, que contempla as actividades de Retalho, Distribuição, Hotelaria e Indústria de Bens de Consumo, e que apresenta uma projecção de +16%, sendo o sector que mais cresce face aos primeiros meses do ano, com uma subida de 24 pontos percentuais. Já relativamente ao mesmo período de análise de 2022, a projecção abranda 23 pontos percentuais.

Também o sector da Indústria Pesada e Materiais, que abrange os subsectores da Agricultura e Construção, apresenta uma projecção favorável de +15%, mantendo-se estável face ao trimestre passado, com uma evolução de dois pontos percentuais, mas um abrandamento considerável de 15 pontos percentuais face ao período homólogo de 2022. O mesmo comportamento é verificado no sector dos Transportes, Logística e Automoção, que situa a sua projecção nos +14%, valor que se mantem estável face ao trimestre passado (mais um ponto percentual).

O sector das Finanças e Imobiliário avança igualmente com previsões optimistas para este segundo trimestre, com a projecção a fixar-se nos +7%, mas com uma queda de 11 e 18 pontos percentuais face ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado, respectivamente. Por fim, a área da Saúde e Ciências da Vida apresenta a projecção mais conservadora, +3%, traduzindo uma ligeira descida de três pontos percentuais face ao primeiro trimestre do ano e de 19 pontos percentuais, se comparada com o mesmo período de 2022.

Todas as regiões de Portugal apresentam previsões favoráveis quanto à evolução das contratações, no segundo trimestre de 2023, e apenas uma, a Região Centro – evolui negativamente face aos primeiros meses do ano. No entanto, quando comparadas com o período homólogo de 2022, há um abrandamento nas perspectivas de todas as regiões.

É, novamente, o Grande Porto que apresenta a Projecção para a Criação Líquida de Emprego mais sólida, com um valor de +29%, o que equivale a uma subida de seis pontos percentuais face ao primeiro trimestre do presente ano e uma descida no mesmo valor em relação ao período homólogo de 2022.Seguem-se depois a Grande Lisboa e a Região Sul, ambas com uma Projecção de +16%. Este valor revela um maior optimismo face ao trimestre passado, com as previsões de contratação a crescerem oito e quatro pontos percentuais, respectivamente, face ao início do ano.

A Região Norte apresenta uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego respeitável de +13%, o que equivale a uma evolução positiva de quatro pontos percentuais face ao último trimestre e um decréscimo de seis pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Com a projecção mais modesta surge a Região Centro, com +4% e que revela uma descida tanto face aos meses anteriores como ao mesmo trimestre do ano passado, com um abrandamento em 17 e 32 pontos percentuais, respectivamente.  As quatro categorias de empresas, independentemente da sua dimensão, prevêem aumentar as suas equipas no segundo trimestre de 2023, bem como assumem uma evolução positiva face aos primeiros meses do presente ano. Por outro lado, apenas um tipo evolui positivamente face ao período homólogo do ano passado.São as Microempresas as que avançam com a perspectiva mais dinâmica, com uma projecção de +25%, o que traduz uma evolução considerável de 11 pontos percentuais, tanto comparativamente com o último trimestre como com o mesmo período do ano passado.

Seguem-se as empresas de Pequena Dimensão, com uma forte projecção de +20%, e uma subida de nove pontos percentuais face ao início do presente ano.Por fim, as Grande Empresas e as Médias Empresas apresentam projecções favoráveis de +13% e +11%, respectivamente. No caso destas duas categorias, estes valores traduzem uma estabilidade face ao trimestre passado, ao crescerem apenas um ponto percentual. Por outro lado, se comparada com o período homólogo de 2022, a projecção mostra um decréscimo considerável de 19 pontos percentuais nas Grandes Empresas e de 17 pontos percentuais nas Médias Empresas.A Projecção para a Criação Líquida de Emprego a nível global mantém-se estável, com um valor de +23%, o mesmo do trimestre anterior. No entanto, e seguindo a tendência registada em Portugal, a projecção desce seis pontos percentuais se comparada com o mesmo período do ano passado. Todos os 41 países e territórios inquiridos apresentam perspectivas de contratação positivas, mas 15 revelam um abrandamento face ao trimestre anterior e 20 face ao mesmo período do ano passado.

Na Região EMEA, onde se situa Portugal, os Países Baixos, a Noruega e a Suíça revelam as intenções mais animadoras, todos com +31%. Portugal ocupa o décimo quinto lugar da tabela, apenas dois pontos percentuais abaixo da média da Região. No que respeita à média global, posiciona-se sete pontos percentuais abaixo.A nível mundial, a Hungria avança com a projecção mais moderada, de +2%, seguida pela Grécia, com +7%, e pela Polónia, que se situa nos +8%.

O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 38.000 empregadores, em 41 países e territórios.

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