Nova SBE: «Criar impacto e disseminar conhecimento»

No ano em que a Nova SBE celebra 45 anos, continua a ser uma referência na formação de executivos, com reconhecimento internacional.

Ao longo dos últimos anos, a formação de executivos da Nova SBE tem vindo a ser reconhecida internacionalmente, resultado de um trabalho de longo curso com empresas e participantes em Portugal e além-fronteiras. Cada vez mais, a formação executiva apresenta-se como essencial para o desenvolvimento de competências que não se adquirem na universidade e que são hoje críticas para o sucesso das empresas. Em entrevista à Human Resources Portugal, Marta Pimentel, Executive Education director da Nova SBE, explica como tem sido feito este caminho.

 

A Nova SBE continua a ser reconhecida como a escola portuguesa mais bem classificada, tornando-se na primeira escola portuguesa a integrar o TOP 15 das melhores escolas mundiais no ranking do Financial Times. Como comentam este destaque?
A posição no ranking do Financial Times depende de um trabalho a longo prazo, muito focado naquilo que é a empatia com as necessidades dos nossos clientes. O nosso trabalho tem sido estar constantemente próximos das empresas e dos participantes, com uma escuta activa, para perceber quais são os pontos críticos para a melhoria e desenvolvimento das organizações e das suas jornadas de desenvolvimento pessoal, combinando-os com as tendências globais. Temos a possibilidade de estar à frente do tempo na produção de investigação científica e na participação em eventos, congressos, conferências, e, por isso, estamos focados no futuro. Esta combinação – das tendências de futuro e das necessidades dos nossos clientes faz-nos revisitar constantemente a nossa oferta formativa e adequar os nossos conteúdos a este contexto. E é isto que faz com que, consistentemente, a Nova SBE se vá mantendo relevante para os seus clientes.

 

A Nova SBE comemora 45 anos de existência. Quais os principais factores que mudaram na formação universitária, em Portugal, ao longo deste tempo?
Há um marco muito importante na formação, em Portugal e na Europa, que tem que ver com o movimento da comunidade europeia de consolidação da jornada de educação. A Lei de Bolonha fez com que houvesse uma enorme oportunidade para as escolas portuguesas e para todos os que estudavam em Portugal: a possibilidade de terem os seus diplomas reconhecidos em qualquer país da Europa. Para os alunos, acima de tudo, torna-se uma vantagem poder fazer a sua formação em qualquer país da Europa (e depois estendê-la para o mundo, com programas como o Erasmus, que mais tarde se ampliou).

Este movimento permitiu aos alunos conectarem-se com várias realidades, aprenderem em várias línguas e terem amigos em qualquer canto do mundo, e, por isso, do ponto de vista de educação e, até do ponto de vista social (porque nos tornamos mais próximos e tolerantes às diversas culturas), é um ganho exponencial. Este foi o grande marco que as universidades portuguesas souberam aproveitar muito bem e a Nova SBE é um exemplo disso, uma vez que hoje 70% dos seus alunos são estrangeiros, tendo uma comunidade com 91 nacionalidades. Assim, conseguimos aliar tudo o que se espera de um mundo mais inclusivo e solidário.

Além disto, houve, em paralelo, uma aproximação das empresas às universidades, que fez com que pudéssemos ter a capacidade de preparar muito melhor os nossos alunos para aquilo que são os desafios que as organizações têm.

 

De que forma a Nova SBE continua a apostar numa formação de excelência para criar impacto na cultura e estratégia das organizações?
Temos como missão o desenvolvimento sustentável da sociedade e, por isso, hoje é condição “sine qua non” para todos nós que qualquer acção que façamos passe esta mensagem. Através dos próprios conteúdos de gestão, de finanças ou marketing, que são feitos pensando num futuro mais sustentável e inclusivo, mas também a nossa oferta educativa e na própria atitude da Nova SBE, tendo em conta aquilo que são as suas práticas. Temos vindo cada vez mais a desenvolver programas e conteúdos que se focam nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, enquanto entidade, temos caminhado no sentido de nos tornarmos cada vez mais sustentáveis. Por isso, diria que este movimento começa em nós, mas queremos espalhá-lo pelo mundo, para que consigamos co-construir um contexto de maior impacto e sustentabilidade futura.

 

Que resultados podem partilhar ao fim destes anos de experiência?
A Nova SBE tem o papel de criar impacto e disseminar conhecimento, de trazer novas formas de pensar, para que as organizações e a sociedade sejam capazes de gerar maior impacto. Temos conseguido fazê-lo com alguns projectos, nomeadamente na área do desenvolvimento de lideranças femininas, porque a questão da agenda de diversidade é crítica nas organizações e temos hoje vários programas que impulsionam este movimento. Além disto, estamos a criar um instituto de sustentabilidade e a parceria com a UNITAR faz com que a nossa agenda ganhe uma perspectiva mais europeia e mais conectada com o pensamento europeu.

É também importante toda a agenda dos ODS, que corresponde a uma forma de levar as organizações a pensarem no tripé social, ambiental e de governance. Por isso, criámos programas como Sustainable Finance, o xESG, 100% online, e a Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável. O nosso ecossistema tem caminhado não só para a nossa conexão com a comunidade europeia ao nível do instituto, mas também para uma série de iniciativas que vão alavancando os diversos pilares dos ODS.

 

Como têm vindo a adaptar a vossa oferta formativa para melhor se aproximarem da realidade das empresas em Portugal?
Estamos sempre a olhar para a nossa oferta, e praticamente todos os anos fazemos uma renovação do nosso portefólio. Este ano, identificámos, além daquilo que são as áreas core da Nova SBE, novas áreas estratégicas para as quais sentimos que as empresas estão a precisar de alavancar os seus conhecimentos para se tornarem relevantes no mundo. Dentro delas estão a Sustentabilidade & Impacto; Data, Tecnologia & Web 3.0 e Inovação & Empreendedorismo. Sentimos que as empresas estão a precisar de mais formação nestas dimensões. Estamos a criar um portefólio e uma jornada de desenvolvimento que vai desde o momento de tomada de conhecimento inicial – porque algumas empresas ainda estão aqui – até à capacidade de aplicar e implementar boas práticas.

Paralelamente, temos aquelas que são as nossas áreas core, fundamentais para uma boa jornada organizacional e individual: Estratégia & Gestão; Finanças & Economia, Liderança, Pessoas & Cultura; Marketing, Vendas & Operações. Estas áreas continuam a ser renovadas e actualizadas a par das três novas, nas quais as empresas estão a pedir mais apoio ao desenvolvimento dos seus talentos.

 

Quais os cursos ou formações mais procurados hoje em dia?
Estamos a viver um momento em que as pessoas procuram muito as certificações. A aprendizagem ao longo da vida é hoje uma realidade que as pessoas incorporaram, porque há a necessidade de actualização ao longo da vida. Os participantes estão muito à procura de actualizações, mas fundamentalmente procuram certificações que comprovem que têm as novas competências, muito no sentido destas três novas dimensões – Sustentabilidade & Impacto, Data, Tecnologia & Web 3.0 e Inovação & Empreendedorismo.

 

Quais as grandes tendências que têm influenciado a oferta de formação executiva?
O mundo é exponencial e isto comprova-se com a capacidade que temos em adquirir conhecimento em tempo real e conectarmo- nos com o mundo inteiro. Hoje existe uma tendência para a digitalização dos negócios – todos têm configurações digitais, na forma, estrutura ou oferta a clientes. O que quer que seja, ela tem uma dimensão digital. Simultaneamente, existe o contraposto, que é a capacidade de vivermos de uma forma equilibrada, sustentável e feliz neste novo contexto.

 

Que iniciativas estão previstas ainda para este ano lectivo?
Algumas das iniciativas programadas para este ano são a Impact Journey, que terá lugar no campus de Carcavelos, em Setembro. Há também um grande movimento de Inovação & Empreendedorismo, que se conecta também com a agenda da Web Summit. Este ano também desenvolveremos mais uma edição das Conferências do Estoril, em parceria com a NOVA Medical School e a Câmara Municipal de Cascais, dias 1 e 2 de setembro.

 

Que factores se apresentam como diferenciadores na experiência de estudar na Nova SBE?
Alguns dos factores diferenciadores são a qualidade do corpo docente e este movimento permanente de investigação, em busca de conhecimentos de vanguarda e pensando com um pé no presente e o outro no futuro. Além disto, acreditamos que o campus é um ecossistema e uma comunidade e, por isso, aqui encontramos pessoas de diversos cantos do mundo e nacionalidades e uma panóplia de empresas empreendedoras. A Nova SBE é um espaço diverso onde a própria permanência gera imensa aprendizagem. Há ainda uma agenda de networking, de relacionamento e de conexão entre as pessoas.

 

Com todas as transformações que ocorreram nas empresas nestes últimos anos, pensam que a importância da formação saiu reforçada?
Não há mais dúvida de que, à velocidade a que gira o mundo e tendo em conta as novas necessidades que são colocadas no nosso radar, temos de estar em permanente processo de desenvolvimento – ou a actualizar o que sabemos ou a adquirir competências que ainda não temos. Esta aprendizagem ao longo da vida veio para ficar e não há dúvida de que temos de aprender ao longo da vida. Por isso, a educação deve operar por ciclos. Precisamos de tornar-nos relevantes em todos eles e, para isso, por vezes a actualização exige apenas um acesso rápido à informação, com formações mais curtas, mas também adquirir novas competências. Estes conhecimentos obrigam a um mergulho mais profundo. Neste sentido, criámos uma oferta de Mestrados Executivos, na qual os participantes adquirem novas competências em seis meses, e depois aplicam-na através do work project, em contexto profissional.

 

Actualmente, quais são os principais desafios inerentes à formação?
O grande desafio que vejo nas empresas e nas pessoas é a dificuldade de conciliar agendas entre a aceleração que se vive nas empresas, a vida pessoal e familiar e, simultaneamente, a necessidade permanente de desenvolvimento. No fundo, existe um tripé: vida profissional, pessoal e aprendizagem e o equilíbrio entre estas dimensões é o maior desafio que temos. Não é por acaso que temas como a saúde mental, o well-being e os burnouts têm entrado nas agendas das organizações. É importante gerir estas três dimensões e ser capaz de priorizar uma em detrimento de outra em diferentes momentos da vida.

 

Quais os objectivos até ao final do ano lectivo?
Entregarmos a nossa missão da forma mais relevante possível, formando os alunos das licenciaturas e mestrados regulares, os executivos e os empreendedores que apostaram no ecossistema de inovação numa agenda de desenvolvimento para uma sociedade mais equilibrada, moderna, contemporânea, acelerada e com vista para o futuro.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Academias” na edição de Março (n.º 147) da Human Resources, nas bancas.

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