O Governo vai propor esta tarde aos parceiros sociais uma valorização nominal das remunerações em 4,8% em média, em cada ano, entre 2023 e 2026, segundo a proposta sobre o acordo de rendimentos a que a Lusa teve acesso.

O objectivo é garantir que até 2026 haja um aumento médio acumulado de 20% dos salários dos trabalhadores face a 2022, indica a proposta para um acordo de médio prazo de melhoria dos rendimentos, salários e competitividade, que hoje à tarde será apresentado na Concertação Social.

Como pressupostos para este objectivo, o Governo tem em conta uma inflação de médio prazo de 2%, de acordo com o Banco Central Europeu, e uma taxa de produtividade de 1,5% entre 2023 e 2026, segundo o documento.

De acordo com o executivo, com o objectivo de «aumentar a parte do factor trabalho no produto, convergindo com a média europeia, é necessário acordar uma política de valorização dos rendimentos» assente na inflação, produtividade e num «adicional salarial».

Tendo em conta estes pressupostos, para se alcançar o objectivo proposto, «estima-se ser necessário um adicional salarial de 1,3 p.p. [pontos percentuais] — traduzindo-se numa valorização nominal das remunerações por trabalhador de 4,8% em cada ano, em média, nos anos 2023 a 2026», pode ler-se no documento.

O Governo sublinha que «este adicional representará um aumento de aproximadamente 20% do rendimento médio por trabalhador em 2026 face a 2022».