Critical TechWorks: Ouvir para compreender

Na Critical TechWorks, a importância de ouvir os colaboradores para compreender, desde logo, os benefícios que mais valorizam e o que procuram a nível de carreira é factor fundamental. Existe um roadmap traçado, mas cada profissional pode escolher o caminho que lhe for mais conveniente.

 

Por Tânia Reis

 

Em 2018, a BMW escolheu a Critical Software, entre mais de uma centena de candidatos, pela qualidade dos serviços e inovação que demonstrara, em diversas indústrias, inclusive a automóvel. Nascia assim a Critical TechWorks, joint-venture que desenvolve soluções exclusivamente para aquela marca. Desde então, tem desenvolvido «soluções inovadoras que respondem ao padrão de exigência da BMW e dos seus condutores», explica Sara Pereira, directora de Recursos Humanos, «com funcionalidades ao nível da condução, do painel de infotainment, da aplicação MyBMW app, e outros serviços».

Em quatro anos, o balanço não podia ser mais positivo, «tanto em termos de crescimento de talento, como de projectos que desenvolvemos», acrescenta a responsável. O envolvimento num crescente número de projectos e em áreas fulcrais para a BMW reforça a «confiança que o grupo tem na equipa e no nosso domínio da tecnologia», atesta, realçando o empenho na construção de uma relação de confiança e duradoura, assumindo novas responsabilidades e novos desafios, «tanto na transformação do interior do carro, como noutras soluções disruptivas da marca».

Em consequência das novas formas de mobilidade – até porque «os carros servem para muito mais do que ir de um ponto para outro e as necessidades dos condutores vão além da mera questão de transporte» –, a Critical TechWorks tem trabalhado na inovação desta área. Para tal, estuda as tendências de consumo as necessidades dos clientes, o que lhes permite «criar uma experiência de condução única». Novos modos de condução, painéis e opções de entretenimento, maior conforto e interacção com diferentes funcionalidades são algumas das mudanças assinaladas, bem como a aplicação MyBMW app, que conecta o condutor ao seu carro, estando neste momento a desenhar um novo modelo de contacto pós-venda para o grupo BMW.

O avanço da tecnologia não foi o único factor-chave destes últimos quatro anos. Também no âmbito das pessoas a realidade mudou. «Os projectos da Critical TechWorks evoluem de acordo com os desafios que o grupo BMW nos lança», partilha Sara Pereira, acrescentando que a empresa está focada em «crescer de forma sólida e sustentada».

 

Potenciar o crescimento
Dos 100 colaboradores iniciais, a Critical TechWorks conta actualmente com mais de 1900 especialistas em dife-rentes áreas. A este crescimento tem correspondido um redobrado empenhado em «tornar o onboarding mais completo e mais relevante para cada pessoa que se junta à equipa». Liderado pela equipa de Purpose, constituída pelas áreas de Talent, Hearts, Happiness e Marketing, «áreas estas especializadas em matérias e dinâmicas muito específicas», o principal objectivo passa por desenvolver uma estratégia integrada e abrangente, que permita promover e acompanhar, de forma contínua, o crescimento e desenvolvimento das pessoas, desde a sua admissão e ao longo de todo o seu percurso.

Reconhecendo a importância de integrar os colaboradores recém-chegados nos processos da organização, nos valores e missão, bem como na cultura, a joint-venture assume como «responsabilidade disponibilizar os recursos e as ferramentas necessárias para que cada colaborador invista no seu crescimento, no seu desenvolvimento e no seu bem-estar», garante Sara Pereira.

Entre os quase 2000 colaboradores, os perfis são muito distintos, com uma média etária que ronda os 30 anos, mas com profissionais em diferentes fases de carreira, e promovendo-se uma cada vez maior diversidade e inclusão nas equipas.

Ademais, os escritórios no Porto e em Lisboa conferem «um acesso privilegiado a talento bastante qualificado que conclui os estudos nas universidades locais», explica a gestora. Através das academias em áreas como CI/CD, Cloud e Full Stack, a Critical TechWorks promove formação especializada para integração nas equipas, criando ao mesmo tempo oportunidades para que outros profissionais iniciem ou aprofundem a sua carreira no sector das Tecnologias de Informação.

Das competências mais valorizadas, «as interpessoais, de comunicação e criatividade são as que destacam os profissionais, elevando os seus resultados individuais e potenciando a evolução de toda a organização», defende a responsável de Recursos Humanos. «As equipas da Critical TechWorks estão empenhadas em criar a tecnologia de ponta para o sector da mobilidade com o grupo BMW, pelo que é fundamental que os especialistas se revejam na forma de trabalho e procurem a disrupção de forma constante.»

 

Investir numa relação de proximidade
Reconhecendo a elevada escassez de talento em Portugal, nomeadamente no sector tecnológico, Sara Pereira realça que é natural verificar «uma elevada procura por especialistas no sector das TI, onde a oferta de oportunidades continua a suplantar o número de profissionais disponíveis para as integrar». E esse cenário deve-se ao facto de o País estar a «evoluir de forma rápida e muito positiva» a nível de serviços e produtos tecnológicos, motivo pelo qual «outras empresas e multinacionais escolhem Portugal para expandir o seu negócio».

A estratégia da empresa para mitigar essa escassez de talento passa por um «regime híbrido, com um bom equilíbrio entre trabalho presencial e remoto». Simultaneamente, promovem benefícios para os profissionais no estrangeiro que queiram vir para Portugal e organizam diferentes academias de formação intensiva e especializada para que os especialistas possam «entrar neste sector das TI e integrar desde logo as equipas da Critical TechWorks».

Para Sara Pereira, a importância de ouvir os colaboradores para «compreender, desde logo, os benefícios que mais valorizam e o que procuram a nível de carreira» é o factor fundamental que torna a Critical TechWorks uma empresa atractiva.

O pacote de benefícios e «mais-valias bastante atractivo» – que inclui seguro de saúde, consultas de psicologia, fisioterapia, nutrição, assim como um pacote de trabalho remoto (setup home office), e ainda um budget de formação, entre outros – é revisto frequentemente, de modo a responder às necessidades das pessoas, e fomentam momentos de feedback regular para que as pessoas alinhem os seus objectivos e tomem parte no processo para alcançarem as suas ambições profissionais. «Quando se mudam os tempos, é natural que também os objectivos e exigências das pessoas mudem, pelo que este é um trabalho constante. Vamos adaptando os nossos processos, benefícios, espaços e eventos à medida que evoluímos, em conjunto», garante.

Uma outra alteração implementada foi o processo de onboarding. «O foco deixou de estar no que precisamos de transmitir enquanto organização, passando agora à experiência que queremos dar às pessoas nos seus primeiros dias e no primeiro contacto com a organização», explica Sara Pereira.

Não descurando o modelo de trabalho, história e cultura, na Critical TechWorks “investem” sobretudo na construção, desde o início, de uma relação de maior proximidade com as pessoas que entram nas equipas, e na oportunidade de «explorarem mais e mais por si». O roadmap é traçado pela empresa, mas cada colaborador pode escolher o caminho que lhe for mais conveniente, levando a que o onboarding se prolongue mais no tempo, mas aconteça de forma mais dinâmica.

«O feedback tem sido positivo – revela – e, sobretudo, tem sido útil para desenharmos um processo que acrescenta, realmente, valor a cada colaborador». A entrada numa nova equipa acarreta sempre uma elevada quantidade de informação sobre diferentes temas e, este processo «mais extenso, menos intensivo, e em linha com o que os colaboradores procuram conhecer ao início, tem contribuído para reforçar a cultura organizacional da Critical TechWorks».

 

Equilíbrio e flexibilidade
Essa integração de novos colaboradores é reforçada com eventos de networking, team building e de carácter mais informal. Os escritórios dispõem de espaços pensados para promover essa interacção, onde, além dos open spaces, há zonas de refeição mais amplas, «espaços com instrumentos musicais para quem queira juntar-se a tocar», uma horta cultivada por iniciativa das equipas e, recentemente inaugurado, o Beer Garden num dos rooftops dos escritórios do Porto.

A empresa tem também prevista a mudança para novos escritórios em Lisboa, «com cerca de 10 mil metros quadrados no Parque das Nações», estando a desenhar soluções semelhantes para esse espaço.

Com grande adesão por parte dos colaboradores, tanto nos eventos de onboarding como nas iniciativas desenvolvidas ao longo de todo o ano, a empresa celebrou em Outubro o mês da Saúde Mental, efeméride assinalada desde a sua fundação, exemplifica a gestora.

Iniciativas de valorização, formação e interacção com outras equipas quando os colaboradores vêm ao escritório são também factores apontados para o fortalecimento da relação entre a Critical TechWorks e as suas pessoas.

No rescaldo de uma pandemia que transformou e optimizou, de certa forma, o modo como trabalham, a Critical TechWorks promove um regime híbrido, permitindo assim que os colaboradores beneficiem das dinâmicas próprias do trabalho presencial e remoto. A promoção de diferentes opções permite que as «equipas se coordenem de forma mais flexível» e que os colaboradores encontrem um maior equilíbrio entre o trabalho e a sua vida pessoal.

Com uma cultura interna marcada por maior autonomia, «cada especialista tem também maior responsabilidade sobre a sua produtividade e evolução», conclui Sara Pereira. Para o futuro, pretendem continuar a consolidar a sua posição no mercado tecnológico e da mobilidade, «com soluções únicas e inovadoras», assim como apostar no desenvolvimento e crescimento das suas pessoas, e de novos talentos que venham a fazer parte da organização.

Este artigo foi publicado na edição de Novembro (nº. 143)  da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponóvel a versão em papel e a versão digital.

Ler Mais