Fidelidade: «Estar ao lado das pessoas em todos os momentos»

Para a Fidelidade, o apoio à comunidade é parte do ADN da empresa desde sempre. E os colaboradores são, cada vez mais, parte da forma como a empresas materializa este apoio.

O Programa de Responsabilidade Social da Fidelidade é um espelho da forma como a seguradora portuguesa vê o mundo. Um mundo em que as empresas devem ser autênticas e humanas e um exemplo de cidadania responsável, contribuindo para a sustentabilidade social através de relações que geram um impacto positivo e sustentável na sociedade. É esta a visão da empresa de acordo com Teresa Ramalho, manager de Responsabilidade Social da Fidelidade, em entrevista à Human Resources.

 

Qual é a visão da Fidelidade em relação à responsabilidade social corporativa e de que forma essa visão se reflecte nas práticas e políticas da empresa?
O Programa de Responsabilidade Social, bem como toda a dimensão social na Fidelidade, está intimamente ligado ao propósito do nosso negócio e sustentabilidade Alicerça-se no envolvimento com a Comunidade e assume-se como compromisso de fortalecimento do sector social, investindo, apoiando e capacitando as organizações da economia social.

Procuramos contribuir para a melhoria do bem-estar, para a prevenção em saúde e para a longevidade das gerações. Fazemo-lo através de parcerias que valorizam projectos especiais e entidades como as universidades, ajudando assim na criação e disseminação de conhecimento para uma vida mais longa e com mais qualidade.

Em resumo, como eixos prioritários do Programa, temos a inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade, prevenção em saúde, envelhecimento da população, alterações climáticas e cultura.

Acreditando no bem-estar colectivo, a Fidelidade desenvolve também programas e políticas de Rercursos Humanos e apoio social dedicados aos colaboradores. Nesse sentido, a Fidelidade tem vindo também a desenvolver iniciativas para colaboradores com o objectivo não só de promover o espírito de entreajuda, mas também o do enriquecimento pessoal, trazendo temas da área da saúde, família, literacia financeira, cultura e voluntariado.

 

De que forma o propósito da Fidelidade “Para que a vida não pare” se relaciona com a política de responsabilidade social da empresa?
Tudo isto é resultado do ADN da Fidelidade. A organização tem uma forma especial de estar em sociedade, com uma consciência de serviço forte que, em muitas situações, a leva a proteger as pessoas para além do que lhe é exigível.

A Fidelidade quer estar ao lado das pessoas em todos os momentos e quando é realmente necessário. Quer ser um exemplo para os outros e acrescentar à sua marca e à sua actuação o seu valor humano. Porque a sua maior missão é, na verdade, servir, apoiar e cuidar dos seus mais de dois milhões de clientes e desempenhar uma missão realmente diferenciadora na sociedade. Para que a vida não pare nunca.

 

Como está desenhado o Programa de Responsabilidade Social da Fidelidade e qual o envolvimento dos colaboradores?
O Programa, tem por base os eixos já enunciados, materializa-se num conjunto de iniciativas das quais destaco o Prémio Fidelidade Comunidade, a relação com as Organizações Sociais que são a essência da Comunidade Fidelidade, a relação com a Academia e Conhecimento, o Fidelidade Arte, a doação de salvados e ainda o voluntariado.

O Prémio Fidelidade Comunidade é a peça fundamental do Programa de Responsabilidade Social Fidelidade. A análise de candidaturas gera conversas com diversas organizações sociais. Todo o processo, até ao momento de entrega do prémio, marca muitas vezes o início de uma importante relação com as organizações sociais.

Ao longo dos anos temos vindo a trabalhar com diversas organizações da economia social. Todas as organizações que connosco se relacionam tornam-se parte da Comunidade Fidelidade. Aprofundamos a relação:

  • No acompanhamento no terreno;
  • Fomentando a economia social, dando às organizações sociais a possibilidade de aceder aos salvados, doações e voluntários do universo Fidelidade;
  • Juntando os membros da comunidade e construindo pontes para que possam partilhar práticas e experiências;
  • Promovendo a colaboração, isto é, procurando influenciar organizações sociais com desafios comuns a construírem plataformas e soluções que sirvam várias instituições.

O envolvimento mais vincado dos colaboradores é através das acções de voluntariado, seja ele voluntariado mais comum ou de competências. Mas não é só. Por exemplo, a doação dos salvados, que resultam dos sinistros que a Fidelidade segura, só é possível graças à disponibilidade das equipas técnicas para fazer acontecer.

 

Que programas específicos já tiveram este ano no âmbito do Programa de Responsabilidade Social?
Este ano tivemos duas iniciativas muito importantes: a 5.ª edição do Prémio Fidelidade Comunidade e o primeiro Encontro Fidelidade Comunidade.

Esta última foi uma novidade. O primeiro passo para um relançamento e dinâmica entre o sector social e a Fidelidade. Foi um dia que juntou mais de 300 pessoas, especialistas e membros das organizações sociais e teve como objectivo dar acesso a capacitação, formação e inspiração. Houve um conjunto de debates e contactos, de partilha de experiência em workshops e talks e, encerrou com a celebração da entrega de prémios aos vencedores do Prémio Fidelidade Comunidade.

Este encontro foi uma prova do momento de grande dinamismo e inovação que vive o sector social em Portugal, em que a contribuição das empresas e do sector privado, em geral, assume um papel cada vez mais importante.

A 5.ª Edição do Prémio Fidelidade Comunidade decorreu entre Outubro de 2023, mês de candidaturas e Maio de 2024, momento de entrega de Prémio que foi também o fecho e celebração do encontro.

 

Em que consiste o Prémio Fidelidade Comunidade e quais os objectivos?
O Prémio Fidelidade Comunidade tem como propósito promover o fortalecimento do sector social e apoia respostas das organizações sociais que se dedicam à promoção da inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade, ao envelhecimento e à prevenção em saúde.

Nesta 5.ª edição, o Grupo Fidelidade recebeu 304 candidaturas, 41% das quais na área do envelhecimento (121 candidaturas); 34% na área da inclusão social (101 candidaturas) e 25% no sector da prevenção em saúde (82 candidaturas). O processo de candidatura decorreu entre 3 e 31 de Outubro.

Seguiu-se um período de avaliação e selecção que se estendeu até Fevereiro de 2024 e que implicou um escrutínio de proximidade, com visitas e interacções com as entidades candidatas. Durante todo o processo, a Sair da Casca, consultora especialista no sector social e parceira desde a primeira edição assegura a avaliação técnica. Juntamente com a equipa da Fidelidade, participa nas visitas aos projectos mais bem avaliados. Em conjunto preparam o envolvimento do júri que selecciona os projectos finalistas, que participam na fase final de pitch e claro, a escolha dos vencedores.

O júri do Prémio Fidelidade Comunidade é constituído por personalidades que conhecem bem o tecido do País e desafios sociais. É constituído por seis membros: a ex-ministra da Saúde, Maria de Belém, o presidente do conselho de administração da Fidelidade, Jorge Magalhães Correia, a jurista Madalena Santos Ferreira, a reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil, o presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, Filipe Almeida, e o artista plástico e empreendedor social Sandro Resende.

O Prémio disponibiliza um valor total de 750 mil euros aos vencedores que recebem verbas entre os 50 mil e os 100 mil euros. Nesta edição foram nove os vencedores.

Com esta quinta edição do Prémio Fidelidade Comunidade a empresa atinge a marca dos três milhões de euros investidos, desde 2017, em 83 projectos de 76 instituições espalhadas por todas as regiões de Portugal, com grande impacto positivo.

 

Qual o envolvimento dos colaboradores nesta iniciativa?
Na fase final, a preparação da apresentação dos projectos finalistas ao júri conta com o envolvimento dos colaboradores através de mentoria. Nesta edição, 13 colaboradores acompanharam uma das 13 organizações finalistas.

A etapa de mentoria tem como objectivo principal orientar as organizações sociais na apresentação dos seus projectos. Os colaboradores mentores são pessoas que ao longo do seu percurso profissional desenvolver actividades de gestão, realização e apresentação de projectos.

Os mentores assumem o compromisso de mentoria à Organização Social que lhes é sugerida e em três a cinco sessões de 1h30 a 2h00 e dedicam-se a dar feedback construtivo e desafiar à apresentação das suas soluções de forma clara. Ao longo da mentoria vemos que se tornam verdeiros embaixadores da Fidelidade e a sua dedicação reflecte o compromisso de acompanhamento próximo que a Fidelidade afirma. E tornam-se embaixadores da organização social que acompanham junto do público internos.

Todos os colaboradores, bem como os parceiros de negócio da Fidelidade, são convidados a, após escolha dos vencedores pelo júri, votarem no seu favorito, sendo atribuído um valor simbólico extra. Ou seja, com o Prémio Especial de Colaboradores e o Prémio Especial de Parceiros de Negócio as organizações finalistas podem receber um reforço de mais três mil euros dos colaboradores e de mais três mil dos parceiros de negócio. Esta é outra forma de envolver a nossa comunidade de colaboradores e a área comercial.

 

Qual o impacto e o feedback dos colaboradores que participam nestas iniciativas?
Os colaboradores veem esta participação como um momento de orgulho em Ser Fidelidade e de enorme satisfação e motivação por realizarem um apoio com muito significado. A avaliação que fizeram foi muito positiva e referem que voltariam a participar em futuras edições e ainda, que recomendavam a outros colaboradores a participação.

Como é que a Fidelidade mede os resultados que obtém de iniciativas de responsabilidade social?
O factor pelo qual o sector social mais reconhece a Fidelidade vai além do valor monetário atribuído. Consideram que o ponto que diferencia a Fidelidade é o acompanhamento próximo e regular. Sabem que se precisarem da Fidelidade, o apoio está à distância de um telefonema, uma conversa online ou uma visita presencial.

Esta relação de confiança e acompanhamento é essencial para como a Fidelidade mede os resultados. Mais concretamente e tomando os vencedores do prémio como exemplo, sabemos que cada projecto tem um objectivo claro e são identificados logo desde início que KPI acompanhar. Sabemos também que muitas vezes o resultado dos KPI são uma métrica, mas o verdadeiro impacto precisa de tempo para ser aferido. Todos temos consciência que nem sempre num projecto o caminho pode ser tal e qual o predefinido. O essencial é termos uma visão e sabermos o resultado e impacto que queremos provocar. Quanto ao caminho, tem de ser adaptado ao contexto em que o projecto se desenrola. Por isso a Fidelidade acompanha durante dois anos a implementação dos projectos. Faz visitas e conversa, não só para levantar os resultados dos KPI, mas sobretudo para compreender o contexto e realidade do projecto e da organização, e assim apoiar à concretização do sucesso esperado.

 

De que forma estes resultados enriquecem a EVP da Fidelidade e a tornam uma empresa atractiva para trabalhar?
A responsabilidade social e toda a dimensão social da Fidelidade, aumenta o reconhecimento da sociedade em geral e dos diferentes grupos que se relacionam connosco, sobre o nosso papel, o nosso propósito, a nossa forma de actuar, o nosso ADN. Contribui e valida a reputação da empresa como uma empresa com um propósito forte que diariamente o põe em prática.

A relação com as universidades na perspectiva da Responsabilidade Social aproxima-nos também dos mais jovens que são a força de trabalho do futuro.

Como considera que esta área da responsabilidade social se pode vir a desenvolver no futuro na Fidelidade?
A Fidelidade começou cedo este caminho de sustentabilidade e de responsabilidade social. Há 20 anos que tem equipas dedicadas. Começou por dentro, com o apoio das iniciativas de Responsabilidade Social para os colaboradores. Sempre mantivemos uma postura proactiva, numa lógica de estar sempre à frente do seu tempo e de perceber como é que se pode impulsionar o sector social a torná-lo ainda melhor e mais sustentável.

Por isso mesmo, não podemos ficar só a assistir a este posicionamento a que chegámos com resultados, mas continuar a olhar para o futuro e a perceber como é que podemos continuar a ser parte deste caminho de transformação das organizações sociais. E isto leva a dois grandes desafios. O primeiro é rever a nossa estratégia de responsabilidade social. Não porque ela não está bem feita, mas sim porque podemos enriquecê-la à luz do momento actual e de todas as tendências que identificamos. E, por outro lado, continuar a desenvolver a nossa relação com a comunidade de organizações sociais que se cruzam com a Fidelidade. E ajudar à relação e às sinergias entre organizações sociais!

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Responsabilidade Social Corporativa” publicado na edição de Junho (n.º 162) da Human Resources.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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