Empresas e CEO’s! Vamos acelerar a sustentabilidade

Por Luís Roberto, Managing Partner da Comunicatorium, Vice-Presidente da APECOM e Professor convidado do ISCSP-ULisboa

A sustentabilidade tem nos últimos tempos, ocupado o lugar prioritário nas agendas das empresas, independentemente do sector onde operam ou da sua dimensão.
É interessante perceber que a sustentabilidade não é mais um objetivo apenas das grandes empresas, e que as PME’s já perceberam que se não começarem a trabalhar a sustentabilidade agora, dificilmente terão o lugar que anseiam no curto prazo.
E tudo isto é tão verdade, que as novas startups já colocam na sua estratégia, a sustentabilidade como motor de crescimento económico, e procuram estar associadas a redes e plataformas que as apoiem nesta caminhada.
Os critérios ESG (Environmental, Social and Governance) vieram de certa forma moralizar as empresas e os seus CEO’s para a necessidade de verem a sustentabilidade de forma integrada, onde o ambiental, o social e o económico passaram a estar lado a lado, e não em campos distintos, como até há bem pouco tempo eram vistos.
Os novos critérios vêm obrigar as empresas a serem mais transparentes na forma como abordam a sustentabilidade, tornando-se em indicadores vitais para a solidez da sua reputação e para o sucesso do negócio a médio e a longo prazo.
No plano interno, a comunicação é absolutamente vital para a integração da estratégia de sustentabilidade no negócio.
Com integrá-la, o porquê de o fazermos, e quais as mudanças que daí decorrem, precisam ser comunicadas eficazmente a toda a organização.
É importante não esquecer que a adoção de práticas de sustentabilidade, pressupõe a existência de uma cultura de sustentabilidade, e ela só é alcançada, quando todos os colaboradores internalizam os seus princípios básicos, e assumem esse compromisso.
A formação e a capacitação em sustentabilidade, devem ser vistas como um investimento no capital humano das empresas, garantindo desta forma que os novos líderes possuem as competências e os skills para as novas funções sofisticadas. Segundo um estudo recentemente publicado, 40% das empresas em Portugal ainda não tiveram formação em sustentabilidade.
A qualificação e o desenvolvimento de competências das pessoas, é um fator multiplicador e mobilizador da nova estratégia de sustentabilidade.
Ainda com alguns desafios a terem de ser ultrapassados, duma forma geral, as empresas portuguesas estão na rota certa.
Não é por mero acaso que Portugal ocupa a 20ª posição do ranking (Sustainable Development Report 2022), numa lista de 163 países, liderada pela Dinamarca e Suécia.
Contudo nem tudo são boas notícias, quando se fala sobre a velocidade a que estamos a trabalhar para atingirmos as metas em 2030.
De facto, desde 2019 que se verifica uma estagnação no progresso da sustentabilidade na Europa, em resultado da crise pandémica, e mais recentemente da invasão da Ucrânia.
A falta de cooperação entre o poder central e o sector privado, é uma constatação, e estudos internacionais atribuem ao governo português “low commitment” com as metas para a sustentabilidade, a par de países com a Arábia Saudita, Índia ou África do Sul.
É tempo de recuperarmos o tempo perdido e de passarmos rapidamente à ação, onde a cooperação e a interação entre os diferentes players, é absolutamente necessário.
Estou por isso mesmo, absolutamente convicto, que o tecido empresarial é determinante para alcançarmos as metas, e que cada vez mais os seus CEO’s têm e terão um papel influenciador, ao serem capazes de partilhar as boas práticas entre empresas e sectores de atividade, e com isso, levarem outros a seguir o seu exemplo.
Os meios de comunicação social têm também um papel fundamental na projeção e visibilidade sobre o que as empresas e as organizações estão a fazer para serem mais sustentáveis, já com alguns bons exemplos a serem dados.
A União Europeia espera que em 2024, apenas a 1 ano de distância, 35% das empresas na Europa, estejam a implementar os seus projetos com impacto.
Portanto, empresas e CEO’s vamos acelerar a sustentabilidade.