Empresas já pensam em contratar
Em 2014, um número crescente de organizações portuguesas põe o aumento do número de colaboradores como uma hipótese em cima da mesa, segundo um inquérito conduzido pela consultora MRINetwork Portugal.
As empresas portuguesas estão mais disponíveis para contratar e, ao mesmo tempo, mostram estar a abrandar a tendência de redução dos quadros registada nos últimos anos, segundo um survey realizado pela consultora MRINetwork Portugal.
Em 2014, 24% das organizações inquiridas pensa em aumentar o número de quadros. Na última edição do inquérito, realizada em 2012, apenas 10% mostrou disponibilidade para contratar. Já relativamente à percentagem de empresas que pretende diminuir os seus quadros, a tendência foi inversa: passa-se de 30% em 2012 para 13% em 2014. Já 63% manifestaram intenção de manter o seu quadro de pessoal durante o ano de 2014.
Ana Teixeira, country manager da MRINetwork, interpreta esta evolução à luz da melhoria das condições macroeconómicas. «A nossa economia estará a começar um ciclo ascendente, que se reflecte numa maior solidez das nossas empresas.»
Contudo, as Pequenas e Médias Empresas – organizações com um número de trabalhadores de 21 até 250 – são as que se destacam na intenção de aumentar (41%) e manter (50%) os seus profissionais. Quanto a diminuir os quadros, são os responsáveis por empresas com menos de 20 colaboradores, que se destacam, com 43% a pretender conduzir reduções de pessoal.
As organizações que ponderam contratar estão, de resto, predominantemente focadas em perfis específicos. Entre essas empresas, 53% pensa contratar especificamente ao nível dos quadros técnicos especializados. O departamento Técnico (36%) e Comercial (26%) estão em destaque.
Mais trabalhadores efectivos
O survey revela outra tendência relativamente à natureza dos vínculos laborais em 2014: 20% das empresas inquiridas prevê que o número de trabalhadores efectivos – do quadro ou com contrato sem termo – aumente durante este ano, ao passo que 66% pondera manter esse número. As empresas que têm entre 21 e 250 colaboradores são as prevêem aumentar o peso dos seus quadros efectivos, com 40% dos inquiridos a referi-lo.
«Fala-se em precariedade, em flexibilizar a lei do trabalho, mas há empresas que preferem ter pessoas com um vínculo mais seguro para ambos os lados. Contam com pessoas que vestem a camisola e, ao mesmo tempo, as pessoas sabem que podem contar com este vínculo», considera Ana Teixeira.
O destaque vai para as empresas da área do Grande Consumo, mais disponíveis para efectivar os seus quadros, com 34% de intenções de aumentar o peso de efectivos. Já as empresas da área de Logística e Distribuição são as que registaram um valor superior nas intenções de manutenção do número de efectivos, 87% dos responsáveis desse sector a recusar alterações.