Neste organismo público, quase 80% dos colaboradores têm sintomas de burnout (e mais de metade quer mudar de emprego)

Cerca de 79% dos trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) apresentam sintomas de burnout. E quase 70% revelam baixos níveis de motivação e as intenções de saída são elevadas, especialmente entre os mais idosos, com 64,8% a admitir querer deixar as funções que agora exercem. Os dados são de um estudo feito por psicólogos para a Associação Sindical dos Profissionais da Inspecção Tributária e Aduaneira Tributários (APIT).

 

O estudo mostra que apesar de 58,2% dos inquiridos dizer que tem elevados níveis de satisfação com a supervisão, mais de 70% afirma estar descontente com os benefícios. A elevada média de idades entre os trabalhadores da AT, de 56 anos, é também apontada como um factor negativo (entre os inquiridos no estudo, a média de idades foi de 52 anos).

Questões relacionadas com a progressão na carreira (as carreiras aguardam por uma regulamentação desde 2008) e os baixos salários estão entre as que mais contribuem para os níveis de preocupação, com muitos colaboradores a acusarem sentimentos de injustiça e aumentos dos níveis de stress.

Os inquiridos referem, também, como factores de desmotivação, a «degradação no funcionamento e perda de autoridade por parte da AT», bem como o «sistema de avaliação de desempenho», a sobrecarga de trabalho e as condições em que o mesmo é desenvolvido.

«Esses altos níveis de stress levam a um aumento nos níveis de burnout», com os trabalhadores a «desejar deixar a organização», assinalam os autores.

O estudo revela ainda que os responsáveis pela AT e o próprio Ministério das Finanças devem «preocupar-se em restabelecer a progressão na carreira, reduzir a sobrecarga de trabalho e melhorar as condições de trabalho desses colaboradores para que os níveis de stress ocupacional sejam reduzidos e, posteriormente, diminuam o burnout e as intenções de saída».

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