Há dois desafios principais que os empresários portugueses enfrentam actualmente. Estudo da Kaizen revela quais são.

Cerca 65% dos empresários portugueses aponta o preço das matérias-primas e a falta de mão de obra qualificada os dois principais actuais desafios das suas empresas. A conclusão é do Barómetro Kaizen inquiriu mais de 200 gestores de médias e grandes empresas que actuam no mercado português.

 

Com a desaceleração da retoma, o grau de confiança na economia por parte dos empresários inquiridos passoi para 10,95, sofrendo um ligeiro decréscimo comparativamente à última edição em que se posicionava em 11,1. Contudo, e apesar do panorama pouco abonatório para a economia nacional, 80% dos empresários prevê cumprir ou ultrapassar os objectivos estabelecidos para 2022.

Face a uma inflação galopante, cujo valor não era tão elevado desde há 4 décadas, tendo excedido totalmente as expectativas do Banco Central Europeu, os empresários têm apostado na automação de tarefas (50%) e na diversificação do sourcing de matérias-primas e componentes (43%) como as principais iniciativas para garantirem as suas margens.

Dentro do contexto inflacionista, ainda a realçar que o aumento dos preços de matérias-primas ou componentes é, para 49% dos gestores, o efeito mais significativo do aumento generalizado da inflação. Na segunda posição, 28% dos empresários posicionam o aumento da energia como outra consequência igualmente grave.

Dentro dos riscos de disrupção das cadeias de fornecimento, 68% destaca como factor mais preocupante, a falta de materiais e/ou componentes de fornecedores, e 47% aponta as dificuldades inerentes com transportes e entregas. Para contornar estas vicissitudes e potenciar o crescimento da organização, 64% das empresas têm apostado na criação de novos produtos, serviços ou modelos de negócio e 52% tem optado por aumentar o valor acrescentado dos produtos potenciando valores de venda mais elevados.

A maioria dos gestores responsabilizam-se cada vez mais pelo impacto que as organizações que lideram, têm na comunidade e no mundo, e afirmam que as práticas sustentáveis são uma ambição estratégica. Nesse sentido, as temáticas de sustentabilidade têm uma preocupação cada vez maior e grande parte das organizações consideram as práticas sustentáveis uma ambição estratégica.

Contudo, apenas 54% dos inquiridos admite um grau de compromisso alto relativamente às políticas de ESG – Environmental, Social e Governance; por outro lado, 46% dos inquiridos admite que o seu grau de envolvimento nestas políticas ainda é médio ou baixo. Para desenvolver a sustentabilidade e garantir o cumprimento destas políticas, 56% afirma ter uma estratégia de ESG com iniciativas concretas de curto prazo nas 3 vertentes; por outro lado, 7% dos inquiridos admite não ter uma estratégia de sustentabilidade bem definida.

Dentro dos benefícios que as empresas esperam obter com a estratégia de ESG, a credibilidade e reputação institucional (81%) e reter e atrair talento com maior consciência ambiental e social (50%) estão no topo das preferências dos gestores. Contudo, apenas 18% aloca mais de 3% da sua receita em investimentos em sustentabilidade.

A inovação é o núcleo do crescimento do negócio e há cada vez uma maior aposta neste eixo para propiciar o crescimento das organizações. Neste âmbito, 62% dos inquiridos tem apostado na inovação nos processos da organização e 50% opta pela criação de novos produtos e serviços com base nas necessidades dos clientes.

No contexto da transição digital que temos vindo a atravessar, de realçar que 42%, definiu uma estratégia de transformação para a empresa como um todo e identificou os processos críticos, sendo que a estrutura e sequência destes processos foram optimizadas antes da sua digitalização.

O Barómetro Kaizen é um estudo de opinião desenvolvido semestralmente pelo Instituto Kaizen em Portugal junto de administradores e gestores de médias e grandes empresas que actuam no mercado português sobre a sua perspectiva quanto a temas de atualidade, à evolução da economia e do seu negócio, perspectivando tendências e desafios.

A edição de junho do Barómetro Kaizen inquiriu mais de 200 gestores de empresas que representam, no seu conjunto, mais de 35% do PIB de Portugal.

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