Desemprego em Portugal deverá atingir máximos históricos (dizem previsões do FMI)

O arranque dos encontros da Primavera (feitos a partir de Washington, pela primeira vez em modo virtual) do Fundo Monetário Internacional (FMI) aconteceu ontem e as previsões não são animadoras. O Diário de Notícias avança que as projecções apontam para uma quebra de 8% na economia nacional em 2020, com a taxa de desemprego a poder  atingir 13,9% da população activa, mais do dobro face a 2019.

 

O jornal diário constata que será um verdadeiro choque de desemprego, o maior de que há registo, tendo por base as séries longas consultadas pelo DN/Dinheiro Vivo, que remontam a 1960, devendo a taxa de desemprego nacional recuar ao nível de há seis anos.

Em relação às projecções para as contas públicas, para Portugal – e depois do excedente histórico de 2019 – o FMI prevê que o défice ultrapasse um valor equivalente a 7% do produto interno bruto (PIB), apenas equiparável ao de 2014, o ano da falência e do resgate do BES.

O Diário de Notícias avança ainda que especialistas de renome já previram que o défice português ultrapasse os 10% neste ano e a dívida ronde os 146% do PIB, num ambiente altamente depressivo em que a economia portuguesa colapsa 15%.

Também o ministro das Finanças, Mário Centeno, em entrevista à TVI, admitiu que, neste segundo trimestre, a quebra do PIB pode ser quatro a cinco vezes maior do que o pior valor alguma vez registado (o que equivale a uma contração na ordem dos 20% no período de Abril a Junho face a igual período de 2019).

O outlook  divulgado ontem pelo FMI antevê que a recessão deve mesmo arrastar-se até ao final do ano. De acordo com a instituição dirigida por Kristalina Georgieva, no último trimestre de 2020 Portugal deverá registar uma contração económica de 10% ou mais. Retoma só para o ano, podendo o crescimento chegar a 5%, nitidamente insuficiente face aos à queda no ano corrente.

Comparativamente, e a par da Espanha e da Eslovónia, Portugal passa assim a ter a quinta recessão mais pesada da zona euro e o peso do desemprego será o terceiro maior, num ranking liderado por Grécia e Espanha, destaca o Diário de Notícias. O défice projectado de 7,1% faz o país recuar aos tempos da da troika e do programa de ajustamento, mas com Portugal a aparecer agora a meio da tabela da zona euro.

 

 

Ler Mais