Mas afinal Executive Coaching é para quê?

Por Alexandra Barosa, directora executiva do Curso de Coaching Executivo da Nova SBE e Managing partner da ABP Corporate Coaching

Vamos começar pelo que não é. Coaching não é uma talk motivacional que acontece como um evento único. Coaching não é um estrangeirismo vago que entrou no nosso vocabulário com duração limitada no tempo. Coaching não é uma conversa com um especialista que nos dá instruções específicas para seguir. E coaching não é uma poção mágica que irá fazer com que todos os nossos desejos se tornem realidade.

Coaching é sempre um processo. É algo que acontece ao longo de um período médio/longo de tempo. Nesse processo, a pessoa ou equipa, especialista no seu próprio sistema de funcionamento, é acompanhada no seu percurso de autodescoberta e identificação do cenário ideal para si e para o seu contexto, por um coach ou um líder com função de coach. Deverá ter um determinado objectivo, normalmente de mudança comportamental, para um melhor desempenho profissional que se estenderá a todo o sistema, quer seja através de maior eficácia na colaboração, quer seja num maior alinhamento e, consequente visibilidade organizacional. Em coaching não se pretende dirigir ou direccionar a acção de outros, nem mesmo explorar o que ficou para trás, mas sim apoiar na visualização do futuro e na descoberta do “para quê”.

E “para quê” que escrevo estas linhas sobre a importância desta matéria em qualquer contexto de desenvolvimento executivo?

No final do mês de Janeiro realizou-se na Nova SBE um evento que juntou profissionais à volta da temática de Executive Coaching. Com tanto ruído sobre o coaching poderão, alguns, questionar a razão de dar importância a esta temática que tem tido alguma exposição pública, muitas vezes não pelas melhores razões. Há, então, que desmistificar um conceito tão castigado devido às múltiplas conotações que lhe são atribuídas.

No contexto actual de incerteza permanente, em que o mais certo é a velocidade de inclusão das ferramentas digitais e de inteligência artificial, será o questionamento, a curiosidade e as interacções que farão a diferença entre o Humano e o Virtual. As organizações têm cada vez mais consciência desta realidade e, por isso, dão valor a programas de desenvolvimento que incluam uma abordagem não directiva, ou seja, que incentive e apoie espaços reflexivos e de autoconhecimento, mas também que encoraje uma aprendizagem personalizada e colaborativa, promovendo momentos de desafio e criatividade na identificação de soluções em que a relação entre colegas impacta positivamente resultados de negócio.

Complementar a oferta formativa (saber-saber e saber-fazer) com abordagens de coaching (saber ser/estar), seja individual ou em grupo, torna a aquisição de conhecimentos mais sustentável e customizada porque num mundo onde a tecnologia avança a passos largos, o verdadeiro diferencial será sempre a capacidade humana de reflectir, aprender e evoluir – e é exactamente esse o “para quê” do Executive Coaching.

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