Fidelidade: O lado humano

Há anos que a Fidelidade aposta no seu Employer Branding, e as transformações dos últimos dois anos trouxeram muitas novidades a esta área.

Para que a vida não pare” é o slogan que a Fidelidade apresenta ao público, mas designa também o propósito que se vive no universo interno do Grupo. Com uma estratégia de Employer Branding muito diversificada e madura, a seguradora aposta cada vez mais na atracção e na retenção dos seus talentos através de mensagens, programas e iniciativas que comunicam e promovem a proposta de valor do Grupo Fidelidade enquanto empregador. Rita Lago, responsável pela área de Culture & People Engagement do Grupo Fidelidade, explicou a Human Resources Portugal os contornos desta estratégia.

 

Qual é a importância do Employer Branding no processo de captação e retenção de talento?
O Employer Branding é, sem dúvida, muito importante na atracção e retenção de talento nas diferentes empresas do Grupo Fidelidade, especialmente quando a competição pelo talento deixou de ser um desafio local e passou a ser global. E é por isso que ciclicamente revemos a nossa estratégia de Employer Branding, garantindo não só que nos ajuda a responder aos desafios do negócio, mas que nos diferencia e destaca. Por essa mesma razão, para além dos estudos de clima organizacional que realizamos a toda a organização, quisemos também perceber como é que os jovens nos percepcionam como marca empregadora. Muitas vezes as estratégias de Employer Branding surgem apenas com base no que é a ambição das empresas, mas na Fidelidade acreditamos que é igualmente importante perceber como somos percepcionados.

Adicionalmente, a nossa estratégia de Employer Branding passa por uma aproximação aos jovens talentos, nomeadamente junto das universidades, onde estamos presentes através de workshops, feiras de emprego, talks, business cases, bootcamps, entre outros. Está, também, a decorrer a 3.ª Edição de um programa anual, destinado aos jovens talentos, chamado Programa Boomerang, que lhes permite conhecer o Grupo Fidelidade, desde as suas áreas de negócio, ao contacto com o cliente, até à nossa cultura, num percurso de nove meses. No final recebem um passaporte para o caso de pretenderem continuar o seu percurso académico ou ter outras experiências (como por exemplo, voluntariado) e voltar, mais tarde, à Fidelidade.

 

Depois de dois anos de pandemia o Employer Branding ganha um novo fôlego? Porquê?
Houve muita coisa que mudou nos últimos dois anos e o Employer Branding foi uma delas. As mudanças na sociedade, nas pessoas e até a relação que hoje temos com o trabalho mudou, e naturalmente as empresas tiveram que se adaptar a isso. Hoje em dia, a cultura das empresas e a experiência que proporcionam às suas pessoas é cada vez mais importante, e a forma como o reflectimos passa necessariamente pelo Employer Branding. Neste novo contexto serão as empresas que têm o Employer Branding mais consistente e relevante que se irão distinguir no mercado, até porque já não são as empresas que escolhem os candidatos, mas sim os candidatos que escolhem as empresas.

E foi nesse contexto que mudámos também a nossa forma de trabalhar. Demos um salto tecnológico significativo, onde a relação remota e a experiência digital ganharam uma grande importância. À semelhança do mercado, também nós enfrentamos o desafio de atracção de talento. O trabalho remoto veio acelerar a empregabilidade de pessoas de outras geografias. Na Fidelidade olhamos para um modelo híbrido no futuro (próximo). Flexibilidade será a palavra do dia, onde também nós teremos de nos adaptar se quisermos atrair talento, proporcionando uma boa experiência ao mesmo tempo que somos competitivos e uma referência enquanto marca empregadora.

Há, por outro lado, uma procura crescente da Fidelidade por funções não só relacionadas com o tradicional sector segurador, mas típicas de um mercado digital crescente e cada vez mais em desenvolvimento. Procuramos talento, atitude, diversidade e acreditamos ter muito boas condições para desenvolver ainda mais as características de cada um.

 

Qual a proposta de valor do Grupo Fidelidade enquanto entidade empregadora e de que forma esta proposta é comunicada aos potenciais colaboradores?
As pessoas são o activo mais importante de qualquer organização e o nosso compromisso é colocá-las sempre em primeiro lugar, priorizando o seu desenvolvimento e bem-estar. A nossa estratégia está por isso assente nas pessoas e em iniciativas que visam reforçar a cultura de Grupo, o sentimento de pertença e aproximar as nossas pessoas à organização. É com base nestes princípios orientadores que construímos a nossa proposta de valor, que procuramos comunicar de forma coerente a todas as nossas pessoas e potenciais futuros colaboradores. Esta proposta de valor é comunicada ao longo de toda a experiência do candidato, que pode iniciar pela visualização de um simples post numa rede social, ou um anúncio no LinkedIn. Adicionalmente, temos apostado na criação de podcasts como forma de chegar às pessoas, pela comodidade e necessidade dos ouvintes consumirem informação de forma rápida e simples. E falar de pessoas, em vez de recursos humanos, coloca a conversa no sítio certo. Foi exatamente isso que quisemos fazer com um dos nossos mais recentes podcasts, o People F1rst. Esta linha editorial aborda temas que abrangem o bem-estar, gestão da ansiedade e stress, comunicação, feedback e feedforward, entre outros.

 

Do lado dos candidatos, de que forma os últimos dois anos fizeram mudar as expectativas relativamente ao local de trabalho?
Os candidatos de hoje não são, certamente, os de há dois anos. Estes procuram flexibilidade, perceber a abertura ao trabalho remoto por parte da empresa e, de alguma forma, identificarem-se com os compromissos da empresa, e é importante que estes estejam claros ao nível da diversidade e inclusão, bem-estar e gestão de pessoas. Em termos de atracção e retenção de talento, a nossa “concorrência” já não se cinge só a Portugal. Com a pandemia, o trabalho remoto mostrou que não precisamos de estar fisicamente presentes no escritório para alcançar objectivos, para sermos mais produtivos. Por isso, competimos neste momento com o resto do mundo, mais proximamente com a Europa, mas não só, onde temos de nos diferenciar por outras vias que não a remuneração directa aos colaboradores, aspectos que vão desde os benefícios, as oportunidades de desenvolvimento, capacitação, até ao salário emocional, à cultura da empresa e percepção enquanto marca empregadora.

 

Quais são os temas mais prioritários, hoje, em torno do Employer Branding?
Sem dúvida a cultura e o propósito. Apesar da sua natural importância, estudos recentes (e.g. 2022 Global Talent Trends), revelam que o salário já não é o principal factor de atracção para as novas gerações. As oportunidades de desenvolvimento de carreira, o bem-estar e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional que se promove nas empresas, a diversidade e inclusão, os benefícios, tudo isto são factores diferenciadores para as novas gerações que procuram, mais do que um local de trabalho, uma empresa onde se sintam realizados no exercício e desenvolvimento da sua actividade profissional.

 

Qual a estratégia do Grupo Fidelidade para dar resposta a esses temas?
Sabemos que temos no Grupo Fidelidade uma cultura diferenciadora, que se traduz nos valores da Experiência – fruto do legado de mais de 210 anos de história; da Inovação – pela constante procura e criação de soluções diferenciadoras no mercado; da Superação – porque nunca nos resignamos à conformidade; e da Proximidade – que temos uns dos outros, dos nossos parceiros e clientes, das pessoas de um modo geral.

Assente também na nossa cultura está o WeCare, que nos desafia a superar-nos em prol do outro, das pessoas, dos nossos clientes, o nosso compromisso com a diversidade e inclusão e a promoção do bem-estar físico e psicológico que incentivamos junto dos colaboradores do Grupo Fidelidade.

Tudo isto se traduz no nosso propósito – “Para que a vida não pare”. Há algo muito forte neste propósito e quem se junta ao Grupo Fidelidade sente-o desde logo. E isso começa no primeiro dia de qualquer colaborador do Grupo, é transmitido nas sessões de onboarding que realizamos, nos testemunhos e interacções entre colaboradores onde se sente um enorme orgulho em fazer parte deste Grupo.

É este lado tão humano, esta forma de ser e de estar diferente que queremos que se faça sentir também nas nossas interacções com pessoas que ainda não nos conhecem por dentro.

 

Que programas e iniciativas concretas existem na Fidelidade, actualmente, no âmbito do Employer Branding?
São diversas as iniciativas que temos vindo a promover, começando pelo patrocínio e participação no Pitch Bootcamp desde as suas primeiras edições. Temos garantido a nossa presença em feiras e iniciativas universitárias e desenvolvemos, através do Fidelidade Studio, podcasts como o People F1rst e, mais recentemente, um podcast focado na presença internacional do Grupo Fidelidade. Patrocinamos e estamos presentes nos festivais de verão com actividades relacionadas com a protecção e actividade seguradora. Ainda recentemente revimos o nosso programa de onboarding, adaptando todo o processo de acolhimento e integração que tradicionalmente era presencial e que de repente nos vimos obrigados a transformar, o que contribuiu também para uma melhor experiência do colaborador. Temos ainda o Programa Boomerang, diferente de um tradicional programa de trainees, uma vez que os Boomerangs (estagiários) são imersos na cultura e negócio da empresa, acompanhando o ciclo de vida do seguro e tendo ainda a possibilidade de regresso durante dois anos, caso os Boomerangs e empresa pretendam. Isto dá a possibilidade aos Boomerangs de, durante dois anos, poderem fazer um mestrado, voluntariado ou até ter outra experiência de trabalho fora do Grupo. Há, no entanto, todo um trabalho que estamos a desenvolver internamente para reforçar a nossa imagem de marca empregadora que passará, em parte, por encontrarmos formas de disseminar o que é Ser Fidelidade externamente.

 

Qual a percepção de resultados destes programas juntos dos públicos externo e interno?
Há uma receptividade grande ao Programa Boomerang, pelas suas características e pela sua diferenciação do que são os tracionais programas de trainees. Temos vindo a observar um número crescente de candidaturas de ano para ano e o feedback que temos tido por parte dos participantes tem sido muito positivo.

Outra iniciativa interessante e que foi repensada recentemente, é o onboarding. Criámos uma experiência imersiva de três dias, para proporcionar a qualquer newcomer de qualquer empresa do Grupo, uma melhor experiência e uma integração mais rápida na organização e na sua equipa. A avaliação tem sido bastante positiva, sendo destacado frequentemente pelos newcomers a forma como são acolhidos, o conhecimento que conseguem adquirir sobre uma empresa com mais de 210 de história, mas, acima de tudo, as boas relações que criam logo desde o primeiro dia que integram a Fidelidade. Não nos podemos também esquecer que um dos elementos mais fortes na relação com as nossas pessoas é o orgulho em trabalharem para o Grupo Fidelidade e o sentimento de equipa que existe. Queremos reforçar e dar visibilidade a este orgulho e garantir que mesmo à distância, nesta nova realidade, ficamos ainda mais fortes e unidos.

 

De que forma fomentam o sentimento de pertença entre os vossos colaboradores?
Temos uma marca interna Be Fidelidade que, para além de ser a marca agregadora de todas as empresas do Grupo Fidelidade, utilizamos como unificadora para comunicar transversalmente os nossos valores, os compromissos e propósito, bem como todas as iniciativas que desenvolvemos para as nossas pessoas.

Durante o período da pandemia, o Be Fidelidade foi o meio, o canal e a imagem que fez chegar às nossas pessoas todas as informações relativas à COVID-19, nomeadamente a evolução da situação pandémica e a entrega de novos equipamentos (distribuímos cerca de três mil portáteis e headsets). Já por ocasião do regresso e sob o conceito “Back@Fidelidade”, marcámos o momento de regresso às nossas instalações com mensagens de boas-vindas nas paredes, crachás Be Fidelidade, Logotipos Be Fidelidade de grande dimensão à entrada dos edifícios para as pessoas deixarem as suas mensagens personalizadas e relacionadas com o regresso. Pelo feedback que temos recebido e, podemos afirmar com segurança que a ligação emocional entre as pessoas e o Grupo Fidelidade aumentou e é hoje mais sólida.

 

Em que é que a experiência de trabalhar na Fidelidade é única?
Diria que a forma como vivenciamos a nossa cultura, os nossos valores e o nosso propósito, a experiência que adquirimos durante estes dois últimos anos e que se manifestou também na nossa capacidade de nos adaptarmos, perante a adversidade, a mais uma mudança; a inovação que tanto se evidenciou no salto tecnológico que demos nestes últimos dois anos ao nível não só nas novas formas de trabalhar mas também numa muito maior capacitação digital das nossas pessoas; a superação, todos os dias, das nossas pessoas, em nunca deixar um cliente, um colega, uma pergunta que fosse sem qualquer reposta; e finalmente na proximidade das pessoas, que aos poucos vamos conseguindo voltar a viver e que é tão relevante num Grupo onde o factor humano se evidencia todos os dias de forma tão diferenciadora.

Isto pode traduzir-se também no facto de no Grupo Fidelidade colocarmos o bem-estar das pessoas sempre em primeiro lugar e desafiarmos cada um a ser a sua melhor versão. Estamos comprometidos com a diversidade e inclusão no local de trabalho, respeitando a unicidade de cada um.

Em Portugal, somos cerca de 3500 pessoas, todas diferentes, comprometidas com um objectivo comum: estimular a inovação e superar-nos diariamente nas nossas soluções e respostas, para que a vida não pare!

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Employer Branding” publicado na edição de Abril (n.º 136) da Human Resources.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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