Internacionalização e mobilidade: novos financiamentos 2021-2027

Por Vanda Vieira, Psicóloga Especialista em Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações; em Psicologia da Educação; em Psicologia Vocacional e do Desenvolvimento da Carreira

 

Com a COVID-19 as empresas tiveram muito rapidamente de adaptar-se ao teletrabalho, à formação a distância e a aprendizagem em contexto de trabalho migrou para o mundo virtual. De que forma empresas e trabalhadores podem beneficiar com os novos financiamentos? Que novas propostas? Quais os beneficiários e impactos esperados? E que mudanças se farão sentir a médio e a longo-prazo?

Apresentado em abril, o Novo Programa Erasmus + salienta como medidas prioritárias a inclusão e a diversidade, o compromisso na transformação digital, na sustentabilidade e na luta contra as alterações climáticas e o foco na participação dos cidadãos na vida democrática. No âmbito do novo ciclo de financiamento 2021-2027, a internacionalização e a mobilidade andam de mãos dadas.

A mobilidade das aprendizagens de indivíduos e grupos, a cooperação, a qualidade, a inclusão e a equidade, a excelência, a criatividade e a inovação, a nível das organizações e das políticas no domínio da educação e de formação profissional, são objetivos específicos para os próximos anos.

Quando às medidas de mobilidade, de estudantes em estágio, de formandos da formação profissional ou de trabalhadores que beneficiem destas ações espera-se que estes tirem o máximo partido das experiências internacionais para aumentar o seu potencial de empregabilidade, o seu sucesso individual e a adaptação à função. Por sua vez, as empresas que pretendam-se candidatar às medidas de mobilidade espera-se que demonstrem o grau de integração das mobilidades na sua estratégia, na melhoria de competitividade e na capacidade de adaptação. Para tal, é-lhes solicitado que apresentem uma Estratégia Europeia de Internacionalização, bem como planos para a implementação de projetos de cooperação e de redes, a nível internacional.

As empresas/organizações nacionais encontram-se entre um leque bastante diversificado de entidades elegíveis para os Projetos de Cooperação entre organizações e instituições:

As Parcerias para a Cooperação, são ações que permitem que as organizações adquiram experiência de cooperação internacional e reforcem as suas capacidades. São financiamentos cuja subvenção máxima do projeto é variável, com um mínimo de 100 000 EUR e um máximo de 400 000 EUR para projetos com uma duração mínima de 12 meses e uma duração máxima de 36 meses (propostas de parcerias de cooperação nos domínios da educação, formação e juventude geridas pelas agências nacionais Erasmus).

Uma novidade são as Parcerias de Pequena Dimensão, com montantes de subvenção menores (montantes fixos de 30 000 EUR e 60 000 EUR), com uma duração mais curta (entre 6 e 24 meses) e com exigências administrativas mais simples. São ações que visam alcançar as organizações locais comunitárias, as organizações menos experientes e novos participantes. Estas parcerias também podem contribuir para a criação e o desenvolvimento de redes transnacionais e para fomentar sinergias com e entre políticas a nível local, regional, nacional e internacional.

As Parcerias para a Excelência apoiam projetos como os Centros de Excelência Profissional. São parcerias para o mundo do trabalho, “plataformas colaborativas transnacionais”, desenhadas em estreita colaboração com as empresas, centradas no aprendente/formando, permitem que estes adquiram competências essenciais e profissionais, suportadas em estratégias de mobilidade e internacionalização. A nível transnacional os Centros de Excelência Profissional partilham interesses comuns em setores específicos (aeronáutica, mobilidade elétrica, tecnologias verdes e circulares, TIC, cuidados de saúde, etc.) ou abordagens inovadoras, em resposta aos desafios societais (alterações climáticas, esgotamento e escassez de recursos, digitalização, inteligência artificial, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, integração de migrantes, requalificação de pessoas com baixos níveis de qualificações, etc.). Neste caso, os projetos seguem um modelo de financiamento de montante fixo: a subvenção máxima da UE atribuída a cada projeto é de 4 milhões de EUR (ação gerida pela Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura – EACEA).

As Parcerias para a Inovação apoiam projetos que visam alcançar um impacto sistémico a nível europeu através da capacidade para aplicar os seus resultados à escala europeia e/ou de os transferir para diferentes contextos temáticos ou geográficos. Em 2021, As Alianças para a Inovação (ação gerida pela Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura – EACEA) visam reforçar a capacidade de inovação da Europa. As subvenções máximas da UE atribuídas a cada projeto são as seguintes:

– Lote 1 – Alianças para o Ensino e as Empresas, 1 milhão de EUR (projeto de 2 anos); 1,5 milhões de EUR (projeto de 3 anos). São projetos transnacionais, estruturados e orientados para os resultados, em que os parceiros partilham objetivos comuns e trabalham em conjunto para promover a inovação, as novas competências, um sentido de iniciativa e um espírito empreendedor.

Lote 2 – Alianças para a cooperação setorial em matéria de competências (Execução do «plano de acção»), 4 milhões de EUR (projeto de 4 anos). São projetos que visam colmatar as lacunas de competências no mercado de trabalho que prejudicam o crescimento, a inovação e a competitividade em áreas ou setores específicos e intervenções a curto prazo e estratégias a longo prazo. Estas alianças serão implementadas nos 14 ecossistemas industriais identificados na nova estratégia industrial para a Europa.

Para mais informação consulte:

https://www.erasmusmais.pt/atualiza%C3%A7%C3%A3o-novo-programa

https://e727982a-38ed-4d7c-b901-8701902c2a69.filesusr.com/ugd/d8f912_94c4254272104ae6a3e6cf0b9fd6d864.pdf

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