Galp. Juntos somos mais: The Power to change

A Comunicação Interna é fundamental quando se quer percorrer um caminho e partilhá-lo, dando a conhecer a realidade de uma empresa com mais de 6000 colaboradores.

 

Dia 29 de Janeiro de 2020: o Altice Arena foi pequeno para receber os colaboradores Galp de braços abertos. Sob o tema deste ano, The Power to Change, muitas foram as pessoas, da casa e não só, convidadas a dar o seu contributo naquele que é um dos eventos mais importantes da Galp. O segundo de um conjunto de três, que foi antecedido pelo Extended E&P Leadership Team Meeting e procedido pelo Galp Commercial Summit. Energia positiva e, principalmente, optimista. Esta foi a razão que terá levado Carlos Gomes Silva, CEO da Galp, a afirmar que “o futuro é agora”, César Mourão foi o anfitrião da festa e, a Paula Amorim, chairman da energética, coube dar as boas-vindasa todos e marcar o início dos trabalhos.

 

Poder para mudar…E para fazer diferente
Uma forma de comunicar a empresa, uma oportunidade para ver ou rever caras que, habitualmente, se perdem no dia-a-dia de trabalho. Joana Garoupa, directora de marketing e comunicação da Galp, assume que este é «um evento preparado para os colaboradores e tudo naquilo que aqui se passa é passível de ir lá para fora». Para ela, não existe comunicação interna e externa. Existe sim, um respeitar e ser respeitado, a garantia de que a informação chega sempre primeiro ao colaborador: «A comunicação contribui para um envolvimento, para uma transparência na relação empresa/ colaborador. As pessoas têm que se sentir envolvidas e isso não passa só pela informação. Eventos como este são pensados e preparados para as nossas pessoas porque a lógica é fazer tudo para que estas saibam sempre primeiro. Sentirmo-nos especiais é o mais importante. Os clientes que compram os nossos serviços serão bem tratados se efectivamente os nossos colaboradores estiverem cientes do seu papel e, todos os dias, representarem a marca da melhor maneira.»

Este encontro ultrapassou as barreiras do Altice Arena, já que tudo foi transmitido em streaming para que os colaboradores de outras geografias também tivessem oportunidade de participar e de se juntar à festa.

A disrupção, mais do que uma necessidade, é uma realidade. David Roberts foi um dos oradores escolhidos para falar de disrupção tecnológica e liderança. Segundo ele, «todos querem mudar o mundo mas ninguém quer mudar». É especialista em Liderança Exponencial e Disrupção Tecnológica e formado em Engenharia de Computação pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Mais tarde, especializou-se em Inteligência Artificial e Engenharia Bio-Computacional. O seu objectivo? Melhorar a vida dos seres humanos, ajudando os líderes mundiais a criar novas intenções para o mundo: «A inovação não é de ninguém mas  passa por  cada um de nós, até porque novas perguntas levam a novos caminhos. Fazer o mesmo e esperar resultados diferentes é impossível.» Inovar é transformar, reinventar, aproveitar as oportunidades que surgem, nunca esquecendo que, para evoluir, é preciso falhar. Por isso, não tem dúvidas de que «a economia terá uma transformação como a electricidade teve outrora».

Para Sofia Tenreiro, chief operating officer (COO) Comercial Business na Galp, é fundamental «conhecer o consumidor». Para isso, conta com o “canal cliente”, onde é possível «agregar todos os serviços, numa só plataforma». Porque as marcas, para conseguirem surpreender-nos, têm que ser «mais imediatas, exigentes, impacientes e exigir um nível de perfeição mais elevado».

Filipe Silva, chief financial officer (CFO) da empresa, acredita que «nunca se está preparado para um ataque cibernético porque o número de portas de entrada estão sempre abertas». Uma empresa que tem que ter os olhos bem abertos porque «hoje a concorrência vem de onde menos se espera». Razões de sobra para que seja necessário «ser mais rápido e saber usar melhor a informação», contribuindo desta forma para a melhoria da comunicação. O mundo está diferente e o espírito de mudança é cada vez mais consistente na sociedade.

O futuro é inevitável e, de Cabo Verde ao Brasil, o universo Galp está decidido a superar-se assumindo o Green Deal como imperativo. São quatro os desafios que tem pela frente: descarbonizar, digitalizar, a demografia e a desigualdade. Desafios que se transformam em oportunidades e que darão, daqui a 30 anos, a neutralidade carbónica como uma certeza. Paradigmas energéticos explicados por Carlos Costa Pina e Carlos Silva, um “mundo novo” que pretende fazer da Galp uma verdadeira «Amazon da energia: provide all services to all costumers». Novos modelos de negócio onde a liderança assume importância primordial.

 

Equipa unida jamais será vencida
Para falar de liderança, nada melhor do que um dos líderes preferidos de Portugal: Fernando Santos, o selecionador nacional. Nunca pensou ser treinador de futebol e foi à hotelaria que o engenheiro electrotécnico e de comunicações dedicou também parte da sua vida profissional. Foi ela que lhe deu a prática necessária para que pudesse aplicar a teoria que sempre lhe foi intrínseca. Também nunca pensou que teria apuradas as características que fazem, de alguém, um bom líder. Na verdade, nunca perdeu muito tempo com isso: «Na altura, não pensava na questão, mas quando ia sair com os meus amigos, era sempre eu quem guardava o dinheiro, tratava das compras.» À pergunta se o espírito de liderança nasce com o líder ou se trabalha, o seleccionador não tem dúvidas de que são necessárias ambas para se poder construir uma boa liderança.

Um líder improvável, detentor de um dos mais ambicionados títulos de futebol: ser campeão da Europa. Receitas de sucesso não tem, mas acredita que uma das principais ferramentas do líder deva ser o “olhómetro”. E conclui: «Olhar para as pessoas, perceber como estão, olhar para elas com olhos atentos. Se conheceres bem as pessoas compreenderás o estado de espírito delas.» A motivação também é fundamental: «Quem não estiver bem da cabeça não pode aspirar fazer grandes coisas. Se as pessoas não estiverem felizes, não poderão ser bons profissionais.» No caso da selecção portuguesa de futebol, a sua motivação é servir o País. Foi assim que, segundo o mister, Portugal conseguiu ser campeão. «Sou um homem de fé mas não sou homem de fezadas. A equipa só acredita no líder se o líder acreditar e explicar. Foi o que fiz. No estágio disse que daí a dois anos seríamos compeões e não me enganei. O respeito pelo outro faz a diferença», acredita. Por essa razão, tão importante como a motivação, é a equipa. Apesar de parecer simples, Fernando Santos avisa os mais desatentos: «Se tiveres uma equipa, ganhas. Se tiveres só um conjunto de jogadores, perderás.» Uma boa equipa é o que, com frequência, faz a diferença entre o bom e o óptimo.

Para Joana Garoupa «o grande desafio da comunicação é ser flexível o suficiente para, de uma forma abrangente, chegar a todos». Para isso, e com mais envolvimento no último ano, tem vindo a desenvolver na empresa uma abrodagem de engagement feita de pequenas oportunidades, de momentos especiais numa lógica de “hoje é um bom dia para…”. «Há alturas em que as pessoas estão mais predispostas, mais abertas… Dias que não deixamos passar em branco, por exemplo, como o dia do pai ou da árvore. É engraçado como certos pormenores, como oferecer um chocolate, podem fazer toda a diferença. Pensar no outro e no detalhe: não é tudo mas ajuda! Estamos sempre a pensar nos nossos colaboradores e fazemos questão disso.»

O maior obstáculo que Joana Garoupa encontra quando pretende comunicar com todos a família Galp? «Uma das principais dificuldades é a idade. As equipas são muito heterogéneas, temos a geração X, Z, millenials, baby boomers… Isto não quer dizer que as pessoas sejam mais ou menos antiquadas, mas sim que todas elas têm experiências diferentes. Quando olhamos para uma mensagem, temos de ter o descernimento de saber quais os canais ideias para cada transmiti-la. É esta panóplia de canais que permitem chegar a uma multidisciplinaridade tão grande de idades. Para além da idade, também a distância é um desafio contínuo. Ter a capacidade para perceber que não estamos a comunicar só para Lisboa, tão pouco para Portugal. Ou seja, uma mesma mensagem, seja para Portugal, Espanha, Brasil ou África, tem o objectivo de chegar a toda a gente, mantendo os mesmos níveis de eficácia e emoção. É preciso ser coerente e consistente para conseguir fazer tudo isto sem perder o fio condutor.»

 

Ouvir é o melhor remédio
As boas equipas são determinantes e, por isso, a Galp passou a palavra a Filipa Appleton, directora de Marketing do Lidl, que também marcou presença no evento. Convidada para falar da sua marca, e não só, destacou ainda a importância de ter uma nova história para contar, de assumir que a mudança faz parte da vida de uma empresa e de como pode ser transversal. Esta foi a realidade que o Lidl viveu, quando há 26 anos atrás decidiu montar uma estratégia para angariar novos clientes, mantendo os antigos. Ouvir os seus clientes, ouvir aquilo que gostam e que não gostam… Arrumação em paletes, sem talho nem peixeiria, marcas com nomes desconhecidos, conceito hard-discount: «Descobrimos que os fãs do Lidl são mais fãs do que os fãs das outras marcas. Foi este o contributo do marketing: completar e escalar a metamorfose.»

Porém, para que isto aconteça é importante «haver uma consciencializaçãoque leve a uma diferenciação positiva». Compreender o consumidor e o mercado faz com que, aquela que poderia ser uma desvantagem, seja transformada em mais-valia. O humor é um bom aliado, mas há mais. Para além dele, «é essencial sentir paixão pelo trabalho desenvolvido, tentar fazer mais e melhor, ter uma boa estratégia e, acima de tudo, é preciso ter verdade».

Depois das apresentações, workshops e das actividades preparadas e dedicadas ao universo Galp, foi também com verdade que se atribuíram, pela terceira vez, os Galp Awards. Estes prémios foram concebidos para premiar os “energisers” que se destacaram pela sua agilidade, confiança, inovação, parceria ou sustentabilidade. Este ano, lugar ainda para a atribuição de um prémio muito especial: a aquisição de projectos de produção de energia fotovoltaica em Espanha, que fez da Galp o principal produtor de energia solar da Península Ibérica. E foi ao som do Concerto Galp Music Valley Sessions que terminou a edição do Energisers Summit 2020.

Mais um ano, mais uma cerimónia, mais um encontro da família Galp que fica para a história. Por uma comunicação saudável, sim. Mas, mais do que isso, pela certeza de que a sua missão continuará. Porque energia cria energia, foram mais de 1000 as pessoas que passaram pelo Altice Arena. Esta é a essência que sempre caracterizou a família Galp. E continua a caracterizar. Para o ano há mais!

 

Este artigo foi publicado na edição de Fevereiro da Human Resources, no Caderno Especial sobre Comunicação Interna nas empresas.

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