“Fazer o que está certo” como inspiração: é um dos valores desta farmacêutica (e dá um exemplo de como o põe em prática)
Inserida no pilar estratégico da inclusão e diversidade, a AstraZeneca Portugal implementou há um ano uma nova política de parentalidade, para minimizar um dos maiores factores de discriminação em função do género e garantir as mesmas oportunidades a todos. Integra-se numa «cultura flexível, focada nas pessoas, no planeta e no propósito de salvar vidas».
Por Tânia Reis
Nascida em 1999, a biofarmacêutica AstraZeneca resulta da fusão da sueca Astra AB e da britânica Zeneca PLC. Em Portugal há quase três décadas, conta, actualmente, com cerca de 360 colaboradores de várias nacionalidades, com uma média de idades de 41 anos e 65% da força de trabalho do género feminino.
Foi a forte política de inclusão e diversidade, um dos pilares estratégicos da Gestão de Pessoas, que levou a organização a implementar, há precisamente um ano, uma medida dirigida à protecção na parentalidade. A extensão da licença parental exclusiva do pai permite «que todos os casais, incluindo do mesmo sexo, possam desfrutar, em simultâneo, de 120 dias de licença parental paga na totalidade», aplicável também nos casos de adopção, explica Maria João Maia, Legal & HR director na AstraZeneca Portugal, Inclusion and Diversity Champion. Além da «garantia do equilíbrio entre a vida profissional e pessoal», tem «sobretudo uma importância fundamental na política de diversidade e inclusão» da organização, já que contribui para «minimizar um dos maiores factores de discriminação em função do género, a parentalidade», destaca. «Com esta medida, garantimos que nenhuma mulher será discriminada pela eventual ausência prolongada em caso de maternidade, uma vez que também os homens têm direito ao mesmo período de ausência.»
Tendo como inspiração “fazer o que está certo”, um dos valores da AstraZeneca, a responsável assegura que, com esta medida, estão a contribuir para uma maior igualdade. «A parentalidade continua a ser um dos maiores factores de discriminação em função do género, havendo vários estudos e dados que o confirmam.» Nesse sentido, resolveram adoptar esta nova política de parentalidade para demonstrar que, na empresa, ninguém é discriminado em função do género, promovendo também o work-life balance. «Procuramos reforçar o nosso compromisso de fomentar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, indo além dos direitos estipulados na legislação portuguesa, respeitando e incentivando a que os nossos colaboradores aproveitem em pleno esta fase tão importante e marcante das suas vidas, independentemente do género.»
Maria João Maia garante que a medida teve um enorme impacto nos colaboradores que dela usufruíram, já que «referem ter sido um privilégio terem tido a oportunidade de se dedicarem totalmente ao seu filho, acompanhar a sua mulher, e ter tido o apoio da empresa nesta fase tão importante das suas vidas, tendo voltado com mais vontade de trabalhar». E acrescenta que, inclusivamente, um dos colaboradores acabou por ser promovido no mês em que regressou dessa licença.
Inclusão, diversidade e impacto
A nível macro, a política de Inclusão e Diversidade da AstraZeneca Portugal foca três pontos-chave: inclusão, diversidade e impacto. «Ao nível da inclusão, procuramos criar condições para que todos possam ser quem são, independentemente da sua origem social, cultura, género, religião, orientação sexual, etc., por forma a demonstrarem a sua individualidade e para que se sintam à vontade para questionar e inovar.» Para o fomentar, promovem vários momentos de proximidade para incentivar o feedback e o speak-up, bem como grupos de inclusão e diversidade, neurodiversidade e uma “Fun Squad”. Para os colaboradores fazerem parte do processo de decisão, realizam também, de forma regular, questionários e focus groups.
No que à diversidade diz respeito, o objectivo passa por criar condições equitativas para todos e que todos tenham as mesmas oportunidades. «Actualmente, temos 65% de mulheres. Em cargos de liderança, a percentagem é de 60%», revela a directora de Pessoas. Além da monitorização da equidade salarial, «para garantir que não há diferenças salariais decorrentes do género», disponibilizam uma sala de apoio à maternidade, sessões de awareness e inclusive talks sobre temas variados, «tais como LGBTQIA, menopausa, saúde mental ou neurodiversidade».
A nível do impacto, especialmente socioeconómico, seleccionam fornecedores que partilhem os valores e as prioridades da organização, e optam por parceiros inclusivos e diversos. «Em todas as actividades de team building que organizamos, bem como eventos corporativos ou momentos que envolvem todos os colaboradores, fazemos questão de ter uma acção de responsabilidade social alinhada com os nossos valores e política de Inclusão e Diversidade.» Também organizam regularmente mercados solidários com a participação de várias associações de cariz social.
Os benefícios destes programas reflectem- se «no ambiente informal e leve que se sente e que se vive, diariamente, na empresa, com pessoas felizes e motivadas», afirma Maria João Maia. «Acreditamos que tal é também resultado de uma cultura flexível, focada nas pessoas, no planeta e no propósito de salvar vidas.»
Se dúvidas houvesse, as métricas – e a distinção Top Employer pelo quinto ano consecutivo e primeiro lugar como “Melhor Empresa para Trabalhar” – comprovam-no. Apesar de a indústria farmacêutica ser muito competitiva, a gestora realça que «a taxa de turnover é de 1%» e os questionários internos realizados, «através de uma entidade externa, confirmam a AstraZeneca como sendo um excelente local para trabalhar, com cerca de 95% a 98% dos colaboradores a considerarem que a empresa se preocupa com o seu bem-estar».
Leia o artigo na íntegra na edição de Agosto (nº. 164) da Human Resources.
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