Excesso de trabalho mata a produtividade!

Por Ricardo Florêncio

Esta edição da Human Resources apresenta como tema de capa a questão do excesso de trabalho. Já não é a primeira vez que abordamos este assunto. Mas pela sua importância, e simultânea e surpreendentemente pelo esquecimento a que tem estado votado, achámos conveniente voltar a trazer o tema à discussão. É notório que se trata de uma questão que tem estado a evoluir e progredir, de um modo assustador. São cada vez mais relatos de profissionais, e bons profissionais, que devido ao excesso de trabalho, de pressão, acabam por claudicar e, assim, não conseguem dar todo o seu contributo à empresa e desempenhar cabalmente as suas funções. Também é verdade que existem muitos trabalhadores que não fazem muito e outros que fingem muito bem, que não são trabalhadores dedicados. Mas dediquemos a nossa atenção a quem é merecedor. Talvez o mais assustador seja mesmo o facto de as empresas, as organizações e os próprios colegas e parceiros não notarem muitas vezes o estado a que estes colaboradores chegam, ou os diversos sinais de alerta. E aqui, sim, é onde as organizações falham redondamente. As empresas têm de criar sistemas de alerta perante estas situações. Em primeiro lugar trata-se de pessoas, de seres humanos e, como tal, depressões, esgotamentos e outros quadros clínicos ainda mais graves são situações que merecem ser acauteladas e evitadas a todo o custo. Noutra vertente, não é propriamente o caso de uma cabeça moída de um parafuso que é facilmente substituído por outro novo. Trata-se geralmente de colaboradores com experiência e responsabilidades, que não são propriamente fáceis de substituir. Esperamos assim que depois da leitura desta edição, as empresas finalmente percebam que algo tem de ser feito!

Editorial publicado na revista Human Resources nº 96 de Novembro de 2018