Salários reais têm crescido menos do que produtividade. Há uma área onde a diferença é “particularmente aguda”

Os salários reais dos trabalhadores portugueses têm vindo a crescer menos do que a produtividade, de acordo com um estudo do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Protecção Social (CoLabor).

 

O alojamento, a restauração e o imobiliário são algumas das áreas onde esta diferença entre o salário e a produção é classificada pelo estudo como sendo “particularmente aguda”, uma vez que chega a ser quatro vezes mais expressiva do que a média nacional.

O estudo revela que a crescente terceirização do emprego tem sido impulsionada por alguns sectores que se caracterizam por apresentar baixos níveis de produtividade e salários inferiores à média nacional e que, se para o período 2004-2022 o crescimento real da produtividade é quase marginal (3,6%), entre 2013-2022 verificou-se um aumento de 18,7%. No caso do sector imobiliário, o ganho real subiu 8,7%, sendo que a produtividade cresceu 43,4%.

Neste mesmo período a produtividade média real evoluiu quase sempre acima do salário médio real, sendo esse hiato particularmente evidente em determinados setores, nomeadamente no sector do Alojamento, restauração e similares, das Actividades imobiliárias, da Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (A) e do Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos (G).