Há duas prioridades (destacadas) na gestão de pessoas nas organizações. E já não é a preparação dos colaboradores

O Barómetro RH 2021/22, realizado pelo Kaizen Institute em parceria com a Hays Portugal, mostra que a retenção de talento (45%) e a contratação de novos profissionais (42%) são as duas principais prioridades destacadas pelas empresas relativamente aos RH.

Cerca de 57% dos inquiridos no barómetro considera a atribuição de prémios de referenciação uma prática cada vez mais comum em Portugal e na Europa, para atrair e reter talento.

A imprevisibilidade do mercado parece não ter tido impacto ao nível do grau de motivação dos colaboradores das empresas inquiridas que permanece com 14 pontos (escala 0-20), à semelhança do que se observou na última edição. Além disso, 40% dos inquiridos afirma que a motivação dos trabalhadores das suas empresas evoluiu positivamente nos últimos 12 meses.

Para contribuir para estes resultados, 31% dos gestores de RH destacam os aumentos salariais e a atribuição de bónus e outras compensações monetárias. Por outro lado, 26% dos gestores apontam como factores mais cruciais, a cultura da empresa e a adopção de um modelo de trabalho híbrido com a respectiva flexibilidade horária conferida aos colaboradores.

O mesmo barómetro revela que a intensificação da escassez de talento parece ser um dos maiores desafios do mercado de trabalho para os gestores de RH já que, para 45% e 42% dos inquiridos, a retenção de talento e a contratação de novos profissionais são as principais prioridades das empresas em relação aos recursos humanos. Estas escolhas contrastam com o que se observou na primeira edição deste barómetro, onde o topo das prioridades tinha como foco a preparação dos colaboradores para diferentes cenários no médio/longo prazo e a melhoria das condições de segurança e higiene no trabalho.

Para atrair, reter e desenvolver os melhores talentos para os seus negócios, um eficaz processo de onboarding é fundamental. Neste campo, as duas principais prioridades enaltecidas pelas empresas incidem na criação de um programa de mentoria envolvendo colaboradores mais recentes e mais antigos da empresa (57%) e a criação de um programa personalizado (45%). Ainda antes disso, e no âmbito do processo de recrutamento, suprimir as lacunas nas competências da organização através da identificação de novas funções e posições e o rejuvenescimento das empresas, são para 55% e 45% dos inquiridos respectivamente, as duas maiores prioridades.

Dentro das temáticas de diversidade, inclusão e equidade no trabalho, 49% dos inquiridos tem apostado na criação de um ambiente inclusivo em que cada colaborador se sente valorizado e 46% tem vindo a promover programas de tutoria, coaching e de carreira para cumprir este compromisso. Estas estratégias permitem fomentar o sentimento de pertença à empresa, um tema relativamente ao qual, 58% dos inquiridos revela existir consciência da importância reforçando que já têm iniciativas em curso neste sentido.

O trabalho remoto transformou-se, deixando de ser um privilégio ocasional para uma expectativa dada como adquirida para grande parte dos colaboradores. Nesta linha, 46% admite ter adoptado um modelo de trabalho híbrido com 43% das pessoas a apostar em dois dias de teletrabalho/semana. Contudo, 54% afirma ter optado por um modelo de trabalho presencial. Dentro dos maiores entraves na implementação do trabalho híbrido, 46% menciona a dificuldade de manter o espírito de equipa, motivação e sentimento de pertença à distância; já 43% aponta a falta de garantia de comunicação eficiente e clara.

O Barómetro RH 2021/2022 concluiu ainda que para melhorar a employee experience, 72% dos inquiridos foca como crucial a importância de uma comunicação regular e clara da visão e propósito da organização. Por outro lado, e para responder ao aumento da tendência do turnover dos colaboradores, o aumento da remuneração e/ou benefícios e a revisão do plano de progressão de carreira são para 57% e 40% dos gestores de RH algumas das mais importantes premissas.

O Barómetro RH 2021/22 inquiriu cerca de 150 directores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais, com o objectivo de avaliar a resposta das organizações às principais tendências e desafios actualmente verificados na Gestão das Pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores.

Ler Mais