É assim que construímos uma força de trabalho pronta para o mundo pós-COVID

No contexto actual, o impacto da formação poderá ser profundo ao manter os colaboradores motivados e também ao ajudar as pessoas a procurar novos desafios profissionais, com melhores condições.

 

Por Teresa Carlson, vice-presidente global para o Sector Público e Indústrias da Amazon Web Services

 

A pandemia da COVID-19 tem vindo a deixar uma marca profunda em todo o mundo, com impacto nos locais de trabalho, escolas, viagens e na saúde e bem-estar. Nos negócios, todos os sectores têm sido desafiados de forma dramática e inesperada. Actualmente, as empresas estão a tentar avaliar o impacto da COVID-19, as tradicionais suposições e os modelos que devem ser eliminados ou actualizados, bem como os novos paradigmas que podem ajudar a ultrapassar com sucesso estas mudanças. Este foi um tema central que tive o privilégio de explorar recentemente com o professor Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Económico Mundial, numa conversa durante a AWS re: Invent.

Nessa discussão, o professor Schwab afirmou que precisamos da cooperação entre os sectores Público e Privado se quisermos efectivamente caminhar para uma revolução global das competências. Numa das suas intervenções, disse: «O mundo do futuro não é o mundo do capitalismo, é o mundo do talento.» Por outras palavras, o capital está a ser gradualmente substituído pelo talento humano como o mais importante factor de produção. Entretanto, a COVID-19 está a acelerar a adopção da tecnologia. Mas para as empresas beneficiarem totalmente das inovações tecnológicas devem incentivar a formação de colaboradores com competências digitais.

Como parte dos nossos esforços para continuar a apoiar a futura geração de colaboradores, a Amazon comprometeu-se a ajudar 29 milhões de pessoas em todo o mundo a aumentar as suas competências técnicas até 2025, com formação gratuita em computação na cloud através de programas criados pela Amazon Web Services (AWS). Estamos a investir centenas de milhões de dólares para providenciar formação gratuita em competências de computação na cloud para pessoas em todo o mundo através de programas já desenvolvidos pela AWS e também novas iniciativas-piloto.

Há muito que investimos na educação e formação de competências dos nossos colaboradores, porque sabemos o impacto positivo significativo que isso pode ter na vida das pessoas. Num estudo recente encomendado pela Amazon, a Accenture descobriu que um em cada três trabalhadores americanos têm potencial para aceder a trabalhos com melhores salários e que devem crescer no futuro, se receberem formação para adquirir novas competências. O estudo mostrou que, apenas nos EUA, 33 milhões de americanos com baixos rendimentos poderiam fazer a transição para empregos novos e emergentes se recebessem formação adequada.

Especificamente, as conclusões do estudo mostram a crescente importância de adquirir competências técnicas e científicas para alcançar os melhores cargos de trabalho, aqueles com salários mais altos, crescimento acelerado e menos vulnerabilidade a interrupções repentinas como é o caso da COVID-19. De acordo com o “Global Knowledge 2019 IT Skills and Salary Report”, 77% dos decisores na área de TI (Tecnologias de Informação) na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) afirmam existir uma lacuna de competências em computação na cloud, cibersegurança, DevOps e arquitectos de sistemas e soluções, entre outros especialistas em áreas específicas de TI. Esta escassez é também fortemente sentida no sector Público da União Europeia: estima-se que 8,6 milhões de pessoas não possuam competências digitais e tecnológicas.

Sabendo que existe uma necessidade em torno do desenvolvimento de competências, como é que podemos fazer face a essa realidade? O desenvolvimento de novas competências não acontece da noite para o dia.

Se queremos efectivamente suprimir esta lacuna de competências e preparar os colaboradores para o sucesso, existem quatro condições indispensáveis.

 

1) Igualdade de acesso à educação e formação
Os programas de formação precisam de ser facilmente acessíveis a todos, independentemente da sua formação, educação ou estatuto social. Organizações como a Amazon, por exemplo, têm décadas de conhecimento que pode ser utilizado para criar e lançar novos programas que ensinam novas competências a pessoas em todo o mundo.

A AWS reconhece a importância de construir uma força de trabalho de TI que entenda as novas tecnologias, bem como a necessidade de ajudar essa força de trabalho a manter-se na vanguarda da curva de aprendizagem no que diz respeito à tecnologia. Um exemplo prático de como temos ajudado pessoas em todo o mundo a desenvolver as suas competências tecnológicas é o programa AWS Educate. Lançado em 2015, é uma iniciativa global que fornece a alunos e educadores acesso gratuito à nossa tecnologia para acelerar a aprendizagem sobre a cloud e ajudar a treinar a força de trabalho de TI na cloud.

Disponível em 11 idiomas, o AWS Educate é usado em mais de 200 países e territórios e liga mais de 3500 instituições, mais de 10 mil professores e centenas de milhares de alunos. Há muitos anos que o AWS Training and Certification oferece cursos gratuitos e on-demand, assim como aulas presenciais e virtuais, para ajudar as pessoas a aprenderem sobre novas competências e serviços na cloud quando e onde for conveniente. O nosso portefólio de mais de 500 cursos é projectado para ser consumido por qualquer pessoa em todo mundo, ao seu ritmo e em vários níveis.

 

2) Acesso adequado e fiável à Internet
É imperativo garantir que a recuperação mundial envolve todas as pessoas sem excepção, e isso não será possível a menos que consigamos eliminar a exclusão digital. Dois terços das crianças em idade escolar no mundo, ou seja 1,3 mil milhões de crianças dos três a 17 anos, não têm ligação à internet em casa, de acordo com um relatório conjunto da UNICEF e da União Internacional de Telecomunicações. Sem acesso à internet, numa altura em que o trabalho remoto impera, profissionais, estudantes e todos aqueles que querem aprender e descobrir estão em clara desvantagem. Programas de formação escaláveis, especialmente os que passaram a ser parte do mundo virtual, exigem uma ligação à internet estável. Portanto, é vital o acesso à banda larga para a recuperação económica.

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Abril (nº.124) da Human Resources.

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