Metaverso: A nova era da internet, a nova era do teletrabalho

Já abrimos caminho para a próxima geração da internet – o metaverso, que será tão indispensável à sociedade como a primeira é actualmente. E, para não ficarem para trás, as empresas têm de incorporar desde já algumas mudanças na sua dinâmica laboral.

 

Por Beltrán Seoane, Agency director da Meta em Portugal e Espanha

 

A pandemia mudou por completo a nossa forma de trabalhar, e nunca como agora a tecnologia assumiu um papel tão importante para nos manter ligados. Apesar de tudo, a tecnologia que utilizamos hoje, como vídeos, mensagens ou emails, não consegue transmitir toda a expressão e conexão que se experiencia quando se está fisicamente presente.

Por isso, é necessário ir mais além. E podemos fazê-lo, porque já temos as ferramentas necessárias. Vivemos um momento de profunda transformação digital e já abrimos caminho para a próxima geração da internet: o metaverso. Esta nova tecnologia vai mudar fundamentalmente a forma de fazer as coisas na nossa vida pessoal e profissional. Vai permitir que experienciemos o mundo com maior riqueza e que tenhamos uma sensação de presença mais profunda – afinal, não estaremos só a observar de fora. Trata-se de melhorar as nossas interacções com o mundo digital: terão mais qualidade e valor. E, tal como aconteceu com a internet, é um projecto global conjunto, envolvendo pessoas, empresas, criadores de conteúdo e também instituições e governos de todo o mundo.

Dentro de alguns anos, o metaverso será tão indispensável para a sociedade como é a internet actualmente. Para evitar que as empresas fiquem para trás nesta evolução natural, temos de operar já pequenas mudanças para as enquadrar na dinâmica laboral. São mudanças estratégicas que as empresas – incluindo a nossa [a Meta é a empresa-mãe do Facebook] – terão de enfrentar. De seguida, detalho alguns desses desafios.

 

Devemos aprender (e compreender) como trabalhar nesta nova era
Por esta altura, já sabemos que é possível fazer um bom trabalho a partir de praticamente qualquer lugar e que as pessoas esperam cada vez mais flexibilidade por parte das empresas. O que, no entanto, não sabemos ao certo é o que é, afinal, fundamental para que o trabalho remoto e híbrido tenha sucesso. Ao longo deste ano, vamos começar a compreender as oportunidades e os desafios que trará esta nova era.

Dentro da nossa empresa, por exemplo, tentamos reduzir fricção na colaboração à distância, garantir que a localização não é uma vantagem em termos de participação ou oportunidade, e fazemos um esforço para que as pessoas tenham um equilíbrio ideal entre trabalho e vida pessoal. 2022 será um ano crucial em que devemos apoiar muito as pessoas e as equipas enquanto navegamos por estas mudanças.

 

É necessário melhorar os equipamentos tecnológicos
Nesta era do teletrabalho, a distância física não deveria limitar a nossa capacidade de nos conectarmos com as pessoas. As empresas deverão investir em equipamento tecnológico para que os trabalhadores possam ter a sensação de estar juntos na mesma sala sem sacrificar a qualidade da tecnologia ou da experiência. É fundamental continuar a investir na tecnologia aplicada ao trabalho e reinventar a utilização dos dispositivos, tanto em casa como no escritório.

 

Os trabalhadores da linha da frente são um elemento diferenciador
Sejam médicos num hospital ou empregados de mesa de um café, os trabalhadores da linha da frente que prestam serviços essenciais são uma parte vital das empresas no momento de conhecer em primeira mão quais as necessidades das pessoas e quais os seus comentários em tempo real. Este é um elemento diferenciador na competitividade, de valor incalculável, e, no entanto, estas equipas nem sempre são valorizadas como deviam. Isto pode levar a uma desmotivação e, em última instância, ao abandono do posto de trabalho.

As empresas que invistam agora nas suas equipas da linha da frente na mesma medida que o fazem na liderança vão sair a ganhar em 2022.

 

A realidade virtual vai chegar para facilitar a colaboração à distância
A flexibilidade que o trabalho remoto permite também traz desafios, entre eles o sentimento de solidão e afastamento, ou a dificuldade de concentração. É aqui que a realidade virtual entra em acção, já que permite dar esse passo em frente para que as pessoas sintam que estão realmente juntas.

Com a realidade virtual, uma reunião de trabalho poderá acontecer de forma muito mais fluída, criando um espaço com infinitas possibilidades como a criação de ecrãs, quadros e salas facilmente ampliáveis. Quer seja um momento de brainstorming, a partilha de um documento, ou o simples acto de socializar um pouco em equipa, esta tecnologia marcará a diferença.

Ao longo deste ano, veremos como os dispositivos de realidade virtual serão mais cómodos de transportar, e também como oferecerão melhor qualidade visual e permitirão que os avatares reflictam as expressões reais para que possamos ser nós mesmos. Portanto, além das ferramentas habituais como os computadores portáteis, os tablets e os telemóveis, as empresas devem começar a normalizar a realidade virtual, já que a médio/longo prazo será a melhor maneira de criar uma sensação de espaço partilhado.

Estas são algumas das áreas em que nós, como empresa, nos concentraremos durante este ano, já que alguns dos nossos colaboradores voltarão aos escritórios, enquanto outros optarão pelo trabalho à distância. Aprender o que é mais importante nesta nova era – isto é, manter os colaboradores ligados entre si, a colaborar de forma eficaz e comprometidos com o seu trabalho – vai permitir compreender e adaptar a um novo contexto. Estamos expectantes para ver que ferramentas e soluções inovadoras o futuro trará.

 

Este artigo foi publicado na edição de Maio (nº.137) da Human Resources, nas bancas. Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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