Eduardo Caria, Grupo Ageas Portugal: Incerteza e esperança

Na análise aos resultados da 50.ª edição do Barómetro da Human Resources, Eduardo Caria, director de Pessoas & Organização do Grupo Ageas Portugal, destaca que «com a aceleração do impacto que as tecnologias digitais e a IA terão no mundo do trabalho, exige-se que as forças de trabalho actuais adquiram novas competêcias e aprendam a adaptar-se de forma mais ágil».

 

«Não há dúvidas de que 2023 foi um ano desafiante, mas 2024 também não será fácil. A queda do Governo acentuou a vulnerabilidade económica e social que se vive em Portugal, levando a uma maior preocupação por parte das empresas: 33% acreditam que isso impactará de maneira significativa as suas actividades.

Contudo, os portugueses mostram-se igualmente divididos quanto ao próximo ano, como demonstra o resultado do Barómetro:

  • 40% estimam que a evolução do trabalho se irá manter, mas 37% antecipam uma diminuição de até 3%;
  • 63% esperam um aumento positivo (até 4%) dos salários brutos em 2024, mas quando questionados sobre a previsão dos salários reais, 27% acreditam numa diminuição;
  • 35% prevêem um aumento modesto no número de colaboradores/as de até 3%, indicando confiança em oportunidades de crescimento, mas 20% acreditam numa expansão ainda mais significativa entre até 5%.

Esta dualidade mostra-nos uma mistura clara de incerteza, com uma certa esperança. Por um lado, temos a actual situação política, mas por outro, existe uma grande confiança dos portugueses quanto à expansão dos negócios em Portugal, com a maioria (55%) a prever que as suas empresas aumentem o número de colaboradores/as. Enquanto responsável de Pessoas e Organização, considero que devemos continuar a apostar na atracção e retenção de talentos e no upskilling e reskilling, sendo algumas das prioridades do Grupo Ageas Portugal em 2024.

Com a aceleração do impacto que as tecnologias digitais e a IA terão no mundo do trabalho, exige-se que as forças de trabalho actuais adquiram novas competêcias e aprendam a adaptar-se de forma mais ágil. Posto isto, a capacidade de adaptação, a gestão eficaz de talentos e uma resposta estratégica à instabilidade política serão cruciais para navegar com sucesso neste ambiente dinâmico.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Dezembro (nº.156) da Human Resources, no âmbito da L edição do seu Barómetro.

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