Imagina os milhões de euros que a Europa (e Portugal) perderia numa eventual exclusão da Huawei?

A agência de research Oxford Economics estudou os custos de uma eventual exclusão da Huawei do desenvolvimento das redes europeias de quinta geração e concluiu que os impactos negativos podem ascender a três mil milhões de euros anualmente. Tal representaria um aumento de 19% do custo anual associado aos investimentos de implementação da redes 5G, o que significa cerca de 63 milhões de euros por ano em Portugal.

 

Um atraso na implementação do 5G também potenciaria uma desaceleração da inovação tecnológica e uma redução no crescimento económico. Neste contexto, a Oxford Economics estima que o Produto Interno Bruto português pudesse sofrer, em 2035, uma queda na ordem dos 500 milhões de euros e que a França contabilize uma redução do seu PIB de cerca 7,3 mil milhões de euros. De acordo com o estudo da Oxford Economics, o PIB total que seria perdido a nível europeu é estimado em 40 mil milhões de euros em 2035, tendo por base valores de 2020.

A exclusão da Huawei também seria dramática para a Europa em termos de perdas económicas líquidas a longo prazo. A restrição da concorrência geralmente propicia um considerável aumento de preços, pelo que, reafirma o estudo da Oxford Economics, impedir um grande participante de competir na rede 5G e, consequentemente, limitar a concorrência, resultaria em custos de investimento mais elevados, atrasando a implantação das redes. Um cenário de restrição resultaria num crescimento tecnológico e inovação mais lentos, menores rendimentos para as famílias e uma recuperação mais lenta da recessão.

Se isto se verificasse, 56 milhões de pessoas veriam adiado o acesso ao 5G até 2023. A perda permanente do PIB é estimada em 40 biliões de euros até 2035, decorrente do eventual atraso no lançamento das redes de quinta geração.

 

5G: ferramenta para impulsionar a recuperação económica
À medida que o distanciamento social se transformou no “novo normal”, a infraestrutura digital tem desempenhado um papel cada vez mais importante para manter a dinâmica da economia. As velocidades de conexão mais rápidas obtidas com as redes de quinta geração e os novos recursos disponibilizados pela tecnologia serão cruciais para aumentar os níveis de produtividade, à medida que os países tentam recuperar do colapso financeiro. A construção da infraestrutura 5G pode incentivar a recuperação no curto prazo.

No entanto, a recessão associada à pandemia atrasará a sua implantação, comprometendo a realização dessas oportunidades. O crescimento económico mais lento e o aumento da incerteza levaram as operadoras de telecomunicações a reduzir os seus investimentos – uma acção que, inevitavelmente, pode atrasar a implementação do 5G.

Num contexto de recessão e subsequente recuperação, um mercado de infraestruturas competitivo maximiza o ganhos com inovação tecnológica e o crescimento em Portugal.

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