#MulheresEmTech

Uma ideia comum é a de que a tecnologia é para perfis masculinos, mas uma breve análise histórica revela que a evolução tecnológica é marcada pela presença de grandes figuras femininas.

Por Sandrina Salvado, Head of Human Resources na Bee Engineering

 

“Empowering Women isn’t just the right thing to do – it’s the smart thing to do” (Barack Obama, em International Women’s Day, 2013)

 

Vivemos numa era em que a economia digital e o sector da tecnologia estão em franca expansão. O número reduzido de mulheres no sector tecnológico reflete-se na constituição das equipas de trabalho, nas quais poucas são as profissionais qualificadas. E sim, há repercussões no crescimento e desenvolvimento do próprio sector.

De acordo com o Eurostat, 86,7% dos estudantes em Portugal nesta área são do sexo masculino, enquanto que a percentagem de estudantes portuguesas é de apenas 13,3%, estando abaixo da média europeia.

Contudo, um facto interessante para Portugal, é que é um dos países da União Europeia onde mais cresce a presença feminina na área das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). A edição de 2018 do índice “Women in Tech“ revelou que as mulheres ocupam 16,08% dos empregos. Continua, no entanto, a ser uma percentagem pouco significativa.

Quando se pensa em empregabilidade no sector das tecnologias, uma das ideias mais comuns é a de que a tecnologia é para perfis masculinos, tanto na área da operacionalização como da inovação. Mas uma breve análise histórica revela que a evolução tecnológica é marcada pela presença de grandes figuras femininas. Sabiam que a descoberta que levou ao desenvolvimento do wifi e bluetooth  foi feita por Hedy Lamarr? Ou ainda que a Ada Lovelace é considerada a primeira programadora da História? Hoje existe um número crescente de mulheres influentes no mundo da tecnologia tais como Sheryl Sandberg (COO do Facebook), Ginni Rometty (chairwoman e CEO da IBM), Angela Ahrendts (head of Apple’s Retail Division), Safra Catz  (CEO da Oracle Corporation), entre outras. Se a tecnologia é o futuro e queremos que o sector prospere, é preciso celebrar histórias de sucesso de mulheres e inspirar a próxima geração.

Em Portugal, há cada vez mais projectos a motivar mulheres a entrar na área da tecnologia desenvolvidos por instituições de ensino, grupos de networking, empresas, entre outros. Podemos citar como exemplos: o Technovation; Geek Girls Portugal; Women in Tech ; Girls in ICT; “Champion for Change”.

Trabalho há cerca de sete anos no sector das TIC  [Tecnologias de Informação e Comunicação] e no início da minha carreira a maioria dos meus colegas eram homens. Na minha perspectiva, a questão não está na diferença de género, mas sim na igualdade de oportunidades entre mulheres e homens. Há um período de aprendizagem e adaptação, pois, ao fim ao cabo, somos todos diferentes. O mais importante é trabalhar com pessoas que se respeitam, cada um ter espaço para ser autêntico e valorizar a diversidade.

Na cultura da Bee Engineering a diversidade é algo que nos enriquece e nos torna mais competitivos. É com imenso orgulho que hoje verifico que há cada vez mais mulheres a trabalhar em tecnologia. Na Bee Engineering cerca de 20% da nossa equipa de programadores são mulheres. Além disso, temos recebido cada vez mais candidaturas de profissionais do sexo feminino, e, no recente Open Day que organizamos, mais de 50% das inscrições foram feitas por mulheres.

Assim, já começamos a notar que o mercado das TIC está em transformação. Acreditamos que o gap que ainda existe entre homens e mulheres tem os dias contados. A forte procura de talento neste mercado, aliada aos diferentes programas para atrair mulheres para as instituições de ensino superior, juntamente com a mudança de mentalidades, estão a dar os primeiros frutos para trazer mais mulheres para o mundo da tecnologia.

Vamos então arregaçar as mangas, investir nas nossas competências, sair da nossa zona de conforto e trabalhar com paixão.

“Girls it´s time to program your future, let´s do IT!”

 

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