Isabel Moisés, Grupo Secil: Irá a pandemia contribuir para uma evolução nas empresas?

Será que «finalmente se compreendeu que a gestão dos activos intangíveis relacionados com pessoas é tão relevante e determinante para o P&L [profit and loss] como as variáveis tangíveis relacionadas com indicadores financeiros e operacionais (e marca)»? Os resultados do XXXIV Barómetro Human Resources parecem indicar que sim. Leia a análise de Isabel Moisés, directora executiva de Recursos Humanos do Grupo Secil.

 

«Pela leitura das respostas ao XXXIV Barómetro, conclui-se que há um consenso na crença de que o mundo pós-pandemia vai ser diferente, em particular o mundo empresarial da Gestão de Pessoas. Senão vejamos e, dando destaque somente a temas universais: mais de 60% dos participantes no Barómetro acreditam que existirão grandes desafios com novas formas de organizar o trabalho, e mais de 50% crêem que os temas da saúde – a física e a mental – vão ocupar um espaço central na agenda! E 62% dos participantes acreditam, ainda, que vamos assistir, de facto, a uma mudança do paradigma de que o “presentismo é que é”. Ou seja, “o presentismo” já era!

As boas notícias continuam porque aproximadamente 80% dos participantes acreditam que os responsáveis de Recursos Humanos vão influenciar de forma elevada ou muito elevada a estratégia de negócio em 2021. Se estas previsões se concretizarem todas, daremos um salto de gigante na nossa matriz tradicional de tomada de decisão empresarial (ou corporativa).

Quererá dizer que, finalmente, se compreendeu que a gestão (definição de objectivos e processos, análise, planeamento, implementação de acções, acompanhamento de desvios, implementação de acções correctivas, apuramento de resultados) dos activos intangíveis relacionados com pessoas é tão relevante e determinante para o P&L (profit and loss) como as variáveis tangíveis relacionadas com indicadores financeiros e operacionais (e marca).

Parece um trabalho e uma evolução possíveis, mesmo que, para isso, tenha de ter acontecido uma pandemia e uma profunda crise económica e social (não imaginamos o que está para vir e até temos um olhar não muito negativo sobre a evolução do emprego para 2021 – somente 36% dos inquiridos consideram que o emprego vai diminuir mais de 3%).»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro (nº. 122)  da Human Resources, no âmbito da XXXIV edição do seu Barómetro.

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