Investimento em centros de serviço partilhados em Portugal está a aumentar

Portugal tem verificado um aumento significativo no investimento em centros de serviços partilhados ou Shared Service Centers (SSC). Numa conversa promovida pela Gi Group Holding, empresa de recursos humanos, exploraram-se os SSC e a forma como são catalisadores de «inovação e de eficiência dos negócios, transformando a paisagem empresarial global, mas também nacional».

 

Com contributos de Cláudia Leitão, VP of People & Culture na Manta; empresa da IBM, Ana Sofia Brazão, HR lead na Amgen Capability Center; Catarina Simões, O2C head of Global Business Services Western Europe and Africa na Siemens; Sandra Farinha, head of EMEA Finance Services Dentsu e moderação de Rita Simões, lead Operations manager and head of Sustainability na Kelly | Gi Group Holding, falou-se sobre opapel destes centros na redução de custos, na padronização de processos e na eficiência operacional das empresas em todo o mundo.

Segundo Cláudia Leitão, «há vários factores que contribuem para tornar Portugal um destino atractivo para investimentos externos. São eles o ecossistema propício ao desenvolvimento de startups, a excelência académica na área das tecnologias da informação, as competências linguísticas e a qualidade de vida.»

No entanto, com o aumento da procura por serviços partilhados em Portugal, especialmente em Lisboa, surgem desafios relacionados à atractividade e retenção de talentos. «O custo de vida elevado na capital portuguesa e a saturação do mercado podem dificultar a atracção de talentos qualificados. Nesse sentido, descentralizar os serviços partilhados para outras regiões de Portugal, com foco nos centros universitários, pode ser uma estratégia viável para enfrentar esse desafio», explicou Ana Sofia Brazão.

Todas as presentes concordaram com o facto de os recursos humanos estarem no centro da evolução dos Shared Service Centers. «Esta área desempenha um papel fundamental na adaptação às exigências da nova geração de profissionais e deve haver uma atenção às necessidades destes talentos. Oferecer uma cultura empresarial envolvente, flexibilidade e oportunidades de desenvolvimento profissional pode revolucionar a forma como as pessoas interagem com a empresa, uma vez que são aspectos importantes para estes indivíduos, muitas vezes jovens. O trabalho remoto é um bom exemplo, uma vez que «requer regras e contornos específicos que garantam que ambas as partes estão confortáveis com a situação, especialmente numa fase de onboarding», afirma Catarina Simões.

Para Sandra Farinha, também a formação desempenha um papel crucial: «a formação tem de ser o factor diferenciador. Não só a formação técnica, mas também o trabalho ao nível das soft skills e da cultura. É também responsabilidade dos RH ajudar as pessoas a viver a transição para a automação das tarefas e de formas de trabalhar, ajudando-as a dar o salto digital».

A retenção de talentos torna-se cada vez mais crucial num um ambiente altamente competitivo, enquanto o equilíbrio eficaz entre o trabalho e a vida pessoal continua a ser uma prioridade para garantir o bem-estar dos colaboradores.

Rita Simões concluiu dizendo que «este é um sector que tem verificado cada vez mais investimento, e que se prevê que continue. Vai continuar a crescer e a levantar questões que permitirão continuar a evoluir. É um sector que não só emprega muitos pessoas, como produz muita inovação e muito conhecimento.»

Ler Mais