Galp: Melhorar a experiência dos colaboradores

A Galp não tem dúvidas de que a experiência de onboarding de novos colaboradores é fundamental para garantir que estes se sentem bem-vindos e integrados, desde o primeiro momento, no seio das equipas e no propósito da empresa.

 

Rita Figueiredo, responsável de Aprendizagem e Desenvolvimento na Direcção de Pessoas, revela que não só a Galp aposta em dois programas que se destinam a um target mais júnior, o Ready.Set.Galp e o Generation Galp, como está a reforçar a sua política de mobilidade interna.

De que forma a Galp encara o onboarding de novos colaboradores?
Fazemos uma monitorização permanente e uma actualização regular do processo e dos nossos programas de onboarding, de forma a garantir que eles se adequam, em todos os momentos, à realidade da Galp e ao que esperamos dos nossos colaboradores.

Neste momento estamos em fase de revisão de processos. Acreditamos que estes são processos dinâmicos, pelo que, no âmbito de um projecto de Employer Value Proposition, abordámos os colaboradores e percebemos que tínhamos margem de melhoria. Assim sendo, e na lógica da melhoria contínua, estamos a rever o nosso onboarding na Galp e a contemplar todos os pontos destacados.

Por exemplo, a Galp aposta em dois programas que se destinam a um target mais júnior: Ready.Set.Galp e Generation Galp. O primeiro iniciámos este ano, o segundo já conta com mais de 20 anos de história, e são dois programas onde a experiência de onboarding é efectivamente positiva.

Por outro lado, e como a Galp se encontra num processo de transformação global, estamos também a reforçar a nossa política de mobilidade interna. Sabemos que é crítico trabalhar a workforce interna, acreditando que um onboarding aplicado a estes casos melhora a experiência dos colaboradores.

A Galp é uma empresa de grande dimensão e com unidades de negócio muito distintas, e sabemos que passar de uma área de produção para uma área de inovação, ou comercial, por exemplo, é quase o equivalente a entrar numa empresa nova, daí querermos reforçar a importância do onboarding nas mobilidades internas. O onboarding é um processo de integração onde são implementadas estratégias para que os novos colaboradores se adaptem com sucesso às suas actividades e à cultura da empresa.

 

Considera este processo importante para o futuro do novo colaborador na organização?
Sem dúvida. Se pensarmos no onboarding como os primeiros encontros, compreendemos a consequência que este tem no engagement do novo colaborador.

Um colaborador que receba acompanhamento e que se integra desde o início nas dinâmicas da equipa e da empresa terá mais probabilidade de criar ligação e acrescentar valor. Torna-se capaz de estabelecer relações com a equipa mais rapidamente e, portanto, de experienciar um maior nível de satisfação ao longo do seu percurso dentro da companhia.

 

E do lado da empresa, quais são as vantagens que se recolhem de um onboarding com sucesso?
O onboarding é um processo de integração, onde são implementadas estratégias para que os novos colaboradores se adaptem com sucesso às suas actividades e à cultura da empresa. Este processo, quando bem implementado, permite que os colaboradores se sintam integrados e motivados, focados e alinhados no propósito da mesma.

Para além destes aspectos, um plano de onboarding sólido, com iniciativas de aprendizagem e a promoção de um ambiente de trabalho saudável, resulta numa maior taxa de retenção do talento. A Galp considera o employer branding como uma estratégia que beneficia a atracção, o recrutamento e a retenção e, para isso, sabe a importância de se destacar e distinguir enquanto marca.

 

Como se processa, tipicamente, o onboarding na Galp?
No dia em que o colaborador entra na empresa é-lhe entregue um kit de onboarding e são-lhe atribuídos todos os equipamentos e acessos. É feita uma sessão com o People Business Partner onde são introduzidas todas as ferramentas, sistemas, portais, avaliações, formações, benefícios e são, ainda, partilhados contactos e locais úteis para o colaborador. Em complemento, o manager tem uma reunião onde apresenta a sua equipa, a estrutura e as respectivas funções a desempenhar. Adicionalmente, o colaborador preenche um questionário de satisfação sobre o processo de recrutamento.

No final do primeiro mês – com repetição no sexto mês –, são realizadas reuniões de acompanhamento para averiguar como está a correr a integração do colaborador.

Ainda durante o período de onboarding, todos os colaboradores têm acesso a um dia de acolhimento e integração, digital e/ou presencial, que se baseia numa sessão onde são apresentadas as unidades de negócio da Galp e toda a estratégia e o propósito da empresa. São também dinamizadas actividades de team building, de forma a fomentar a construção de sinergias, a estabelecer afinidades e conexão, optimizando relações e resultados.

Temos ainda diversos recursos didáticos e acções de formações atribuídas pela equipa de Learning aos novos colaboradores e, actualmente, estamos a verificar a possibilidade de voltar a agendar visitas aos nossos postos de serviço, refinaria e parques.

 

E durante o período de pandemia, com a maioria dos colaboradores em teletrabalho, como era feita esta integração?
Ao longo da pandemia a Galp não ficou indiferente ao desafio e adaptou-se ao panorama digital. Todas as actividades foram realizadas via online e foi criado o Digital Welcoming Day, onde todas as pessoas, de todas as geografias, que entraram nos seis meses anteriores a este dia, tiveram apresentações da cadeia de valor da empresa e participaram em dinâmicas de team building digital, de modo a fomentar a cultura organizacional e fazer sentir o espírito de uma só Galp, incentivando diversos momentos informais entre os new joiners.

 

Qual o feedback dos colaboradores que entraram para a empresa nessa altura?
Na altura da pandemia, muitos dos colaboradores que entraram sentiram que não conseguiam integrar logo nas dinâmicas das equipas, porque havia relações que já estavam estabelecidas e que o modo remoto, de certa forma, não facilitava esse aspecto.

Paralelamente, o feedback de outros colaboradores que entraram na mesma altura foi o oposto. Consideraram a integração bastante positiva, no sentido de valorizarem o esforço e o suporte, tanto da People Team como das suas próprias equipas.

Outro aspecto que destacaram foi o empenho da Galp em promover a flexibilidade e garantir as melhores condições de trabalho, fosse em home office ou presencial.

 

O que considera positivo e negativo num onboarding condicionado pelas circunstâncias daquele período?
Dadas as circunstâncias desse momento, um aspecto positivo foi, sem dúvida, a possibilidade de chegar rapidamente a um número alargado de pessoas. O processo virtual veio a permitir-nos acolher de uma forma global e inclusiva todos os novos colaboradores. No entanto, apesar de termos conseguido chegar a elas, o lado menos positivo foi que, efectivamente, não conseguimos fortalecer a relação como gostaríamos.

 

Existem alguns aspectos relacionados com o onboarding que tenham sido introduzidos por causa da pandemia e se mantenham agora por proporcionarem uma boa experiência?
O Digital Welcoming Day foi uma das iniciativas que foi introduzida durante o tempo de pandemia. Actualmente, vamos equilibrar a experiência como algumas acções presenciais locais, mas globalmente vamos continuar a ter iniciativas digitais.

Antes ficávamos confinados àquela que era a nossa localização, mas hoje, e com a ajuda do digital, podemos estar numa One Galp em todas as geografias, através dos canais que utilizamos e ter, também, um welcoming global.

 

De que forma a evolução da cultura da Galp ao longo do tempo vai sendo transmitida a todos os vossos colaboradores – os novos e os antigos?
A Galp reconhece que é preciso criar uma empresa onde todos possam alcançar o seu potencial e, para isso, a mudança começa nas nossas pessoas. Desta forma, está a ser desenhado um novo framework de liderança e reforçada a cultura de aprendizagem, para que se prepare as pessoas para o presente e o futuro, promovendo a agilidade e a inovação, a confiança e a transparência, a centralidade no cliente e a parceria, a accountability e o ownership.

Não obstante as ramificações naturais, as diferentes unidades de negócio em que actuamos, as variadas geografias onde estamos presentes, sejamos colaboradores mais recentes ou antigos, queremos ser “One Galp”.

 

Esta entrevista faz parte do Especial “Onboarding/Inboarding” na edição de Dezembro (n.º 132) da Human Resources nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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