Flexibilidade horária para novos colaboradores pode causar “hierarquia híbrida”, alerta estudo. Saiba o que significa

Segundo a Korn Ferry, as empresas que disponibilizarem trabalho remoto ou horários híbridos favoráveis aos novos talentos podem gerar inveja no local de trabalho, reporta o HR Drive.

 

À medida que as empresas navegam por novas políticas de regresso ao escritório, diferentes horários e expectativas podem criar uma hierarquia híbrida entre equipas, de acordo com o relatório Talent Acquisition Trends 2025 da Korn Ferry.

Por exemplo, as empresas que procuram novos talentos podem oferecer maior flexibilidade para atrair os melhores candidatos, o que pode frustrar os colaboradores com regras mais rigorosas. Os trabalhadores muito procurados também podem estar mais propensos a exigir melhores salários, o que pode aumentar a diferença entre os actuais colaboradores e os novos contratados, afirma a Korn Ferry.

«Isto irá invariavelmente criar algumas sensibilidades», alerta Mark Royal, Senior Client partner da Korn Ferry, em comunicado. «Os candidatos estão a dar prioridade aos acordos de trabalho flexíveis quando se trata de escolher, ficar ou potencialmente sair.»

Para gerir a hierarquia entre os trabalhadores, as empresas devem desenvolver uma lógica consistente e transparente, defende Mark Royal. Se um novo colaborador se juntar a uma equipa e tiver um horário flexível, os gestores devem explicar o motivo de forma clara. A pior opção será evitar explicações pois poderá agravar o problema, observou.

Além disso, as empresas podem oferecer “total flexibilidade” permitindo que os colaboradores trabalhem da forma que melhor lhes convier, o que a Korn Ferry chama de “híbrido 360”. Este tipo de flexibilidade é uma das cinco principais tendências de atracção de talento para 2025.

«As empresas que se agarrarem às formas tradicionais de trabalho provavelmente terão dificuldades em atrair e reter pessoas», revela o relatório da Korn Ferry. «Quanto mais flexibilidade uma organização oferecer, maiores serão as suas hipóteses de construir uma força de trabalho comprometida, motivada e leal.»

Segundo um estudo da Eagle Hill Consulting, cerca de metade dos colaboradores inquiridos preferia trabalhar para uma empresa que oferecesse flexibilidade de trabalho híbrido e remoto, e metade disse que consideraria procurar um novo emprego se a flexibilidade fosse reduzida, No entanto, apenas 30% disseram que a empresa perguntou sobre as suas preferências em relação ao trabalho remoto, o que pode indicar uma área de melhoria para os empregadores de forma a tomarem melhores decisões.

Além disso, as empresas com políticas de RTO (regresso ao escritório) estão a reportar resultados mistos em termos de moral, recrutamento e retenção de colaboradores, de acordo com um relatório da Pearl Meyer. No curto prazo, as empresas precisam de uma comunicação clara e de formação de managers para manter a motivação e engagement dos colaboradores e a eficácia da própria política de RTO, concluiu o relatório.

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