João Zúquete da Silva, Altice: «O teletrabalho comporta riscos que temos de acautelar»
João Zúquete da Silva, administrador e chief Corporate officer da Altice Portugal, faz notar que, «se se diz que as pessoas ficarão num qualquer modelo de teletrabalho no futuro, mas elegemos como prioridade a saúde física e mental, é porque sabemos que o teletrabalho comporta riscos que temos de acautelar». Leia a sua análise aos resultados do XXXIV Barómetro Human Resources.
«Na análise ao 34.º questionário da Human Resources saltam logo à vista duas visões algo contraditórias do painel de inquiridos: mais de metade acredita que o emprego irá diminuir em 2021 (sendo que mais de um terço acredita que será mais de 3%), para logo a seguir afirmar que o número de colaboradores na sua empresa se irá manter. Assumindo que falamos de um painel representativo da economia do País, são, apesar de tudo, boas notícias. Portanto quanto a emprego estamos conversados. Ou não.
Nos três grandes desafios para 2021, destaque para a saúde física e mental dos colaboradores que, a par do apoio à obrigatoriedade do teletrabalho enquanto em pandemia, mas também da preponderância do teletrabalho num cenário pós-pandemia (mais de 50% acreditam que irá acontecer a pelo menos 30% da força de trabalho), me coloca uma dúvida: se se diz que as pessoas ficarão num qualquer modelo de teletrabalho no futuro, mas elegemos como prioridade a saúde física e mental, é porque sabemos que o teletrabalho comporta riscos que temos de acautelar. Muita atenção e acompanhamento a este movimento caso se venha a concretizar em números expressivos.
Interessante as respostas quanto aos modelos de trabalho, pois a gig economy aparece em destaque, mas o trabalho por projecto e o freelancer também (considero estas três categorias uma e a mesma), portanto um forte prenúncio quanto à solução para a eventual diminuição do emprego em 2021.»
Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro (nº. 122) da Human Resources, no âmbito da XXXIV edição do seu Barómetro.