José Luís Carvalho, CUF: Uma agenda que prevê grandes transformações na Gestão de Pessoas

O contexto é de desafios. Grandes desafios. Uns inerentes à função de Gestão de Pessoas, outros ao sector da Saúde. José Luís Carvalho, director de Recursos Humanos da CUF, está consciente deles. E tem identificados os temas prioritários para lhes dar resposta, com a certeza de que estamos num mundo «claramente mais humano».

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

José Luís Carvalho não tem um percurso tradicional para um director de Recursos Humanos. Está no Grupo José de Mello há 25 anos, mas começou na área Financeira. Passou pela área de Marketing e também de Gestão do Negócio, começou na Banca e “acabou” (à data) na Saúde. Hoje, é director de Recursos Humanos da CUF. Garante que este percurso “atípico”, saindo da zona de conforto – ora de forma procurada, ora na forma de desafios propostos – lhe tem sido muito útil.

Em conversa com a Human Resources, fala de liderança, de eficiência de processos, da necessidade de trabalhar constantemente a marca de empregador, da importância de transmitir a cultura e os valores da CUF, interna e externamente, bem como de promover e life balance; fala de tecnologia e de como a resposta está na capacitação das pessoas. Porque as pessoas serão sempre «o maior activo das empresas».

 

Assumiu a liderança da Gestão de Pessoas da CUF em Julho de 2018. Quais eram os principais desafios, há cinco anos?
A minha entrada no mundo dos Recursos Humanos da CUF foi precedida de uma passagem pelo negócio, pela gestão do Hospital de Braga, o que me deu um grande conhecimento do negócio e do sector. Desse ponto de vista, estava confortável na percepção dos desafios.

De um ponto de vista da CUF, penso que o maior desafio foi a preparação para o crescimento da sua rede, com a necessidade de uma boa estruturação dos processos-chave em relação às pessoas. Por outro lado, neste período já havia a percepção de uma tendência de escassez e competição de pessoas, com todos os desafios que acarretam para um negócio em crescimento.

De um ponto de vista pessoal, destaco o desafio que esta nova função exigia, de modo a conhecer, tão rápido quanto possível, todas as realidades, pessoas e perfis existentes na organização.

 

Entretanto, menos de dois anos depois, uma pandemia. Diria que foi o seu maior desafio profissional até à data? Ainda para mais actuando no sector que estava no “centro do furacão”…
A pandemia, nomeadamente para as funções ligadas a Recursos Humanos, foi, certamente, o maior desafio profissional. No meu caso, confirmo a regra e não sou excepção. Já tinha tido uma experiência muito forte na gestão de um hospital em parceria público privada – Braga – com uma dimensão considerável, mas, de algum modo, foi uma corrida de longo prazo, ao contrário da pandemia, em que eram exigidos sprints diários. Estando num sector onde tínhamos de estar disponíveis para responder às necessidades de saúde da população, implicava, naturalmente, estar presencialmente nos nossos hospitais e clínicas. Foi um desafio complexo e exigente, mas superado, com muita determinação. Assistimos, na CUF, a um espírito colaborativo e a uma capacidade de resiliência que provavelmente nunca tivemos, e dificilmente voltaremos a ter.

 

Que aprendizagens ficaram desse período?
No balanço da pandemia, tomámos decisões e implementámos acções muito mais rapidamente do que em “períodos normais”. Creio que a agilidade na decisão, a coordenação entre as diversas áreas – suporte e negócio – e o impacto que uma empresa como a CUF pode ter na sociedade são as três grandes aprendizagens desse tempo.

 

Na Gestão de Pessoas, em particular, o que mudou significativamente? Se é que mudou…
Se lermos os livros de Peter Drucker, alguns escritos há mais de 50 anos, constatamos que já nessa época se falava na importância das pessoas e dos processos a elas ligados. Todos os gurus de gestão deste século se referem às pessoas como o maior activo das empresas. A pandemia tornou ainda mais clara esta percepção e colocou a Gestão de Pessoas no topo das agendas dos responsáveis.

Se adicionarmos a esta nova percepção o facto de o mercado da oferta se ter alterado, verificamos que a Gestão de Pessoas é crítica para as empresas, que a capacidade de liderança deve ser continuamente avaliada e que os Recursos Humanos são preponderantes no auxílio às chefias neste caminho. Na CUF, estamos e queremos desenvolver um trabalho com as lideranças para melhoria das competências ligadas à Gestão de Pessoas e à agilidade na decisão.

 

Quantas pessoas integram a CUF e quais são, hoje, os seus principais desafios enquanto director de Recursos Humanos?
A CUF integra hoje cerca de 13 500 pessoas, com diversos perfis, com uma idade média de 39 anos e com uma diversidade geográfica relevante.

Destacaria três grandes desafios da equipa de Recursos Humanos da CUF, actualmente: manter a consistência e a eficiência dos principais processos, acompanhando o crescimento da rede CUF, seja em termos de volume de negócios, seja em complexidade – produtos e segmentos; trabalhar constantemente a Employee Value Proposition – EVP – para fortalecer o seu conteúdo, a sua diferenciação, mas também para a comunicar cada vez mais, internamente e externamente; e contribuir para o crescimento da CUF, seja na transmissão da sua cultura e valores às novas integrações – via crescimento orgânico ou aquisições –, seja no acolhimento dos novos perfis, com as suas características e diversidade, para fortalecimento da nossa cultura.

 

Leia a entrevista na íntegra na edição de Agosto (nº. 152) da Human Resources, nas bancas. 

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

Ler Mais