Literacia digital: colaboradores preparados fazem empresas mais fortes
Com o aumento da digitalização e a dependência crescente das tecnologias, o sucesso e a segurança das empresas dependem, em grande medida, das competências digitais dos colaboradores. No entanto, é fundamental reconhecer que a literacia digital vai muito além da familiaridade básica com computadores ou smartphones.
As empresas modernas estão cada vez mais expostas a ameaças cibernéticas, e a capacidade que os colaboradores têm de lidar com estas ameaças é um fator determinante para a segurança geral da organização. As soft skills mais tradicionais, como a capacidade de comunicação e resolução de problemas, continuam a ser importantes, mas a literacia digital tornou-se uma competência indispensável no contexto laboral dos nossos dias.
De acordo com um estudo da Markle, uma fundação norte-americana centenária que se dedica – entre outros assuntos – à análise do impacto das tecnologias emergentes, oito em cada dez postos de trabalho atuais exigem literacia digital. Da mesma forma, uma das maiores ameaças à segurança das empresas é o erro humano. Ainda que inadvertidamente, os colaboradores que não têm formação adequada podem expor a empresa a ciberataques através de práticas de risco, como abrir e-mails de phishing ou utilizar palavras-passe fracas.
Na maior parte dos casos, os funcionários podem nem sequer estar cientes de que estão a pôr a organização em risco. Aqui entra a importância da literacia digital — o conhecimento e as competências para navegar no mundo digital de forma segura e eficiente.
Uma vantagem ou uma competência básica?
Se aceitarmos que a segurança digital é verdadeiramente importante para as empresas, a literacia digital não deverá ser considerada apenas como uma competência acessória. Ela deve fazer parte do pacote básico de formação dos funcionários e potenciais colaboradores. Mas o que compreende ao certo a literacia digital?
- Capacidade de utilizar software comum
Ferramentas de produtividade como o Microsoft Office ou o Google Workspace e plataformas de comunicação como o Slack ou o Microsoft Teams são indispensáveis. Elas facilitam a comunicação e a colaboração em equipa, o que é particularmente importante no cenário atual, onde o trabalho remoto e híbrido se tornou cada vez mais comum. - Competências de navegação segura na internet
Com o crescimento exponencial das ciberameaças, é essencial que os colaboradores saibam identificar possíveis perigos online, como e-mails de phishing, sites não seguros ou anexos maliciosos. Trata-se de uma aptidão crítica, pois os hackers atacam muitas vezes através de erros cometidos pelos utilizadores. - Gestão de dados e privacidade
Em muitos setores, especialmente nos que lidam com informações sensíveis, como o setor da saúde ou das finanças, os colaboradores precisam de um entendimento claro de como proteger os dados. Isto inclui a capacidade de utilizar processos de encriptação, definir permissões de acesso adequadas e respeitar regulamentações de privacidade como o RGPD. - Segurança online
No âmbito da literacia digital, a cibersegurança deve ser uma prioridade para todos os colaboradores. Muitas vezes, mesmo quem tem conhecimentos de tecnologia pode ser surpreendido por ataques sofisticados, como ransomware ou malware disfarçado.
No período pós-pandemia, com o crescimento do teletrabalho, é importante que as empresas saibam o que é uma VPN (Rede Privada Virtual), e também como ela se tornou crucial para garantir a segurança da navegação e proteção de dados.
Essencial para qualquer empresa que tenha colaboradores a trabalhar remotamente, a VPN permite que estes acedam à rede interna da organização de forma segura. As empresas que estão a recrutar candidatos para posições remotas ou híbridas deverão assegurar-se de que eles compreendem como funciona uma rede privada virtual e como utilizá-la.
A necessidade de formação contínua em cibersegurança
Mesmo os colaboradores com um elevado nível de literacia digital precisam de formação contínua em cibersegurança. A tecnologia e as ameaças estão em constante evolução, e as empresas devem investir em formações regulares para atualizar as suas equipas quanto às últimas práticas de segurança.
A formação em cibersegurança deve ser abrangente e incluir tópicos como a gestão de palavras-passe, a utilização da autenticação multifator, a deteção de tentativas de phishing e a importância de manter o software atualizado. Além disso, é importante promover-se uma cultura de segurança cibernética na organização, em que todos compreendam que a prevenção é uma responsabilidade partilhada.