Economia portuguesa teve em 2023 a maior capacidade de financiamento dos últimos dez anos

A economia portuguesa financiou o exterior em 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, tendo apresentado a maior capacidade de financiamento anual em 10 anos, segundo o Banco de Portugal (BdP).

«Em 2023, a economia portuguesa financiou o exterior em 2,7% do PIB, a maior capacidade de financiamento anual desde 2013», refere o BdP num comunicado divulgado sobre as interligações entre sectores nas contas nacionais financeiras.

O sector financeiro, as administrações públicas e os particulares apresentaram capacidades de financiamento de 2,5%, 1,2% e 1,0% do PIB, respectivamente, em 2023, enquanto as empresas não financeiras «foram o único sector residente a apresentar uma necessidade de financiamento (1,9% do PIB)».

Os particulares contribuíram para o financiamento das administrações públicas, em termos líquidos, em 4,7%, para os quais contribuíram a aquisição de certificados de aforro (5,4%) nos primeiros seis meses – quando vigorava uma série com elevada rendibilidade.

«Esta aquisição foi parcialmente compensada pela amortização de certificados do Tesouro (1,6% do PIB)», apontou o BdP. A transferência dos activos e das responsabilidades do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), no primeiro trimestre de 2023, pesou 1,1% do PIB no financiamento líquido dos particulares às administrações públicas.

O financiamento líquido de 4,1% e 2,4% do PIB junto do resto do mundo e do sector financeiro, respetivamente, resultou, «em grande medida, da redução das aplicações destes dois sectores em títulos de dívida pública».

O sector financeiro financiou os particulares em 2,9% do PIB e as empresas não financeiras em 2,3% do PIB.

O financiamento aos particulares foi influenciado «quer pela redução de depósitos junto dos bancos, quer pela transferência dos activos e das responsabilidades do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos para a Caixa Geral de Aposentações».

Já o financiamento às empresas não financeiras adveio, também, da redução dos depósitos junto dos bancos, mas também do aumento dos títulos de dívida emitidos por empresas não financeiras na posse do sector financeiro.

O resto do mundo financiou as empresas não financeiras em 1,2% do PIB através da aquisição, por não residentes, de acções e de outras participações emitidas por empresas não financeiras, um elemento compensado, parcialmente, pela redução de empréstimos, aponta o BdP.

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