Disrupção: executivos vão passar das palavras à acção

O estudo da Mercer “Portugal Talent Trends 2018 – Unlocking Growth in the Human Age” identificou cinco tendências na gestão de talento e revelou que a maioria dos executivos em Portugal planeia fazer alterações na sua estrutura organizacional. Conheça as restantes conclusões.

 

Constatando que, apesar do crescente peso das novas tecnologias, através da automação, robotização, inteligência artificial, 3D, e demais avanços, os executivos devem concentrar-se no “sistema operativo humano” para fortalecer as suas organizações, o estudo da Mercer identificou cinco tendências na gestão de talento em Portugal para 2018:

 

– Velocidade da mudança: o estudo revela que todas as empresas (100%) estão a planear mudanças estruturais este ano (1 em cada 4 dos executivos têm um scorecard com métricas de transformação), sendo que as principais mudanças planeadas são: a formação de equipas que se auto-motivem e de natureza holocrática; a aposta em estruturas horizontais; a descentralização dos processos de decisão; a eliminação de determinadas funções com menor impacto para a organização e a criação de unidades de projeto. Por outro lado, grande parte dos colaboradores em Portugal (88%) espera oportunidades de crescimento pessoal e profissional sendo que as empresas procuram cada vez mais competências humanas únicas.

 

Uma vez que mais de 20% dos principais executivos prevê que, pelo menos, uma em cada cinco funções da sua organização deixe de existir nos próximos cinco anos, estar preparado para a substituição e requalificação ao nível do trabalho é fundamental para a sobrevivência e competitividade dos negócios. Assim, 94% dos executivos em Portugal refere a inovação como parte principal da sua agenda ainda em 2018, apesar de apenas 35% ter investimento específico para tal. Somente 6% dos colaboradores refere ser muito simples inovar e 42% das empresas em Portugal têm formação em inovação. Cerca de 39% das empresas encorajam os colaboradores a apresentar ideias inovadoras.

 

– Trabalhar com um propósito: Menos de metade (46%) dos colaboradores que se têm destacado e que se sentem profissionalmente e pessoalmente realizados referem que a sua empresa apresenta um forte sentido de propósito. As razões mais apontadas para um colaborador ser bem-sucedido em Portugal prendem-se com: uma remuneração justa e competitiva; oportunidades de carreira; líderes que definem uma direção clara; possibilidade de trabalhar com os melhores; oportunidades de desenvolvimento de novas capacidades; trabalho em projectos com um propósito. Uma evidência do estudo é que colaboradores com incentivos de carreira demostram quatro vezes mais compromisso para com a sua organização.

 

– Flexibilidade permanente: Os colaboradores valorizam cada vez mais as suas expectativas entre o equilíbrio da sua vida pessoal e profissional. Querem mais opções de trabalho flexível, sendo que as organizações estão cada vez mais atentas – 75% dos profissionais de Recursos Humanos refere que a flexibilidade no local de trabalho é uma área de foco na sua organização, apesar de mais de metade (56%) ter receio que a flexibilidade impacte nas suas perspectivas de promoção. Contudo, nenhuma das empresas nacionais se considera um líder flexível, o que entra em concordância com a maioria dos colaboradores (61%) desejarem uma maior flexibilidade, percentagem acima da média internacional.

 

– Plataforma para o talento: Os profissionais de Recursos Humanos reconhecem a necessidade de delegar tendo em vista o futuro. A principal prioridade (49%) que destacaram em Portugal foi a necessidade de desenvolver líderes para o futuro. Na perspcetiva dos executivos, o factor que terá mais impacto nas empresas este ano será valorizar e reforçar a experiência do colaborador. Já do ponto de vista dos colaboradores, a maior parte (63%) refere que quer que a sua empresa perceba melhor os seus interesses e competências específicas. Por outro lado, 71% dos colaboradores admite que poderia aumentar o seu desempenho se tivesse um acesso mais simples a especialistas e mentores.

As principais mudanças que as empresas inquiridas referem na gestão de desempenho este ano são o desenvolvimento de carreira (41%), um investimento contínuo em ferramentas de feedback (40%) e calibração de objetivos (39%).

 

– Digital de dentro para fora: Apesar de 75% dos colaboradores referirem que as ferramentas de última geração são importantes para o sucesso, mais de metade das empresas (68%) refere que, apesar de já estarem no caminho para moldar a experiência do colaborador, ainda há um longo percurso a percorrer. Os líderes das organizações pretendem investir este ano na gestão de conhecimento, na melhoria da eficiência das forças de vendas e em aumentar a eficiência dos Recursos Humanos. Actualmente, com as novas dinâmicas do mundo digital, um em cada três líderes em Portugal refere que o seu papel mudou com a introdução das tecnologias digitais, enquanto apenas um em cada quatro colaboradores sentiu essa mudança na sua actividade específica.

Para o futuro do trabalho, será relevante criar transparência em torno de um quadro de referência automatizado. Cerca de 43% das empresas em Portugal utiliza actualmente ferramentas de avaliação online.

 

 O estudo da Mercer em Portugal contou com a participação de 31 executivos sénior, 96 líderes de Recursos Humanos e 302 colaboradores. O relatório avalia as novas tendências do futuro do trabalho, identifica as desconexões críticas relativamente à mudança e faz recomendações importantes para o crescimento de 2018.

 

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