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Erros a evitar num Plano de Negócio
Um plano de negócios é uma ferramenta fundamental de planeamento de qualquer negócio,
quer esteja já criado ou não, e que servirá como guia na estratégia que se pretende
implementar.
Por Marta Filipe, directora da Your Advisory, área de Consultoria do Grupo Your
Para que este seja eficaz, um plano de negócios deve ser simples, objectivo, claro
e completo.
Em primeiro lugar, na apresentação do plano há vários erros que devem ser evitados:
1) Elaborar um plano apenas para apresentação de proposta/candidatura, quer seja para
obtenção de financiamento junto de instituições financeiras, quer seja junto de investidores. Os
planos de negócios não devem ser elaborados apenas uma vez, com o simples propósito da
sua apresentação ao exterior. Devem ser encarados como uma ferramenta fundamental de uso
interno e de apoio à gestão, sendo dinâmicos ao longo das fases de implementação do negócio
e acompanhando posteriormente a empresa na implementação e divulgação da estratégia
pretendida.
2) Plano demasiado extenso e pouco claro.
Um bom plano de negócios mede-se pela sua facilidade de leitura e espírito de síntese, baseando-se sempre numa linguagem clara e objectiva.
3) Ser demasiado optimista.
Apesar de este poder ser um instrumento de venda, não deve ser irrealista na informação que apresenta. O excesso de confiança pode afastar potenciais investidores, razão pela qual não devem ser ocultadas as fraquezas do negócio. É verdade que estas não devem ser destacadas, no entanto, o facto de incluir medidas para amenizar as
fraquezas, demonstra o potencial de sucesso da empresa e das forças do seu negócio.
Adicionalmente, o plano financeiro apresentado não deve ser desajustado da realidade.
Por sua vez, na elaboração do plano seguem os erros a evitar:
4) Desconhecer o meio envolvente global. Para que um negócio tenha sucesso, é essencial
que os gestores conheçam e percebam o mercado global em que este está inserido. Fatores
como o ambiente politico-legal, os ambientes económicos, sociais e tecnológicos devem ser
estudados com o intuito de se compreender qual o impacto que podem vir a ter na evolução do
negócio.
5) Desconhecer a indústria envolvente. Saber identificar claramente quais são os fatores
críticos de sucesso em determinado setor e o que condiciona a competição, torna possível
responder de forma clara ao que os consumidores querem. É essencial analisar de forma clara:
os principais fornecedores e o seu poder negocial; os principais concorrentes e a sua força no
mercado; a existência de produtos substitutos e identificar ameaças de possíveis entrantes; por
último, identificar a força negocial dos principais clientes.
6) Não conhecer o processo produtivo. O gestor deve conhecer o processo produtivo como
um todo, passando por todos os passos da cadeia de valor. Só assim será possível identificar
quais as atividades principais e quais as atividades de suporte, assim como os recursos e
competências necessários para fazer face às necessidades em cada momento.
7) Não ter a equipa certa do seu lado. É essencial diagnosticar quais os perfis e
competências necessárias em cada modelo de negócio, e posteriormente saber selecionar os
recursos adequados que se enquadrem nos perfis identificados. A escolha não só da equipa,
mas também dos parceiros, é essencial para a criação de valor acrescentado em qualquer
organização. Tão importante como os resultados financeiros por si só, é ser capaz de criar uma
equipa de trabalho que esteja alinhada e se identifique com os valores e a missão da empresa.