
Insolvências aumentam para valor mais elevado desde Setembro de 2017
As insolvências voltaram a crescer em Setembro, que se afirma como o mês deste ano com maior número de insolvências, 660 registos. Face ao ano passado, este valor traduz um incremento de 53,5%. Este é o valor mais elevado verificado em Setembro desde 2017. Os dados são do mais recente relatório da Iberinform.
No global do ano, há registo de 3877 insolvências, com mais 424 empresas insolventes, o que traduz um incremento de 12,3% face ao período homólogo de 2019.
Os dados da Iberinform mostram também que por tipologia, até final de Setembro, as insolvências requeridas tiveram um aumento de 5% (mais 38 empresas que no ano passado), enquanto as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas registam uma subida de 22,1%, evoluindo de 778 casos em 2019 para 950.
Nestes primeiros nove meses foi declarada a insolvência de 2100 empresas, mais 220 que no mesmo período do ano passado. Os encerramentos com planos de insolvência tiveram uma redução de 15%.
Por distritos, Lisboa e Porto mantêm os primeiros lugares da lista, com a cidade Invicta a liderar em valores absolutos com 986 insolvências contra 806 em Lisboa. Em termos percentuais, Lisboa apresenta um incremento de 18,5% face ao desempenho de 2019, enquanto o Porto vê o indicador crescer 12,9%.
Apesar disso, os maiores aumentos verificam-se em Castelo Branco (56,4%), Angra do Heroísmo (+46,2%), Faro (+39,7%), Viana do Castelo (+39,2%), Madeira (+26,3%), Évora (+23,3%) e Beja (+20%). Contudo, num cenário de incremento de insolvências há quatro distritos com variações negativas: Horta (-33,3%), Coimbra (-19,8%), Guarda (-15,2%) e Aveiro (-0,3%). Vila Real tem variação nula, com 32 insolvências.
O sector transformador é o que regista o maior número de insolvências até final de setembro (917), seguido pelos serviços (776), construção e obras públicas (540), comércio a retalho (461), comércio por grosso (452) e hotelaria e restauração (340). Contudo, o maior aumento percentual pertence ao setor das telecomunicações (+166,7%), seguido pela hotelaria e restauração (+30,8%) e pelos serviços (+22,8%). Apenas o setor da agricultura, caça e pesca apresenta uma variação negativa de 9,1%, enquanto o setor da eletricidade, gás e água tem uma variação nula face a de 2019 (oito insolvências).
Menos 10.179 empresas em termos homólogos
Já as constituições recuaram 5,6% em Setembro face ao ano passado, com menos 203 novas empresas, para um total de 3452 constituições. No acumulado, a queda é mais acentuada, com menos 10.179 empresas, valor que traduz um decréscimo de 26,7%. Nos primeiros nove meses deste ano foram criadas 27.900 empresas.
No distrito de Lisboa surgiram 8664 novas empresas, o que traduz um decréscimo de 31,5% face a 2019. No Porto foram criadas 5005 empresas, menos 28% que no período homólogo do ano passado. Distritos em destaque em termos absolutos são também Braga (2.174 novas empresas), Setúbal (1.939), Faro (1.528) e Aveiro (1.414 constituições). Todos os distritos apresentam variações negativas com as mais acentuadas a verificarem-se em Setúbal (-33,4%), Lisboa (-31,5%), Madeira (-31,1%) e Ponta Delgada (-30,8%).
Todos os sectores de actividade têm redução no número de novas empresas constituídas, com os maiores recuos a registarem-se nos serviços, com menos 4313 constituições para um total de 12.332 novas empresas (-25,9%). O sector de transportes perdeu 1605 constituições face ao ano passado alcançando um total de 1.632 novas constituições (-49,6%). O ramo da hotelaria e restauração perdeu 1212 constituições face a 2019, com um total de 2.817 (-30,1%) nos primeiros nove meses deste ano.