Metade das empresas portuguesas nesta área específica e especializada tem falta de mão-de-obra qualificada

Metade das empresas portuguesas que desenvolvem dispositivos médicos afirmam que não existem recursos humanos qualificados suficientes na área, o que dificulta o crescimento do sector. Esta é uma das conclusões do estudo desenvolvido pelo centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS (FhP-AICOS).
O estudo conclui também que mais de 80% das novas tecnologias médicas desenvolvidas em Portugal pelas empresas auscultadas têm como destino o mercado estrangeiro. Contudo, a entrada destes produtos em diferentes geografias enfrenta problemas substanciais devido à elevada competitividade do sector e à dificuldade de aceitação dos produtos pelos potenciais clientes.
Além disto, dois terços dos fabricantes que desenvolvem dispositivos médicos descrevem dificuldades na certificação de novos produtos e a maior parte assume que o problema acontece por falta de compreensão das normas técnicas.
«O caminho para a certificação é longo e complexo, embora à partida possa não parecer», começa por explicar Eduardo Barbosa, investigador no FhP-AICOS e responsável pelo projecto. O investigador revela ainda que existe um esforço acrescido no que diz respeito à comunicação e submissão de documentação às diferentes autoridades competentes e que a entrada em vigor dos novos regulamentos europeus pode criar desafios acrescidos na certificação dos produtos. Para um tecido empresarial nacional actualmente dominado por PMEs e startups, «é muito difícil dedicar tempo e recursos ao desenvolvimento dos produtos propriamente ditos e, simultaneamente, realizar o trabalho de levantamento de todos os requisitos regulamentares e documentos normativos para os mercados nos quais pretendem actuar».