Guerra pelo talento: Profissionais experientes (destas áreas) podem ter aumento salarial até 25% este ano
Profissionais seniores podem esperar aumentos salariais até 25% no primeiro trimestre de 2022, à medida que a economia começa abrir-se após o levantamento das restrições relacionadas com a pandemia e as empresas lutam para manter os seus melhores colaboradores.
Profissionais experientes numa ampla gama de disciplinas que vão do marketing às finanças passando pelas TI começam agora a desfrutar de aumentos de 25% por ano ou mais, de acordo com a empresa de recrutamento Robert Walters.
François-Pierre Puech, country manager Portugal da Robert Walters, refere que «após um ano de aumentos salariais para novos colaboradores, as empresas estavam sob pressão para aumentar os salários dos colaboradores mais antigos de modo a evitar que eles os trocassem por um concorrente».
Grupos de lobby empresarial relataram que muitos dos seus membros se queixaram de atrasos crescentes no trabalho, agravados pela falta de pessoal.
O relatório constatou que, no ano passado, os salários dos novos colaboradores cresceram em média de 6% a 8%, enquanto os profissionais que se mudaram para sectores na vanguarda do combate à pandemia ou atendimento de procuras relacionadas com a pandemia, como tecnologia ou saúde, viu aumentos salariais entre os 15% e os 20%.
«Olhando para 2022, veremos mais empresas aumentarem o salário dos seus colaboradores existentes para se adequarem aos novos salários iniciais», afirma François-Pierre Puech, «mais de um terço das empresas (39%) disseram que estavam a aumentar os salários para acompanhar o aumento da inflação».
O country manager Portugal da Robert Walters sublinha que existe compromisso e flexibilidade na procura por talentos, «os conselhos estão a permitir que as pessoas trabalhem de longe e assumindo compromissos que os executivos só precisam de participar de uma parte das reuniões de forma presencial».
Para o responsável, «a aceleração dos serviços digitais significava que executivos experientes em tecnologia, que podiam interpretar grandes quantidades de dados, estavam “cabeça e ombros acima do resto».
No entanto, muitos trabalhadores, incluindo alguns com capacidades bastante procuradas, estão a começar de uma base baixa à procura de salários mais altos. Mais da metade (54%) dos trabalhadores disseram que esperavam um aumento salarial após um congelamento de dois anos.
A pesquisa também revelou um grande grau de insatisfação da equipa com o tratamento dado pelos empregadores durante a pandemia, com dois terços a afirmar que deixarão o emprego se não forem recompensados de forma justa. Três quartos disseram estar “muito confiantes” sobre as oportunidades de emprego no seu sector este ano.
O relatório revela que a maioria dos profissionais deu prioridade à «excelente remuneração, benefícios e um esquema de bónus”, enquanto 40% colocam a segurança no emprego como o requisito mais importante.
«Na verdade, horário flexível (29%), trabalho remoto (22%) e direito a férias (20%) têm uma importância muito menor para os profissionais – talvez porque mais da metade dos trabalhadores de colarinho branco afirmaram que não se incomodam em perguntar sobre o trabalho flexível numa entrevista de emprego em 2022, porque eles naturalmente assumem que é algo que dado agora», conclui François-Pierre Puech.